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Sobre o Leste, nada de novo

Opinião  »  2008-08-21  »  João Lérias

A geopolítica nunca foi propriamente um jogo justo. Mas assentou, durante século e meio, numa premissa fundamental, a do Estado-nação. Só grupos populacionais com identidade cultural própria, em que uma língua se assumia como a argamassa nacional, podiam almejar a independência. Claro está que tudo dependia das ”amizades” com as potências mundiais ou das suas necessidades estratégicas. Assim, um povo disperso pelo Mundo inteiro, pôde retornar ao território onde não era demograficamente dominante havia 2500 anos e fundar Israel, mas bascos, curdos ou uigures continuam sobre o domínio de uma ou várias entidades políticas diferentes.

Mas, nos últimos anos, as regras foram alteradas em benefício exclusivo dos EUA e seus aliados, em detrimento, ainda mais declarado, do Direito Internacional. Recentemente assistimos à independência do Kosovo, que não mais é que uma região sérvia, onde a instalação sucessiva de vagas de imigrantes albaneses, tornou esta nacionalidade maioritária. Acontece que a mesma já têm um Estado, constituindo este acto, um atentado à estabilidade de todo o globo. Em jeito de caricatura, imaginemos o que seria a ambição dos portugueses da área metropolitana de Paris ou de New Jersey, reivindicarem a criação de um estado independente, assente na proporção demográfica…

Mais flagrantes ainda, as invectivas contra a unidade territorial da Bolívia, onde se tentou promover a secessão de algumas províncias – com o apoio declarado das agências de informação americanas – cujos governadores afirmam contribuírem assimetricamente para o PIB nacional. Menos explícita, mas igualmente servindo de argumento, a diferença racista, uma vez que os brancos e mestiços são maioritários face aos indígenas. Imaginemos novamente as consequências da generalização deste tipo de soluções e, no caso português, tornar-se-ia legítima a independência do Algarve.

Neste contexto causa alguma indignação o comportamento da esmagadora maioria dos jornalistas portugueses na cobertura da recente erupção bélica no Cáucaso, onde a postura anti – Rússia foi, declarada ou implicitamente, veiculada, em contraponto à atabalhoada informação que foi fornecida nos dois casos anteriores, em que o cidadão comum nem chegou a perceber o que ocorreu de facto, aturdido pelos chavões descontextualizados sobre a ”limpeza étnica” ou ”repressão da oposição”.

Para que não restem dúvidas sobre o meu posicionamento, creio sinceramente que a invasão de outro país, sem o beneplácito das Nações Unidas, deveria ser sempre acção unanimemente condenada pela comunidade internacional. Mas existirão diferenças entre a entrada das tropas de Putin na Geórgia e os bombardeamentos da Nato na ex-Jugoslávia? Existem, de facto. Mas servem de argumento aos eslavos. Os ossetas não têm um país e a sua etno-génese demonstra que são uma entidade cultural autónoma desde os movimentos migratórios das estepes asiáticas em direcção à Europa, vai para 2500 anos enquanto os albaneses do Kosovo já tinham pátria.

Assim, os nossos jornalistas ou estão a alinhar conscientemente com os interesses americanos e dos seus aliados, ou vão confiando acriticamente nas notícias veiculadas pelas agências de informação que estes apadrinham. Na pior das hipóteses estão a calcar toda a deontologia que devia reger o seu ofício. Na melhor, estão a ser preguiçosos…

 

 

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