Terceira Jornada
Opinião » 2008-09-25 » Eduarda Gameiro
O clube de Alvalade foi o único dos ”três grandes” que não teve necessidade de operar uma renovação nos pontos-chave do seu plantel. Sem contar com o conflito com Vukcevic, não perdeu os jogadores principais e até se reforçou bem, fazendo regressar Rochemback, um homem da casa que encaixa que nem uma luva no esquema táctico habitual. Assim, a sua liderança nesta fase inicial do campeonato, sendo justa, era já bastante previsível.
Os outros dois ”grandes”, por sua vez, sofreram várias mudanças em diversos sectores. O Benfica mudou de treinador e, com uma série de reforços que chegaram rotulados de craques, corre ainda em busca do entrosamento e da qualidade de jogo necessárias a uma boa campanha. Mas, mesmo vendo esses atributos ainda distantes, não há que desesperar… A imprensa perdoa que o Benfica jogue mal para já e, consequentemente, os adeptos também vão fechando os olhos. Ainda há muito campeonato pela frente, e não é tão duro ver o clube da Luz ir perdendo pontos como seria se tal acontecesse daqui a 15 jornadas.
Mas, e o Porto? O que seria de esperar, nesta fase da temporada, de uma equipa que perdeu 3 dos melhores jogadores do campeonato nacional nas temporadas transactas? A saída de Quaresma está compensada com várias alternativas de qualidade, mas é inegável que a debandada (que não tem outro nome) de Paulo Assunção deixou uma lacuna difícil de preencher no esquema táctico dos Dragões, e que Bosingwa não tem um substituto que chegue aos seus calcanhares. Porque é que, então, é assim tão inaceitável, para já, perder 4 pontos em duas deslocações difíceis?
Por outro lado, a pressão recai também sobre as exibições de Rodriguez. Mesmo fazendo parte de um onze completamente novo com uma estrutura táctica diferente, diz-se que tarda a aparecer na sua melhor forma e questiona-se sobre se a sua contratação terá sido realmente lucrativa ou se terá sido apenas uma jogada política. Custará assim tanto ao Benfica perder um jogador chave para um rival economicamente mais forte? E em que é que esta tentativa de coacção acrescida, sobre um clube que é, à partida, o representante mais forte de Portugal na Liga dos Campeões, beneficia o nosso futebol?
Se deixarmos que o verdadeiro jogo, aquele que acontece entre os artistas efectivos, seja prejudicado pelo que é praticado fora das quatro linhas (entre os ”artistas” das direcções e da imprensa, em guerras políticas e internas que nada contribuem para o melhorar) o resto da Europa vai-nos continuar a ultrapassar e a espezinhar com facilidade, como tem feito nos últimos anos e como vai fazendo cada vez que um clube português estica um bocadinho a cabeça à Liga dos Campeões ou à Taça UEFA, que é onde estão o verdadeiro dinheiro e o verdadeiro crescimento. Mas parece que há quem se contente em destabilizar os nossos representantes lá fora, para poder vencer cá dentro… E ainda só vamos na terceira jornada…
Terceira Jornada
Opinião » 2008-09-25 » Eduarda GameiroO clube de Alvalade foi o único dos ”três grandes” que não teve necessidade de operar uma renovação nos pontos-chave do seu plantel. Sem contar com o conflito com Vukcevic, não perdeu os jogadores principais e até se reforçou bem, fazendo regressar Rochemback, um homem da casa que encaixa que nem uma luva no esquema táctico habitual. Assim, a sua liderança nesta fase inicial do campeonato, sendo justa, era já bastante previsível.
Os outros dois ”grandes”, por sua vez, sofreram várias mudanças em diversos sectores. O Benfica mudou de treinador e, com uma série de reforços que chegaram rotulados de craques, corre ainda em busca do entrosamento e da qualidade de jogo necessárias a uma boa campanha. Mas, mesmo vendo esses atributos ainda distantes, não há que desesperar… A imprensa perdoa que o Benfica jogue mal para já e, consequentemente, os adeptos também vão fechando os olhos. Ainda há muito campeonato pela frente, e não é tão duro ver o clube da Luz ir perdendo pontos como seria se tal acontecesse daqui a 15 jornadas.
Mas, e o Porto? O que seria de esperar, nesta fase da temporada, de uma equipa que perdeu 3 dos melhores jogadores do campeonato nacional nas temporadas transactas? A saída de Quaresma está compensada com várias alternativas de qualidade, mas é inegável que a debandada (que não tem outro nome) de Paulo Assunção deixou uma lacuna difícil de preencher no esquema táctico dos Dragões, e que Bosingwa não tem um substituto que chegue aos seus calcanhares. Porque é que, então, é assim tão inaceitável, para já, perder 4 pontos em duas deslocações difíceis?
Por outro lado, a pressão recai também sobre as exibições de Rodriguez. Mesmo fazendo parte de um onze completamente novo com uma estrutura táctica diferente, diz-se que tarda a aparecer na sua melhor forma e questiona-se sobre se a sua contratação terá sido realmente lucrativa ou se terá sido apenas uma jogada política. Custará assim tanto ao Benfica perder um jogador chave para um rival economicamente mais forte? E em que é que esta tentativa de coacção acrescida, sobre um clube que é, à partida, o representante mais forte de Portugal na Liga dos Campeões, beneficia o nosso futebol?
Se deixarmos que o verdadeiro jogo, aquele que acontece entre os artistas efectivos, seja prejudicado pelo que é praticado fora das quatro linhas (entre os ”artistas” das direcções e da imprensa, em guerras políticas e internas que nada contribuem para o melhorar) o resto da Europa vai-nos continuar a ultrapassar e a espezinhar com facilidade, como tem feito nos últimos anos e como vai fazendo cada vez que um clube português estica um bocadinho a cabeça à Liga dos Campeões ou à Taça UEFA, que é onde estão o verdadeiro dinheiro e o verdadeiro crescimento. Mas parece que há quem se contente em destabilizar os nossos representantes lá fora, para poder vencer cá dentro… E ainda só vamos na terceira jornada…
Família tradicional e luta do bem contra o mal - jorge carreira maia » 2024-04-24 » Jorge Carreira Maia A publicação do livro Identidade e Família – Entre a Consistência da Tradição e os Desafios da Modernidade, apresentado por Passos Coelho, gerou uma inusitada efervescência, o que foi uma vitória para os organizadores desta obra colectiva. |
Caminho de Abril - maria augusta torcato » 2024-04-22 » Maria Augusta Torcato Olho para o meu caminho e fico contente. Acho mesmo que fiz o caminho de Abril. O caminho que Abril representa. No entanto, a realidade atual e os desafios diários levam-me a desejar muito que este caminho não seja esquecido, não por querer que ele se repita, mas para não nos darmos conta, quase sem tempo de manteiga nos dentes, que estamos, outra vez, lá muito atrás e há que fazer de novo o caminho com tudo o que isso implica e que hoje seria incompreensível e inaceitável. |
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Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
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Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
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A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |