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Tu é que sabias, Galileu Galilei

Opinião  »  2008-09-18  »  Eduarda Gameiro

No séc. XVII, Galileu Galilei, astrónomo nascido em Pisa, postulou, reafirmando as teorias de Copérnico, que a terra se move à volta do sol. As evidências verificadas pelo italiano iam contra a doutrina da igreja, em tempos conturbados pelo surgimento do protestantismo, e punham em causa a soberania do clero. Assim, o filósofo de Pisa foi julgado pelos tribunais da Inquisição e obrigado a negar as suas hipóteses, em nome de um Deus que, por estar em tudo, também girava à volta do sol ou de outros pontos do Universo.

Desde essa altura, a mudança natural que as mentalidades sofreram permite-nos hoje encarar os enunciados de Galileu quase como verdades absolutas. Mas a nossa visão do mundo deu, também, largos passos no sentido opost A terra, de facto, gira à volta do sol, mas tudo isso oscila em redor do Homem e da sua vontade. Assim, nesta presumida omnipotência, fingimos que somos o centro do Universo e que as suas leis, que nos são anciãs e supremas, se conjugam para servir o nosso estilo de vida dirigido ao lucro e ao consumo.

Cada vez mais florestas se transformam em betão ou em deserto, e poucos são os que se opõem. A temperatura média da terra continua a aumentar, principalmente por causa da poluição, que verificou um aumento exponencial com o surgimento da indústria, mas os Estados Unidos recusaram-se a ratificar o protocolo de Quioto. A protecção do ambiente ainda é vista como um romance ridículo, uma causa fácil aos jovens para se revoltarem contra o mundo… Um entrave à economia. Mesmo nós, os inocentes que reciclam e que não deitam papéis para o chão, vamos embarcando nessa onda de inactividade e de permissividade, e, a partir de um certo ponto, deixamos de nos querer comprometer numa luta ambientalista que teimamos em não querer encarar com seriedade.

Vamos destruindo o mundo, mas as verdades de Galileu permanecem. A terra ainda gira à volta do sol, e continuará provavelmente a faze-lo muitos anos depois de a humanidade se auto-extinguir. Um dia destes, num futuro não tão remoto como queremos acreditar, as areias imortais de um deserto qualquer testemunharão um amanhecer sem pessoas no mundo, um ciclo solar sem ninguém para aquecer, uma noite sem a paz desse sono intranquilo que é a vida. E é esta nossa inactividade que nos vai condenando ao vazio.

piereluigi@gmail.com

 

 

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