O operário
Opinião » 2018-08-15 » AnabelaSantos"Não sei se foi o corpo ou a alma que me empurraram da zona alta para o centro da cidade"
O tempo está ameno, um dia claro, de um azul celeste. O convite para sair de casa estava feito pelas cores e o som da natureza.
Não sei se foi o corpo ou a alma que me empurraram da zona alta para o centro da cidade. Mas fui… E não não vou falar da degradação do centro histórico. Tema tão debatido e que espera por solução. O dia estava bonito demais para olhar para o feio.
No entanto, mesmo nos sentindo em paz, apreciando as coisas boas da vida, a nossa mente não nos dá descanso. E, de repente, ao passar junto da ponte do Raro, onde caminhava sozinha, o que é normal devido à desertificação de toda aquela zona da cidade, lembrei – me de uma figura que me marcou e que me faz tanta falta ver, sentir e ouvir : o operário.
Não sei se devemos viver de saudades ou de lembranças, mas como é possível não lembrar, ao passar naquele local, dos dias em que ia para a escola e lá estavam eles… Os operários.
Operários da Casa Nery, das oficinas da Rodoviária e da Fiação e Tecidos. Havia mais em Torres Novas, como é óbvio, mas ali, junto à ponte do Raro, eram eles, eram aqueles.
De bicicleta, a pé, de vespa, motorizada ou carro… os operários.
Alunos, funcionários, vendedores, jardineiros, carteiros, enchiam aquela ponte e aquela avenida de vida.
“Do outro lado”, tínhamos os funcionários do hospital e da carpintaria MOPAM. Mais movimento.
Onde estão os operários que fazem parte das minhas memórias?
Onde está a vida desta cidade?
Onde está a vida deste país?
Sei que me entendem…
Quero voltar ao séc. XX, ao Saudosismo de Teixeira de Pascoaes. Utópico ou não, eu quero regenerar, tendo como base a saudade (e a necessidade), a minha cidade e o meu país.
O operário
Opinião » 2018-08-15 » AnabelaSantosNão sei se foi o corpo ou a alma que me empurraram da zona alta para o centro da cidade
O tempo está ameno, um dia claro, de um azul celeste. O convite para sair de casa estava feito pelas cores e o som da natureza.
Não sei se foi o corpo ou a alma que me empurraram da zona alta para o centro da cidade. Mas fui… E não não vou falar da degradação do centro histórico. Tema tão debatido e que espera por solução. O dia estava bonito demais para olhar para o feio.
No entanto, mesmo nos sentindo em paz, apreciando as coisas boas da vida, a nossa mente não nos dá descanso. E, de repente, ao passar junto da ponte do Raro, onde caminhava sozinha, o que é normal devido à desertificação de toda aquela zona da cidade, lembrei – me de uma figura que me marcou e que me faz tanta falta ver, sentir e ouvir : o operário.
Não sei se devemos viver de saudades ou de lembranças, mas como é possível não lembrar, ao passar naquele local, dos dias em que ia para a escola e lá estavam eles… Os operários.
Operários da Casa Nery, das oficinas da Rodoviária e da Fiação e Tecidos. Havia mais em Torres Novas, como é óbvio, mas ali, junto à ponte do Raro, eram eles, eram aqueles.
De bicicleta, a pé, de vespa, motorizada ou carro… os operários.
Alunos, funcionários, vendedores, jardineiros, carteiros, enchiam aquela ponte e aquela avenida de vida.
“Do outro lado”, tínhamos os funcionários do hospital e da carpintaria MOPAM. Mais movimento.
Onde estão os operários que fazem parte das minhas memórias?
Onde está a vida desta cidade?
Onde está a vida deste país?
Sei que me entendem…
Quero voltar ao séc. XX, ao Saudosismo de Teixeira de Pascoaes. Utópico ou não, eu quero regenerar, tendo como base a saudade (e a necessidade), a minha cidade e o meu país.
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
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2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
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