Há duas edições, o Jornal Torrejano deu conta, em primeira mão, da existência de um projecto musical em ebuliçã a Orquestra Académica do Médio Tejo. Hoje, damos a conhecer o rosto do regente deste grupo de 64 músicos, pertencentes ao Choral Phydellius, OrémArt e conservatório Jaime Chavinha, de Minde, e que formam a primeira orquestra sinfónica regional

A Orquestra Académica do Médio Tejo estreia-se esta sexta-feira em Ourém, volta a actuar no sábado, em Minde e no domingo em Torres Novas, no Teatro Virgínia (17h). O projecto, que junta para já três instituições de ensino musical oficializado - Choral Phydellius, OrémArt e conservatório Jaime Chavinha, de Minde -, foi pensado em 2013, por Vítor Ferreira, director pedagógico do Choral Phydellius, e logo acolheu a simpatia de diversas entidades.

”A ideia estava congelada há uns quatro ou cinco anos. Falei do projecto ao então director do Teatro Virgínia, João Aidos e, apesar de ter achado interessante, a ideia ficou na gaveta. Com o Tiago Guedes foi diferente e acho que é importante referir isso numa altura em que está de saída da direcção artística do Teatro Virgínia”, sublinha Vítor Ferreira.

João Paulo Fernandes, de 36 anos, foi o escolhido para reger a orquestra. Com o maestro definido passou-se à selecção dos melhores alunos destas três instituições de ensino, ao que se seguiu um trabalho individual. Nesta semana que passou os jovens músicos, com idades entre os 10 e 17 anos, trabalharam juntos, em Torres Novas, de forma intensiva, de modo a apresentarem-se nestas três actuações em grande plano.

João Paulo Fernandes reconhece a singularidade deste projecto e confessou-se entusiasmado desde a primeira hora. Para trás tinham ficado tentativas de formar projectos semelhantes, mas não se reuniram as condições necessárias para que vingassem.

Destas tentativas ficou algum trabalho feito a que se deu sequência nesta nova formação. ”Este projecto, mesmo antes de começar, dá apara perceber que tem pernas para andar. Para já, parte da união de três escolas e há três pessoas a comandar a orquestra. É um princípio e não quer dizer que no futuro não haja a possibilidade de o alargar a outras escolas”, refere João Fernandes.

A orquestra regional junta músicos de diferentes graus de ensino, que vai desde o primeiro ao oitavo, e reúne ”a nata” das três escolas. Ou seja, os melhores executantes de cordas, sopros e percussão (havendo ainda dois teclados que servem de apoio).

”Esta orquestra surge um pouco para colmatar uma lacuna que é a inexistência de uma orquestra onde os alunos de cordas pudessem praticar a música em conjunto”, continua João Fernandes, que falou ainda do programa, que será composto numa primeira parte por música clássica, terminado o espectáculo com música ligeira, indo um pouco ao encontro do espírito jovem dos músicos da orquestra.

Depois deste fim-de-semana intensivo, o objectivo é dar continuidade ao projecto e realizar novas actuações, que deverão acontecer no final do ano, em Dezembro. Os promotores desta orquestra regional constituída a partir de alunos de escolas oficiais sublinham as expectativas que estão a ser criadas, dentro e fora das escolas. Relativamente aos apoios, era com expectativa que se aguardava um sinal da comunidade intermunicipal, mas esta decidiu não apoiar financeiramente a formação da orquestra.

 

O maestro

João Paulo Fernandes, 36 anos, é natural das Caldas da Rainha, e reside actualmente em Tomar. Enquanto músico, estudou trombone de varas, tendo participado em diversas Master Class com conceituados professores. Desde os 20 anos que se dedica à direcção de diversas formações, sendo director artístico da Filarmónica União Taveirense, de um ensemble de trombones e tubas, tendo já dirigido solistas de renome internacional, como Sérgio Carolino ou Pedro Ribeiro. É licenciado em formação musical pela Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo, do Porto, e tem uma pós-graduação em ópera, na vertente de direcção de orquestra.