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Ana Bacalhau despiu personagem da Deolinda e mostrou lado desconhecido

Cultura  »  2014-11-27 

Ana Bacalhau, a voz do grupo “Deolinda”, apresentou-se a solo em Torres Novas e mostrou uma nova faceta, desconhecida do grande público. Interpretou temas emprestados de cantautores como Fausto, Zeca Afonso, Amália Rodrigues, Elis Regina, Édith Piaf ou Janis Joplin, percorrendo diferentes estilos musicais. Tudo isto para celebrar os seus 15 anos de cantora.

Aos 15 anos começou a aprender a tocar viola na junta de freguesia, mas rapidamente percebeu que não era na guitarra que estava a sua verdadeira vocação. O seu principal instrumento nascera consigo e estava na voz. Daí que tenha investido verdadeiramente nesse dom. Nessa época, início da década de 90, o ”grunge” estava na berra e, como a maioria dos jovens da sua idade, ouvia Nirvana e Pearl Jam e, confessou, identifica-se plenamente com o movimento. Também era fã de Guns N’ Roses, e do guitarrista Slash, em particular.

Ainda na ressaca da febre da música rock oriunda do continente norte-americano, Ana Bacalhau começou a descobrir a música portuguesa, através dos GNR, que por essa altura lotaram o estádio de Alvalade. Ouvia ainda as Doce, Sitiados, Madredeus, Xutos, Pedro Abrunhosa, entre outros.

A nível académico, formou-se na faculdade de letras, em Português e Inglês, mas apenas para fazer a vontade aos seus pais pois, nessa altura, já sabia que queria ser cantora.

Foi então que surgiu a sua primeira banda, em 2001, de nome ”Lupanar”, o que lhe deu algum protagonismo, sobretudo na zona de Lisboa. E foi aí que conheceu José Leitão, o seu marido. ”Somos um casal tipicamente português: eu sou Bacalhau e o Zé é Leitão”, brincou, durante uma conversa de quase duas horas que manteve com alunos da escola Artur Gonçalves, na sexta-feira à tarde.

Trabalhou no arquivo do ministério das Finanças, deu explicações de inglês, trabalhou na divisão de águas do município da Amadora, na Brandoa e, em 2007, surgiu a Deolinda. Dois anos mais tarde, em 2009, tomou uma decisão. Quis ser cantora profissional e, aos 30 anos, deixou para trás o emprego que tinha. A banda afirmou-se e tornou-se mediática com temas como ”Seja agora” ou ”Fon fon fon”. Agora, Ana Bacalhau decidiu fazer esta incursão na sua carreira e preparou um novo espectáculo que visa, essencialmente, mostrar as suas capacidades vocais noutros registos, e completamente despida dos adereços que caracterizam a personagem que lidera os Deolinda. Neste projecto, Bacalhau continua a ser acompanhada em palco por Leitão, e ainda por Luís Figueiredo no piano, Marcos Cavaleiro na bateria e Mário Delgado na guitarra. O espectáculo decorreu no passado sábado, no Teatro Virgínia.

 

 

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