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Os inimigos da escola

Opinião  »  2008-11-13  »  Santana-Maia Leonardo

1. Os sindicatos de professores são hoje os principais responsáveis pela degradação pública da imagem dos professores e os maiores empecilhos à dignificação da profissão. Em primeiro lugar, a multiplicação dos sindicatos, por cor política, só por si, já é suficiente para descredibilizar por completo a classe docente. Em segundo lugar, os sindicatos de professores transformaram-se num autêntico albergue espanhol onde cabe toda a gente e onde ninguém se revê: educadores de infância, professores primários, professores do ensino secundário, professores com habilitações, professores sem habilitações, professores licenciados, professores com cursos por correspondência, etc. etc.

Como pode um sindicato representar e defender toda esta gente, quando, é certo, os interesses deste grupo heterogéneo de pessoas são, regra geral, contraditórios e conflituosos?

É óbvio que os sindicatos de professores, ao quererem representar toda a gente, acabam por não representar ninguém. E não me venham com a velha máxima socialista: «somos todos professores, logo somos todos iguais». O problema é que não somos.

E como toda a gente já se apercebeu (inclusive, os professores), o albergue espanhol em que se transformaram os sindicatos impede-os de serem um parceiro credível em qualquer reforma educativa. Aliás, os sindicatos de professores e as associações de pais foram os principais responsáveis pelo fracasso das últimas reformas educativas (designadamente a de Fraústo da Silva), na medida em que as alterações que impuseram e vieram a ser aceites subverteram e destruíram completamente o espírito da reforma.

Há mais de 15 anos que toda a gente que conhece, por dentro, a realidade da Educação em Portugal sabe que uma das principais causas da degradação do nosso sistema de ensino reside na irracional sobrecarga lectiva dos horários dos alunos. Isso não só contribui decisivamente para o insucesso escolar (na medida em que impede a assimilação das matérias, por falta de tempo, por parte dos alunos com menos capacidades intelectuais ou com pais com menos capacidade económica) como também impossibilita qualquer estratégia de remediação, por não haver espaço disponível para o efeito no horário do aluno.

E já que se gosta tanto de falar da Finlândia, comparem-se os horários dos alunos finlandeses com os horários dos alunos portugueses e o número de disciplinas que cada um tem. Só que, quando se chega aqui, sindicatos, associações de pais e comentadores (também pais), assobiam para o lado e fingem que não percebem.

É muito fácil encher a boca com a qualidade de ensino, mas, na hora da verdade, nem sindicatos, nem associações de pais, nem comentadores, nem partidos políticos, são capazes de defender as medidas adequadas para se alcançar esse objectivo. E a razão é muito simples de entender: porque nem os sindicatos querem ouvir falar em menos disciplinas (logo, menos professores), nem as associações de pais querem ouvir falar em redução da carga horária dos seus filhos. Ou seja, os sindicatos olham a escola como um centro de emprego para os seus filiados e as associações de pais como um depósito para os seus filhos.
 

2. Hoje é moda as nossas cidades geminarem-se com cidades estrangeiras. O princípio é louvável, na medida em que proporciona o intercâmbio entre diferentes culturas. O problema é que o português, em regra, é sábio a invocar bons princípios para prosseguir maus fins. E a verdade é que grande parte das nossas autarquias têm multiplicado as geminações, sem qualquer benefício para município, a não ser a de proporcionar, à conta dos contribuintes, férias pagas no estrangeiro aos presidentes de câmara, aos vereadores e às associações recreativas e culturais amigas.

http://sol.sapo.pt/blogs/contracorrente

 

 

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