• SOCIEDADE-  • CULTURA  • DESPORTO  • OPINIÃO
  Sábado, 20 Abril 2024    •      Directora: Inês Vidal; Director-adjunto: João Carlos Lopes    •      Estatuto Editorial    •      História do JT
   Pesquisar...
Ter.
 22° / 9°
Céu limpo
Seg.
 26° / 11°
Céu limpo
Dom.
 25° / 11°
Céu limpo
Torres Novas
Hoje  24° / 14°
Períodos nublados com aguaceiros e trovoadas
       #Alcanena    #Entroncamento    #Golega    #Barquinha    #Constancia 

As folgas dos democratas

Opinião  »  2008-06-26  »  João Lérias

Durante décadas, a palavra liberdade foi o ás de espadas da esgrima ideológica que ficou conhecida como Guerra-fria. Mesmo desconfiando, por exemplo de paradoxos como o Chile de Pinochet e considerando outros condicionalismos, como a disponibilidade financeira ou a instrução, importantes grilhões das opções individuais, parecia claro à imensa maioria das populações que estas contradições eram preferíveis a viver do lado de lá da Cortina de Ferro. Perspectiva que advinha essencialmente da capacidade de eleger os seus representantes, de comandar parte do seu destino. Liberdade abandonava o plano dos conceitos e tornava-se palpável, vivida a partir da democracia, que tinha nos actos eleitorais o seu esteio mais importante. Os excêntricos primeiros anos do século XXI, desenterraram um mundo espartilhado, se bem que menos polarizado. Se os democratas, eram os de sempre, os tiranos indesejáveis apresentavam agora nuances várias. Aos recém chegados ao grupo, apontou-se o estigma da interpretação radical de uma religião, com a correspondente acção terrorista. Aos mais clássicos, governos interessados em implementar novas formas de relacionamento económico, divergentes dos “democráticos” OMC e FMI, tornou-se mais difícil aplicar o carimbo. Como o de Hugo Chavez, um dos regimes mais plebiscitados de que há memória, o que não impede que a guarda pretoriana do modelo dominante, acantonada pelas colunas de opinião da imprensa escrita e pelas tertúlias televisivas e radiofónicas, propriedade dos seus Neros, continuasse a invectivar o que consideram um episódio anacrónico do “ caminho para a servidão” socialista. Revelando, no fundo, que as palavras liberdade e democracia, nalgumas vozes, são apenas uma espécie de formula mágica, com o duplo objectivo de induzir uma falsa sensação de protagonismo aos seus eleitores e, paralelamente, como forma de exorcizar qualquer heterodoxia no plano económico. Afirmação que sai reforçada pelos últimos acontecimentos, sendo sintomáticas algumas reacções ao Não irlandês, país onde praticamente toda a classe politica local tinha expresso opinião diversa. Por cá, muitos - entre os quais os mais ardentes defensores da exportação à bomba da democracia para o Iraque e Afeganistão - defenderam, com a habitual congruência que caracteriza as suas declarações, um ponto comum: 800.000 ruivos emperram agora a marcha de 500 milhões de europeus rumo ao paraíso, sendo necessário calar a sua voz, seja com novo plebiscito, seja “castigando” os ingratos com a exclusão momentânea da vanguarda da construção da sua Europa, aquela que, por exemplo, abre a porta ao prolongamento dos horários de trabalho até á insanidade ou se prepara para tratar os trabalhadores estrangeiros como criminosos. Se calhar, estou a resvalar também para a barricada do terrorismo, da tirania, da opressão, mas a minha leitura é um pouco diversa. Parece-me antes que, mais metade dos 100% de europeus efectivamente chamados a expressar a sua opinião, recusaram o diktat e não querem este modelo de integração europeia. Veremos até onde chega esta autista dissociação entre a vontade popular e os peões do poder económico, um jogo perigosíssimo para o elo mais fraco. Vários exemplos históricos demonstram, que os senhores do Mundo, em última instancia, mandam a toalha ao chão, esquecem o discurso que os legitimou anteriormente e voltam ao esquema da bota cardada e do bastão. Em geral, para o justificar, só precisam de um inimigo externo e outro interno. Ora, nos canais de propaganda da especialidade tem-se falado, demasiado insistentemente, do binómio potências emergentes/imigração ilegal…

 

 

 Outras notícias - Opinião


As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia »  2024-04-10  »  Jorge Carreira Maia

Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores.
(ler mais...)


Eleições "livres"... »  2024-03-18  »  Hélder Dias

Este é o meu único mundo! - antónio mário santos »  2024-03-08  »  António Mário Santos

Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza.
(ler mais...)


Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato »  2024-03-08  »  Maria Augusta Torcato

Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente.
(ler mais...)


A crise das democracias liberais - jorge carreira maia »  2024-03-08  »  Jorge Carreira Maia

A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David.
(ler mais...)


A carne e os ossos - pedro borges ferreira »  2024-03-08  »  Pedro Ferreira

Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA.
(ler mais...)


O Flautista de Hamelin... »  2024-02-28  »  Hélder Dias

Este mundo e o outro - joão carlos lopes »  2024-02-22 

Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”.
(ler mais...)


2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões »  2024-02-22  »  Jorge Cordeiro Simões

 

 


O dia 5 de Fevereiro de 2032, em que o Francisco Falcão fez 82 anos - aos quais nunca julgara ir chegar -, nasceu ainda mais frio do que os anteriores e este Inverno parecia ser nisso ainda pior que os que o antecederam, o que contribuiu para que cada vez com mais frequência ele se fosse deixando ficar na cama até mais tarde e neste dia festivo só de lá iria sair depois do meio-dia.
(ler mais...)


Avivar a memória - antónio gomes »  2024-02-22  »  António Gomes

Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento.

Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa.
(ler mais...)

 Mais lidas - Opinião (últimos 30 dias)
»  2024-04-10  »  Jorge Carreira Maia As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia