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O complexo do pai

Opinião  »  2008-12-11  »  AnabelaSantos

Há anos. Em finais dos anos oitenta. Um político. De origem humilde – todos os políticos gostam de dizer que são de famílias humildes – correu para o telefone e disse: papá, sou ministro. Rasgava-lhe a boca um sorriso de felicidade. Sendo baixo, sentiu-se crescido. E mergulhou de cabeça na política. Ficava senhor do poder. Ia fazer parte do grupo acima da justiça., uma justiça de classes. Mas no fundo, sempre justiça. Mesmo quando tem capacidade. De levantar escândalos e fazê-los esquecer. Como no caso do BCP. Quem fala dos milhões sem retorno e da complexa máquina que de tão investigada, pariu um rato.

Recordo aquela senhora idosa que num supermercado comeu sem autorização um bolo de um euro. Ela, gasta da vida*. A boca farta de batata cozida e sardinha. Não resistiu ao sacrilégio. De olhar prateleiras cheias de tudo que ela não tinha. De tudo o que há muito não provava. E foi presa.

Os jornais dão a notícia do BPN. Todo o sistema bancário estremece. Oliveira e Costa, desviou sessenta e seis milhões. O ex-ministro Arlindo Cunha, recebe quase onze milhões. Havia um gordo saco azul e pagamentos por fora. O nome de Dias Loureiro apareceu metido em tudo isto. Com declarações sucessivas de inocência. Aparece na televisão gaguejando desculpas. E quando se esperava. Que mesmo não sendo arguido. Pediria excusa do conselho de Estado. Até tudo se esclarecer. Resolveu correr para junto do Presidente da República. A justificar a sua inocência . Deve haver nos golpes políticos. Poucos tão carregados de optimismo. Tão perigosos de arrastar nomes para a discussão pública. Como esta atitude de Dias Loureiro. Voltou a funcionar o golpe do paizinho. Já que Cavaco Silva. Com uma conduta austera e invulnerável à intriga política. E pela honestidade de comportamento. A sombra protectora dos meninos mal comportados. Até o PS, acolhedor de arguidos em processos de pedofilia. Presos preventivos. Mas que nenhum tribunal julgou inocente. Recebido com palavras na Assembleia. Até o PS veio a terreiro declarar que Dias Loureiro não podia ser ouvido em comissão parlamentar. Agora porém, sabendo-se que uma forma de matar a justiça . É pôr comissões a funcionar. Volta com a palavra atrás.

Estamos pois num país. Onde o chefe do Governo copia mais do Estado Novo as palavras e os gestos. Fala-se até que já domina quase toda a imprensa. E dá ordens para silenciar o que não lhe convém.

E assim ficamos. Com um ministro das Finanças que o Finantial Times classifica como ”o pior ministro de 19 países da CE”. Com o BPN misturado com bancos de Cabo Verde. E com uma democracia que ”segue dentro de momentos”. Tão criticada por todos. Mas de facto tão parada há tempo. Que só admira que Manuela Ferreira Leite, só agora desse por isso.

Mas fiquemos por aqui. Primeiro de Dezembro de 2008, com pena que Filipe de Espanha não tenha feito em Lisboa a capital da Ibéria.

Choremos pelo Benfica, que empatou na Luz com o Setúbal. E tomemos consciência que votar, neste país – sempre os mesmos – e validar os que se abotoam com o suor do povo que é português.

*Miguel Portas no ”Sol” de 22/11/2008

 

 

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