O Golpe e os Spas
Opinião » 2009-06-11 » AnabelaSantos
”Demos cabo do país e não foi por falta de avisos nem por particular estupidez dos governantes. Foi, claramente, para servir os interesses particulares que perpetuamente vegetam à sombra do Estado.” - Miguel Sousa Tavares
Cansei-me de homens que julgam ter sempre razão. Deito-me aliviado, sem o cadáver da maioria absoluta a tirar-me o sono.
Sinto que volto a acreditar que talvez seja possível viver em liberdade. Dizer o que penso sem ser enviado a tribunal. Pode ter opiniões divergentes do grande chefe. Sem que a ditadura espreite. Disfarçada com a roupa de uma democracia que não existe.
Penso que não entendo, que um país que teve Salazar. Se cale todo com medo de um novo ditador. Disfarçado de fato novo. Mais bem vestido e moderno. Sem botas. Governando no centro de uma teia de gente rica roubando escandalosamente. Os que não comem. Não têm emprego. Não têm futuro. Julguei não ser possível no meu país. Gente a chorar à porta de um banco. Enquanto os responsáveis jantam nos restaurantes de Cascais. À beira da praia do guincho.
Mário Lino, continua a engasgar-se a falar de ”obras estruturantes”. Que lhe interessam. Que interessam à Mota-Eugil do Sr. Jorge Coelho. Aos dinheiros do Sr. Gomes que veio do Porto. Do Sr. Armando Vara. Que também era pobre quando nasceu. Mas que veio de um balção de banco de Trás-os-Montes, até vice-Presidente do BCP.
No meio de tudo isto, o sorriso de José Sócrates. Que inventou um discurso que serve para tudo. Ainda bem que as coisas acontecem. Porque se são boas, mostram com clareza a política do Governo. Podendo deixar aperfeiçoar ainda mais o futuro. Se não estão bem, é um privilégio, porque permite melhorar o futuro. Dar o seu melhor. E ter a possibilidade de dar aos portugueses o futuro que merecem. O dinheiro vai para comprar bancos a ladrões. Tapar os buracos dos roubos. Esconder a vergonha da pilhagem.
Sobram as receitas para falar do TGV. E do novo aeroporto. Não o há para pagar aos pescadores. Que aos poucos ficam sem barcos. Sem peixe. E uma família sem pão.
Antes da União Europeia, produziamos grande parte do que comíamos. Agora prolifera o imobiliário. As grandes superfícies mataram o comércio. Situadas na periferia das cidades. Mataram o coração da vida urbana.
Tudo o que é terreno agrícola. Duma terra onde cada vez há menos terra. De um mundo onde o calor aumenta. Onde os peixes tropicais já aparecem no Atlântico norte, vamos embasbacados.
Assiti ao proliferar de urbanizações para expansão turística. Deixando-nos apalpar em um qualquer SPA. Vamos todos. Como dizia Miguel Sousa Tavares, comer betão e jogar golfe. Perante uma governação inteligente, que importância têm os que morrem de fome?
O futuro está nas Caraíbas. Não é preciso pensar. Nem trabalhar. Está tudo bem. Não sujem o fato do Sr. Primeiro-Ministro.
O Golpe e os Spas
Opinião » 2009-06-11 » AnabelaSantos”Demos cabo do país e não foi por falta de avisos nem por particular estupidez dos governantes. Foi, claramente, para servir os interesses particulares que perpetuamente vegetam à sombra do Estado.” - Miguel Sousa Tavares
Cansei-me de homens que julgam ter sempre razão. Deito-me aliviado, sem o cadáver da maioria absoluta a tirar-me o sono.
Sinto que volto a acreditar que talvez seja possível viver em liberdade. Dizer o que penso sem ser enviado a tribunal. Pode ter opiniões divergentes do grande chefe. Sem que a ditadura espreite. Disfarçada com a roupa de uma democracia que não existe.
Penso que não entendo, que um país que teve Salazar. Se cale todo com medo de um novo ditador. Disfarçado de fato novo. Mais bem vestido e moderno. Sem botas. Governando no centro de uma teia de gente rica roubando escandalosamente. Os que não comem. Não têm emprego. Não têm futuro. Julguei não ser possível no meu país. Gente a chorar à porta de um banco. Enquanto os responsáveis jantam nos restaurantes de Cascais. À beira da praia do guincho.
Mário Lino, continua a engasgar-se a falar de ”obras estruturantes”. Que lhe interessam. Que interessam à Mota-Eugil do Sr. Jorge Coelho. Aos dinheiros do Sr. Gomes que veio do Porto. Do Sr. Armando Vara. Que também era pobre quando nasceu. Mas que veio de um balção de banco de Trás-os-Montes, até vice-Presidente do BCP.
No meio de tudo isto, o sorriso de José Sócrates. Que inventou um discurso que serve para tudo. Ainda bem que as coisas acontecem. Porque se são boas, mostram com clareza a política do Governo. Podendo deixar aperfeiçoar ainda mais o futuro. Se não estão bem, é um privilégio, porque permite melhorar o futuro. Dar o seu melhor. E ter a possibilidade de dar aos portugueses o futuro que merecem. O dinheiro vai para comprar bancos a ladrões. Tapar os buracos dos roubos. Esconder a vergonha da pilhagem.
Sobram as receitas para falar do TGV. E do novo aeroporto. Não o há para pagar aos pescadores. Que aos poucos ficam sem barcos. Sem peixe. E uma família sem pão.
Antes da União Europeia, produziamos grande parte do que comíamos. Agora prolifera o imobiliário. As grandes superfícies mataram o comércio. Situadas na periferia das cidades. Mataram o coração da vida urbana.
Tudo o que é terreno agrícola. Duma terra onde cada vez há menos terra. De um mundo onde o calor aumenta. Onde os peixes tropicais já aparecem no Atlântico norte, vamos embasbacados.
Assiti ao proliferar de urbanizações para expansão turística. Deixando-nos apalpar em um qualquer SPA. Vamos todos. Como dizia Miguel Sousa Tavares, comer betão e jogar golfe. Perante uma governação inteligente, que importância têm os que morrem de fome?
O futuro está nas Caraíbas. Não é preciso pensar. Nem trabalhar. Está tudo bem. Não sujem o fato do Sr. Primeiro-Ministro.
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
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2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
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