União de Tomar: cem anos de vida, mil páginas de história
Desporto » 2014-05-09
Leonel Vicente vinha animando blogues onde reunia informação sobre a história do clube nabantino e, há cerca de cinco anos, meteu em ombros escrever a história do emblema agora centenári o resultado é uma obra que fica, desde já, a marcar a bibliografia portuguesa relativa à história do futebol. Exceptuando as publicações similares dedicadas à história dos ”três grandes” e mais alguns raríssimos casos (Académica, Belenenses…), não haverá outras que se equiparem em termos de rigor documental e de densidade da informaçã são quase mil páginas em que se condensam as principais fases da vida do clube, as circunstâncias do seu nascimento e toda uma exaustiva e impressionante recolha de milhares de dados referentes a jogos, classificações, atletas, treinadores, dirigentes, palmarés e outros aspectos que fazem a vida e a história de um clube de futebol com um século de existência, e que, a par e passo, se acompanham de enquadramentos históricos e sócio-culturais de incidência local e nacional.
Se o clube, em princípio criado no dia 4 de Maio de 1914, é exactamente aquele que deu corpo ao União de Tomar, isso é matéria que continua a suscitar algumas dúvidas, dada a inexistência de fontes documentais primárias que o comprovem e os equívocos que ainda persistem sobre o assunto. Mas isso não pôde ninguém esclarecer cabalmente até ao momento, tendo o autor carreado as poucas informações coevas dos interessantes factos de 1914.
Aqui e ali a obra é animada com excertos de grandes nomes do jornalismo desportivo português (de Homero Serpa a Vítor Santos, de Alfredo Farinha a Aurélio Márcio, da prestigiada escola de ”A Bola”), a respeito das crónicas de jogos do União na sua passagem pela divisão maior, mas também com prosas dos jornalistas locais, como o torrejano Mário Nuno. As referências ao CD Torres Novas são obviamente centenas, relativas a jogos e resultados, e a factos desportivos relevantes: o jogo mais importante de sempre da história de 100 anos do União, aquele que lhe permitiu alcandorar-se a uma posição de destaque no futebol português, realizou-se um dia no velho Almonda Parque, quando dois golos de Totói e um de Alberto deram aos nabantinos a vitória sobre os amarelos, que os perseguiam no segundo posto da tabela, e abriram aos tomarenses a estrada da subida à 1.ª divisão.
Ainda sobre o livro de Leonel Vicente que, repita-se, marca a letras de ouro a historiografia portuguesa do futebol, registe-se o prefácio de Vítor Serpa, director de ”A Bola”. Mas nem esse facto serviu para que o diário desportivo concedesse ao livro, no dia seguinte, mais que uma frase: para estas publicações ”nacionais”, a lesão do dedo mindinho de um qualquer jogador de divisão B é mais importante que a história monumental de um clube com cem anos. Não admira, pois, que também estes jornais, que se afogam diariamente em informação tóxica e sem ponta de interesse, vejam as suas tiragens a diminuir gradualmente.
Entretanto, ainda no sábado, as comemorações do centenário do União incluíram a abertura de uma exposição alusiva e um jogo de futebol entre os veteranos unionistas e os do Clube Desportivo de Torres Novas.
União de Tomar: cem anos de vida, mil páginas de história
Desporto » 2014-05-09Leonel Vicente vinha animando blogues onde reunia informação sobre a história do clube nabantino e, há cerca de cinco anos, meteu em ombros escrever a história do emblema agora centenári o resultado é uma obra que fica, desde já, a marcar a bibliografia portuguesa relativa à história do futebol. Exceptuando as publicações similares dedicadas à história dos ”três grandes” e mais alguns raríssimos casos (Académica, Belenenses…), não haverá outras que se equiparem em termos de rigor documental e de densidade da informaçã são quase mil páginas em que se condensam as principais fases da vida do clube, as circunstâncias do seu nascimento e toda uma exaustiva e impressionante recolha de milhares de dados referentes a jogos, classificações, atletas, treinadores, dirigentes, palmarés e outros aspectos que fazem a vida e a história de um clube de futebol com um século de existência, e que, a par e passo, se acompanham de enquadramentos históricos e sócio-culturais de incidência local e nacional.
Se o clube, em princípio criado no dia 4 de Maio de 1914, é exactamente aquele que deu corpo ao União de Tomar, isso é matéria que continua a suscitar algumas dúvidas, dada a inexistência de fontes documentais primárias que o comprovem e os equívocos que ainda persistem sobre o assunto. Mas isso não pôde ninguém esclarecer cabalmente até ao momento, tendo o autor carreado as poucas informações coevas dos interessantes factos de 1914.
Aqui e ali a obra é animada com excertos de grandes nomes do jornalismo desportivo português (de Homero Serpa a Vítor Santos, de Alfredo Farinha a Aurélio Márcio, da prestigiada escola de ”A Bola”), a respeito das crónicas de jogos do União na sua passagem pela divisão maior, mas também com prosas dos jornalistas locais, como o torrejano Mário Nuno. As referências ao CD Torres Novas são obviamente centenas, relativas a jogos e resultados, e a factos desportivos relevantes: o jogo mais importante de sempre da história de 100 anos do União, aquele que lhe permitiu alcandorar-se a uma posição de destaque no futebol português, realizou-se um dia no velho Almonda Parque, quando dois golos de Totói e um de Alberto deram aos nabantinos a vitória sobre os amarelos, que os perseguiam no segundo posto da tabela, e abriram aos tomarenses a estrada da subida à 1.ª divisão.
Ainda sobre o livro de Leonel Vicente que, repita-se, marca a letras de ouro a historiografia portuguesa do futebol, registe-se o prefácio de Vítor Serpa, director de ”A Bola”. Mas nem esse facto serviu para que o diário desportivo concedesse ao livro, no dia seguinte, mais que uma frase: para estas publicações ”nacionais”, a lesão do dedo mindinho de um qualquer jogador de divisão B é mais importante que a história monumental de um clube com cem anos. Não admira, pois, que também estes jornais, que se afogam diariamente em informação tóxica e sem ponta de interesse, vejam as suas tiragens a diminuir gradualmente.
Entretanto, ainda no sábado, as comemorações do centenário do União incluíram a abertura de uma exposição alusiva e um jogo de futebol entre os veteranos unionistas e os do Clube Desportivo de Torres Novas.
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