Tu é que sabias, Galileu Galilei
Opinião » 2008-09-18 » Eduarda Gameiro
Desde essa altura, a mudança natural que as mentalidades sofreram permite-nos hoje encarar os enunciados de Galileu quase como verdades absolutas. Mas a nossa visão do mundo deu, também, largos passos no sentido opost A terra, de facto, gira à volta do sol, mas tudo isso oscila em redor do Homem e da sua vontade. Assim, nesta presumida omnipotência, fingimos que somos o centro do Universo e que as suas leis, que nos são anciãs e supremas, se conjugam para servir o nosso estilo de vida dirigido ao lucro e ao consumo.
Cada vez mais florestas se transformam em betão ou em deserto, e poucos são os que se opõem. A temperatura média da terra continua a aumentar, principalmente por causa da poluição, que verificou um aumento exponencial com o surgimento da indústria, mas os Estados Unidos recusaram-se a ratificar o protocolo de Quioto. A protecção do ambiente ainda é vista como um romance ridículo, uma causa fácil aos jovens para se revoltarem contra o mundo… Um entrave à economia. Mesmo nós, os inocentes que reciclam e que não deitam papéis para o chão, vamos embarcando nessa onda de inactividade e de permissividade, e, a partir de um certo ponto, deixamos de nos querer comprometer numa luta ambientalista que teimamos em não querer encarar com seriedade.
Vamos destruindo o mundo, mas as verdades de Galileu permanecem. A terra ainda gira à volta do sol, e continuará provavelmente a faze-lo muitos anos depois de a humanidade se auto-extinguir. Um dia destes, num futuro não tão remoto como queremos acreditar, as areias imortais de um deserto qualquer testemunharão um amanhecer sem pessoas no mundo, um ciclo solar sem ninguém para aquecer, uma noite sem a paz desse sono intranquilo que é a vida. E é esta nossa inactividade que nos vai condenando ao vazio.
piereluigi@gmail.com
Tu é que sabias, Galileu Galilei
Opinião » 2008-09-18 » Eduarda GameiroDesde essa altura, a mudança natural que as mentalidades sofreram permite-nos hoje encarar os enunciados de Galileu quase como verdades absolutas. Mas a nossa visão do mundo deu, também, largos passos no sentido opost A terra, de facto, gira à volta do sol, mas tudo isso oscila em redor do Homem e da sua vontade. Assim, nesta presumida omnipotência, fingimos que somos o centro do Universo e que as suas leis, que nos são anciãs e supremas, se conjugam para servir o nosso estilo de vida dirigido ao lucro e ao consumo.
Cada vez mais florestas se transformam em betão ou em deserto, e poucos são os que se opõem. A temperatura média da terra continua a aumentar, principalmente por causa da poluição, que verificou um aumento exponencial com o surgimento da indústria, mas os Estados Unidos recusaram-se a ratificar o protocolo de Quioto. A protecção do ambiente ainda é vista como um romance ridículo, uma causa fácil aos jovens para se revoltarem contra o mundo… Um entrave à economia. Mesmo nós, os inocentes que reciclam e que não deitam papéis para o chão, vamos embarcando nessa onda de inactividade e de permissividade, e, a partir de um certo ponto, deixamos de nos querer comprometer numa luta ambientalista que teimamos em não querer encarar com seriedade.
Vamos destruindo o mundo, mas as verdades de Galileu permanecem. A terra ainda gira à volta do sol, e continuará provavelmente a faze-lo muitos anos depois de a humanidade se auto-extinguir. Um dia destes, num futuro não tão remoto como queremos acreditar, as areias imortais de um deserto qualquer testemunharão um amanhecer sem pessoas no mundo, um ciclo solar sem ninguém para aquecer, uma noite sem a paz desse sono intranquilo que é a vida. E é esta nossa inactividade que nos vai condenando ao vazio.
piereluigi@gmail.com
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
|
Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia |