Ainda as sondagens - antónio gomes
Opinião » 2022-02-20 » António Gomes"“Os resultados são o que são e em particular a esquerda tem a obrigação de fazer uma reflexão séria sobre os resultados obtidos. "
Alguma coisa se tem falado sobre as sondagens na última campanha eleitoral, mas não muito, estranhamente. Sabemos que as sondagens se enganaram e que enganaram vários dos protagonistas e que muito provavelmente tiveram consequências directas nos resultados eleitorais.
Enganaram o PS, que mudou de rumo a meio da campanha. Primeiro, Costa pediu a maioria absoluta, mas como as sondagens não indicavam nada parecido começou a anunciar que falaria com todos os partidos, à esquerda e à direita… resultado, calhou-lhe a maioria absoluta oferecida pelas sondagens.
Enganaram o PSD, porque começou a fazer contas ao número de ministros do seu próximo governo, como se a vitória estivesse garantida… Rio foi enganado pelas sondagens e teve uma derrota assinalável.
Enganaram a esquerda à esquerda do PS – BE e PCP, que acreditaram nas sondagens porque afastada a maioria absoluta, poderiam vir a ter um lugar de destaque na solução governativa… o resultado é bem conhecido, pesadas derrotas.
É hoje aceite consensualmente que muitos eleitores queriam votar no BE, por exemplo, mas com as sondagens dos últimos dias a apontar para uma vitória da direita, com a agravante de Rui Rio não esclarecer até aonde ia a abrangência do seu governo, repensaram o seu voto e, sem o desejarem, deram uma maioria absoluta ao PS.
Os resultados das últimas eleições têm causas que vão muito para além dos números apresentados pelas sondagens. Não podem, em particular os perdedores, refugiar-se nas sondagens, mas é indesmentível que estas tiveram uma influência assinalável no desfecho final.
Até hoje as empresas responsáveis pelos estudos de opinião não foram capazes de reconhecer o mau serviço prestado à democracia.
Temos de aceitar os resultados, mas não devemos deixar de nos questionar sobre como uma falsa polarização (empate técnico entre PS e PSD que nunca existiu), criada artificialmente, influencia directamente resultados. Que se registe para o futuro.
Será razoável aceitar que um resultado eleitoral que determina a composição da Assembleia da República fique, na prática, refém do impacto das sondagens no eleitorado ou em parte dele?
Os resultados são o que são e em particular a esquerda tem a obrigação de fazer uma reflexão séria sobre os resultados obtidos.
Mas a democracia também devia exigir, no mínimo, uma reflexão sobre as sondagens, a sua metodologia e a publicação até aos últimos dias de campanha. Temos tempo, espera-nos 4 anos e 9 meses de maioria absoluta.
Ainda as sondagens - antónio gomes
Opinião » 2022-02-20 » António Gomes“Os resultados são o que são e em particular a esquerda tem a obrigação de fazer uma reflexão séria sobre os resultados obtidos.
Alguma coisa se tem falado sobre as sondagens na última campanha eleitoral, mas não muito, estranhamente. Sabemos que as sondagens se enganaram e que enganaram vários dos protagonistas e que muito provavelmente tiveram consequências directas nos resultados eleitorais.
Enganaram o PS, que mudou de rumo a meio da campanha. Primeiro, Costa pediu a maioria absoluta, mas como as sondagens não indicavam nada parecido começou a anunciar que falaria com todos os partidos, à esquerda e à direita… resultado, calhou-lhe a maioria absoluta oferecida pelas sondagens.
Enganaram o PSD, porque começou a fazer contas ao número de ministros do seu próximo governo, como se a vitória estivesse garantida… Rio foi enganado pelas sondagens e teve uma derrota assinalável.
Enganaram a esquerda à esquerda do PS – BE e PCP, que acreditaram nas sondagens porque afastada a maioria absoluta, poderiam vir a ter um lugar de destaque na solução governativa… o resultado é bem conhecido, pesadas derrotas.
É hoje aceite consensualmente que muitos eleitores queriam votar no BE, por exemplo, mas com as sondagens dos últimos dias a apontar para uma vitória da direita, com a agravante de Rui Rio não esclarecer até aonde ia a abrangência do seu governo, repensaram o seu voto e, sem o desejarem, deram uma maioria absoluta ao PS.
Os resultados das últimas eleições têm causas que vão muito para além dos números apresentados pelas sondagens. Não podem, em particular os perdedores, refugiar-se nas sondagens, mas é indesmentível que estas tiveram uma influência assinalável no desfecho final.
Até hoje as empresas responsáveis pelos estudos de opinião não foram capazes de reconhecer o mau serviço prestado à democracia.
Temos de aceitar os resultados, mas não devemos deixar de nos questionar sobre como uma falsa polarização (empate técnico entre PS e PSD que nunca existiu), criada artificialmente, influencia directamente resultados. Que se registe para o futuro.
Será razoável aceitar que um resultado eleitoral que determina a composição da Assembleia da República fique, na prática, refém do impacto das sondagens no eleitorado ou em parte dele?
Os resultados são o que são e em particular a esquerda tem a obrigação de fazer uma reflexão séria sobre os resultados obtidos.
Mas a democracia também devia exigir, no mínimo, uma reflexão sobre as sondagens, a sua metodologia e a publicação até aos últimos dias de campanha. Temos tempo, espera-nos 4 anos e 9 meses de maioria absoluta.
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
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A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
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