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O engenheiro

Opinião  »  2009-03-05  »  AnabelaSantos

Pensei em tempos que a política era um jogo com interesse. Houve alturas em que quase me tentei mergulhar nela.

Aos poucos fui percebendo que havia muito boa gente. E muita gente má. Sobretudo cansou-me que se não fizesse uma discussão aberta. Que se discutisse o país. O futuro. Ninguém diz que temos que fazer um país novo. No 25 de Abril ainda se ouviu falar disso. Depois acabou-se. O Partido Comunista é que tinha o segredo do futuro. Mas logo o Partido Socialista se zangou. Porque do futuro tinha ele a receita certa. Como se não chegasse tudo isto. Apareceu um projecto do PSD para todos nós. E depois o CDS. Na altura com Freitas do Amaral. Pelos cantos, um monte de pequenos partidos. Muito úteis. Ferroadas em todo o lado, como moscas picando em tarde de Verão. Um rabo de boi já gasto.

Assim notei aos poucos, que nada mudava. Os políticos perceberam que podiam ganhar a vida não fazendo nada. Um Paulo Portas visitador de mercados. E um Francisco Louçã dizendo o que o povo gosta de ouvir. E a mistura do capital com a política foi-se revelando rentável. O poder política garantia capital. E o capital garantia políticos. Foi assim que a estrutura do poder se tornou circular. Repetem-se os mesmos, para repartir o mesmo. No interior da política sabe-se onde rende o dinheiro. Cá fora os negócios proliferam. Lá dentro os políticos falam pouco. Silenciam-se para lhes ser acessível o retorno do capital. Os Verdes falam da ecologia. Os sisudos senhores da política vão abatendo sobreiros. E sugando os construtores civis.

Para manter a estrutura. À custa da pasmaceira dos escravos do poder. Era preciso um líder. Rodeado de profissionais do capital. Aureolados com a capa da doutrina social benfazeja.

Surge finalmente um novo político intolerante. Ninguém fala em ditadores. Porque ditador houve apenas um. Enterrado em Santa Comba.

Aqui e ali a intolerância reaparece como censura. Tribunal para um professor. Ordem para não se ouvir Dias Loureiro. A polícia entra nas livrarias para salvar o moral. Ameaçada pelo monte de virus exuberante. Pintado por Gustav Courbet.

Ridiculamente o chefe passeia as perninhas ossudas por tudo que é passeio ao ar livre. Isto é. antes de qualquer acção política. Em qualquer capital. Os joelhos ossudos de José Sócrates. Dão espectáculo de correrem com os seguranças.

O rapaz entusiasma-se. Discursa. É preciso reparar. Que as palavras são sempre as mesmas. Não dizem nada. Só trocam de lugar. Sócrates, diz Marcelo Rebelo de Sousa, é um chico esperto. Couto Nogueira, acha-o com um passado de trapalhice. Com um curso de engenheiro que não se esclarece com assinaturas de projectos que são pouco claros. Com negócios em Alcochete que não virão com a verdade ao de cima.

Como é doloroso falar disto. Falemos do que o povo gosta. Não importa discutir o futuro. Nem a fome. Nem o desemprego.

Vamos com urgência discutir o casamento dos homossexuais. Que respeito. Mas não considero prioritário. Falar de justiça? Mas o que importa é a eutanásia.

Será que não chega o tempo de Portugal acontecer?

Falemos pois de Scolari, do futebol. Do brilhantismo do Bento. E de Ronaldo, o enseminador.

 

 

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