Nova inquisição
Opinião » 2008-12-30 » AnabelaSantos
As leis revelam-se cada vez mais mais. Com um emaranhado de palavras escritas. Com sentido duvidoso. Propositadamente duvidoso. Que sendo lidas de igual modo por todos. Permitem a cada um. Interpretá-las da sua maneira. À sua maneira. Moldadas aos mais sacanas interesses. E é, subjugado à obrigação bolorenta de respeitar essas normas. Manipuladas alegadamente em muitos casos por interpretações de personalidades. Sofrendo de impostos recalcados. E encontram na exibição do seu poder. Um modo de compensação. Dos mais recônditos desvios que se ocultam em cogitações arterioscleroticas ou necessidade nascisista. De saltarem para o poleiro das notícias.
Com facilidade penso que há muito pedófilo encapotado. Nos que pretendem exibir mãos lavadas. Em processos que se arrastam por entre devaneios babosos. Hemorróidas ou secretas masturbações.
O correr dos anos e uma longa carreira na medicina. Conseguiram que ouvisse dezenas de milhares de confissões. Que se me fazem compreender. Que cada ser humano tem o seu comportamento. As suas razões. E as suas desculpas. Freud com as suas teorias revolucionárias. Escondia aberrações comportamentais importantes.
Se no meio de todo este meu acrisolado respeito pelos códigos. Dou por mim a ler que António Cluny, procurador geral-adjunto afirma que em Portugal ”a justiça não está preparada para punir os poderosos”.
Temo pelas palavras de Sócrates Pinto de Sousa. Quando afirma que a democracia não obriga a obedecer. Fico assustado e descrente, no sistema em que a justiça está inserida.
Mas deixo-me de falar sobre o que não acredito. E sinto necessidade de desabafar sobre o que me atormenta. Refiro-me ao meu pasmo sobre o que se tem passado. Com o caso da pequena Esmeralda.
Não conheço se a mãe procedeu bem. Mas razões poderosas deverão ter levado a que concedesse a outros a tutela da sua filha. Desconheço porque razão. Desde o nascimento o pai só agora sentiu despertar o instinto de posse dos seus direitos paternais. Não sei se todos os actos da mãe afectiva, foral abençoados pela lei. E se o comportamento do pai afectivo foi sempre tão claro, como parece ser limpar a sua folha de serviço militar.
O que sei, é que é muito estranho. Que uma criança. Seja alvo de um público processo de destruição. Em que acaba por parecer. Que o que se pretende é uma exibição de poderes jurídicos. Ou a legítima defesa do coração de uma criança. Desconheço, se os juízes dos Tribunal de Torres Novas. Possuem formação específica, que lhe permita ”interpretar” a leu. Segundo o verdadeiro interesse da criança que se pretende defender. Choca-me ver a unidade de psiquiatria da universidade de Coimbra, dar pareceres que são postos em dúvida. Ponho em dúvida se o serviço de pediatria psiquiátrica de Santarém. É mais competente do que a de Coimbra. Duvido que passados muitos anos, em comissões de menores. Tenha concluído que os pareceres de técnicos do Instituto de Inserção Social. Sejam mais válidos que pareceres do Supremo, da Relação, da Psiquiatria de Coimbra ou de Santarém. Ainda ninguém me explicou – pouco importa a mim, mas sim à criança – se de facto os seus direitos. O equilíbrio psico, físico, está de facto com o futuro salvaguardado. E se o espectáculo periódico a que se assiste em Torres Novas. Na Rua 25 de Abril. Não é possível de terminar por acordo de gente com formação requerida. Para resolver o caso. Sem a presença da criança.
Além de uma cidade em que a democracia há anos parece suspensa. Só nos faltava sermos o teatro de um processo. Que é capaz de introduzir em muitos cérebros. A ideia de que a Inquisição ainda deixou vestígios.
Nova inquisição
Opinião » 2008-12-30 » AnabelaSantosAs leis revelam-se cada vez mais mais. Com um emaranhado de palavras escritas. Com sentido duvidoso. Propositadamente duvidoso. Que sendo lidas de igual modo por todos. Permitem a cada um. Interpretá-las da sua maneira. À sua maneira. Moldadas aos mais sacanas interesses. E é, subjugado à obrigação bolorenta de respeitar essas normas. Manipuladas alegadamente em muitos casos por interpretações de personalidades. Sofrendo de impostos recalcados. E encontram na exibição do seu poder. Um modo de compensação. Dos mais recônditos desvios que se ocultam em cogitações arterioscleroticas ou necessidade nascisista. De saltarem para o poleiro das notícias.
Com facilidade penso que há muito pedófilo encapotado. Nos que pretendem exibir mãos lavadas. Em processos que se arrastam por entre devaneios babosos. Hemorróidas ou secretas masturbações.
O correr dos anos e uma longa carreira na medicina. Conseguiram que ouvisse dezenas de milhares de confissões. Que se me fazem compreender. Que cada ser humano tem o seu comportamento. As suas razões. E as suas desculpas. Freud com as suas teorias revolucionárias. Escondia aberrações comportamentais importantes.
Se no meio de todo este meu acrisolado respeito pelos códigos. Dou por mim a ler que António Cluny, procurador geral-adjunto afirma que em Portugal ”a justiça não está preparada para punir os poderosos”.
Temo pelas palavras de Sócrates Pinto de Sousa. Quando afirma que a democracia não obriga a obedecer. Fico assustado e descrente, no sistema em que a justiça está inserida.
Mas deixo-me de falar sobre o que não acredito. E sinto necessidade de desabafar sobre o que me atormenta. Refiro-me ao meu pasmo sobre o que se tem passado. Com o caso da pequena Esmeralda.
Não conheço se a mãe procedeu bem. Mas razões poderosas deverão ter levado a que concedesse a outros a tutela da sua filha. Desconheço porque razão. Desde o nascimento o pai só agora sentiu despertar o instinto de posse dos seus direitos paternais. Não sei se todos os actos da mãe afectiva, foral abençoados pela lei. E se o comportamento do pai afectivo foi sempre tão claro, como parece ser limpar a sua folha de serviço militar.
O que sei, é que é muito estranho. Que uma criança. Seja alvo de um público processo de destruição. Em que acaba por parecer. Que o que se pretende é uma exibição de poderes jurídicos. Ou a legítima defesa do coração de uma criança. Desconheço, se os juízes dos Tribunal de Torres Novas. Possuem formação específica, que lhe permita ”interpretar” a leu. Segundo o verdadeiro interesse da criança que se pretende defender. Choca-me ver a unidade de psiquiatria da universidade de Coimbra, dar pareceres que são postos em dúvida. Ponho em dúvida se o serviço de pediatria psiquiátrica de Santarém. É mais competente do que a de Coimbra. Duvido que passados muitos anos, em comissões de menores. Tenha concluído que os pareceres de técnicos do Instituto de Inserção Social. Sejam mais válidos que pareceres do Supremo, da Relação, da Psiquiatria de Coimbra ou de Santarém. Ainda ninguém me explicou – pouco importa a mim, mas sim à criança – se de facto os seus direitos. O equilíbrio psico, físico, está de facto com o futuro salvaguardado. E se o espectáculo periódico a que se assiste em Torres Novas. Na Rua 25 de Abril. Não é possível de terminar por acordo de gente com formação requerida. Para resolver o caso. Sem a presença da criança.
Além de uma cidade em que a democracia há anos parece suspensa. Só nos faltava sermos o teatro de um processo. Que é capaz de introduzir em muitos cérebros. A ideia de que a Inquisição ainda deixou vestígios.
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
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Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
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