Pedro Ferreira
Opinião » 2017-10-04 » Jorge Carreira Maia"Pedro Ferreira foi buscar votos a eleitores de todos os outros quadrantes políticos e acabou com uma votação acima dos 50%. "
As eleições torrejanas tinham vários ingredientes que as tornavam muito interessantes. Em primeiro lugar, havia que medir o impacto do corte dramático, ampliado na comunicação social local, de António Rodrigues, o antigo presidente, com o PS, bem como o da avaliação negativa da actuação da câmara veiculada no espaço politizado do concelho. Em segundo lugar, testar a pretensão do Bloco de Esquerda conquistar um segundo vereador ou mesmo a câmara. Em terceiro lugar, observar como a CDU resistiria eleitoralmente à saída de cena de Carlos Tomé. Por fim, observar se o PSD local acompanharia ou não o previsível naufrágio nacional.
O grande triunfador da noite é mais do que o PS o próprio Pedro Ferreira. O PS obtém, para a câmara, mais de 10 % do que o mesmo PS alcança para a Assembleia Municipal. Pedro Ferreira foi buscar votos a eleitores de todos os outros quadrantes políticos e acabou com uma votação acima dos 50%. A vitória de Pedro Ferreira ultrapassa a ajuda que os bons resultados da governação de António Costa terá dado aos candidatos do PS. Contrariamente ao que se pensava nos círculos concelhios mais politizados, a população reconheceu com muito bom o trabalho da câmara socialista. Por outro lado, Pedro Ferreira mostrou que não dependia de António Rodrigues, um dos perdedores da noite eleitoral. A oposição deste parece ter tido mesmo um efeito favorável a Pedro Ferreira. Uma vitória indiscutível.
O Bloco de Esquerda tem um grande desempenho. Cresce 4,6% na votação para a Câmara e torna-se na terceira força política do concelho. Este excelente resultado foi ensombrado pela expectativa fantasiosa de uma hipotética vitória ou, mais modestamente, de ter um segundo vereador. No entanto, deixa ver que o BE está em processo de consolidação no concelho e que a sua cabeça de lista adquiriu um verdadeiro reconhecimento local. Uma desilusão, o resultado da CDU e a perda do mandato na vereação. Carlos Tomé tinha um peso maior que o partido e o seu afastamento teve consequências desastrosas para os comunistas, apesar da qualidade do trabalho autárquico realizado pela CDU e pela sua candidata. Filipa Rodrigues vai fazer falta na vereação.
O PSD torrejano – um partido que em tempos teve pessoas de grande capacidade, reconhecimento e peso no concelho – é uma sombra do que já foi. O naufrágio nacional não explica tudo nestes resultados locais. O PSD deveria aprender com a CDU, malgré tout, e o BE a fazer oposição e a preparar-se para discutir a câmara. A ideia de quem olha de fora é que o actual PSD não passa de um pequeno grupo de diletantes, com pouca preparação política e sem ligação à comunidade. Torres Novas precisa de outro PSD. Por fim, uma palavra para o CDS. Progride 0,9%, ultrapassando os 700 votos para a câmara, fruto do trabalho que tem desenvolvido. No entanto, longe de ter uma presença minimamente consolidada no concelho. A fasquia dos 1000 votos ainda está distante.
Pedro Ferreira
Opinião » 2017-10-04 » Jorge Carreira MaiaPedro Ferreira foi buscar votos a eleitores de todos os outros quadrantes políticos e acabou com uma votação acima dos 50%.
As eleições torrejanas tinham vários ingredientes que as tornavam muito interessantes. Em primeiro lugar, havia que medir o impacto do corte dramático, ampliado na comunicação social local, de António Rodrigues, o antigo presidente, com o PS, bem como o da avaliação negativa da actuação da câmara veiculada no espaço politizado do concelho. Em segundo lugar, testar a pretensão do Bloco de Esquerda conquistar um segundo vereador ou mesmo a câmara. Em terceiro lugar, observar como a CDU resistiria eleitoralmente à saída de cena de Carlos Tomé. Por fim, observar se o PSD local acompanharia ou não o previsível naufrágio nacional.
O grande triunfador da noite é mais do que o PS o próprio Pedro Ferreira. O PS obtém, para a câmara, mais de 10 % do que o mesmo PS alcança para a Assembleia Municipal. Pedro Ferreira foi buscar votos a eleitores de todos os outros quadrantes políticos e acabou com uma votação acima dos 50%. A vitória de Pedro Ferreira ultrapassa a ajuda que os bons resultados da governação de António Costa terá dado aos candidatos do PS. Contrariamente ao que se pensava nos círculos concelhios mais politizados, a população reconheceu com muito bom o trabalho da câmara socialista. Por outro lado, Pedro Ferreira mostrou que não dependia de António Rodrigues, um dos perdedores da noite eleitoral. A oposição deste parece ter tido mesmo um efeito favorável a Pedro Ferreira. Uma vitória indiscutível.
O Bloco de Esquerda tem um grande desempenho. Cresce 4,6% na votação para a Câmara e torna-se na terceira força política do concelho. Este excelente resultado foi ensombrado pela expectativa fantasiosa de uma hipotética vitória ou, mais modestamente, de ter um segundo vereador. No entanto, deixa ver que o BE está em processo de consolidação no concelho e que a sua cabeça de lista adquiriu um verdadeiro reconhecimento local. Uma desilusão, o resultado da CDU e a perda do mandato na vereação. Carlos Tomé tinha um peso maior que o partido e o seu afastamento teve consequências desastrosas para os comunistas, apesar da qualidade do trabalho autárquico realizado pela CDU e pela sua candidata. Filipa Rodrigues vai fazer falta na vereação.
O PSD torrejano – um partido que em tempos teve pessoas de grande capacidade, reconhecimento e peso no concelho – é uma sombra do que já foi. O naufrágio nacional não explica tudo nestes resultados locais. O PSD deveria aprender com a CDU, malgré tout, e o BE a fazer oposição e a preparar-se para discutir a câmara. A ideia de quem olha de fora é que o actual PSD não passa de um pequeno grupo de diletantes, com pouca preparação política e sem ligação à comunidade. Torres Novas precisa de outro PSD. Por fim, uma palavra para o CDS. Progride 0,9%, ultrapassando os 700 votos para a câmara, fruto do trabalho que tem desenvolvido. No entanto, longe de ter uma presença minimamente consolidada no concelho. A fasquia dos 1000 votos ainda está distante.
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia |