Mandar e comandar
Opinião » 2009-07-10 » Santana-Maia Leonardo
Como dizia ainda recentemente António Cerejeira, director de recursos humanos da IBM: «O que faz a diferença são as pessoas. Se tivermos empregados motivados, isso terá impacto no resultado». Acontece que os nossos dirigentes, mal se apanham no poleiro, transformam-se completamente. Como diz o povo, «se queres ver um pobre soberbo, dá-lhe a chave de um palheiro».
Fui o 1º classificado do curso de oficiais de Mafra e fiz o serviço militar no BIMec de Santa Margarida. A minha companhia era sempre escolhida para as demonstrações, devido ao seu elevado grau de operacionalidade.
A explicação para o sucesso da minha companhia é muito fácil de perceber. Nas outras companhias, os oficiais distinguiam-se por vestir casaco de cabedal, usar óculos escuros e dar ordens. Na minha companhia, os oficiais não se distinguiam dos soldados por nenhuma peça de vestuário porque só usavam as peças de vestuário que os soldados podiam usar. Na minha companhia, os oficiais distinguiam-se dos soldados por outras razões: nos exercícios, o oficial era o primeiro a fazê-los; nas refeições, o oficial era o último a ser servido.
E é assim que deve ser. Há uma grande diferença entre mandar e comandar. Quem manda dá ordens; quem comanda dá o exemplo. À medida que se sobe na escala hierárquica, devem aumentar as obrigações e diminuir os direitos.
Mas este é um mal português muito antigo. Já Camões se queixava disso mesmo ao rei D. Sebastião, no final do Canto X de ”Os Lusíadas”: «Fazei, Senhor, que nunca os admirados/ Alemães, Galos, Ítalos e Ingleses,/ Possam dizer que são pera mandados,/ Mais que pera mandar, os Portugueses.»
A crise e o socialismo
A Europa vive hoje mergulhada numa profunda crise. Todos sentimos isso.
Mas por que razão é que, num momento tão grave das nossas vidas, os povos da Europa derrotaram nas urnas todos os governos socialistas e deram a vitória a todos os governos não socialistas?
A resposta só pode ser uma: porque os povos da Europa sabem, por experiência própria, que os socialistas são mais eficazes a distribuir miséria do que a criar riqueza.
As guerras do bastonário
Como toda a gente sabe, não sou um defensor nem do estilo, nem dos métodos do actual Bastonário da Ordem dos Advogados. Agora também é verdade que o actual Bastonário é o fruto natural da árvore plantada pelos anteriores Bastonários, excepção feita ao Dr Pires de Lima.
Com efeito, apesar de a advocacia ser uma profissão liberal na sua essência, a verdade é que foi acometida dos mesmos vícios que enfermam a nossa sociedade. Ou seja, enquanto a nobreza ia enchendo a pança à conta das ligações promíscuas que têm com o poder político (estatal e autárquico), foi crescendo uma plebe de descamisados que vivem exclusivamente das esmolas do apoio judiciário. Ambos vivem do Estad só que, enquanto os grandes escritórios levam o grosso da fatia à conta das amizades que foram angariando na vida política, os descamisados precisam para comer que lhes paguem as defesas oficiosas.
Marinho Pinto representa, precisamente, a voz dos descamisados. E a voz dos descamisados é sempre demagógica, populista e perigosa. Vive la Révolution Française! Liberté! Egalité! Fraternité!
http://sol.sapo.pt/blogs/contracorrente
Mandar e comandar
Opinião » 2009-07-10 » Santana-Maia LeonardoComo dizia ainda recentemente António Cerejeira, director de recursos humanos da IBM: «O que faz a diferença são as pessoas. Se tivermos empregados motivados, isso terá impacto no resultado». Acontece que os nossos dirigentes, mal se apanham no poleiro, transformam-se completamente. Como diz o povo, «se queres ver um pobre soberbo, dá-lhe a chave de um palheiro».
Fui o 1º classificado do curso de oficiais de Mafra e fiz o serviço militar no BIMec de Santa Margarida. A minha companhia era sempre escolhida para as demonstrações, devido ao seu elevado grau de operacionalidade.
A explicação para o sucesso da minha companhia é muito fácil de perceber. Nas outras companhias, os oficiais distinguiam-se por vestir casaco de cabedal, usar óculos escuros e dar ordens. Na minha companhia, os oficiais não se distinguiam dos soldados por nenhuma peça de vestuário porque só usavam as peças de vestuário que os soldados podiam usar. Na minha companhia, os oficiais distinguiam-se dos soldados por outras razões: nos exercícios, o oficial era o primeiro a fazê-los; nas refeições, o oficial era o último a ser servido.
E é assim que deve ser. Há uma grande diferença entre mandar e comandar. Quem manda dá ordens; quem comanda dá o exemplo. À medida que se sobe na escala hierárquica, devem aumentar as obrigações e diminuir os direitos.
Mas este é um mal português muito antigo. Já Camões se queixava disso mesmo ao rei D. Sebastião, no final do Canto X de ”Os Lusíadas”: «Fazei, Senhor, que nunca os admirados/ Alemães, Galos, Ítalos e Ingleses,/ Possam dizer que são pera mandados,/ Mais que pera mandar, os Portugueses.»
A crise e o socialismo
A Europa vive hoje mergulhada numa profunda crise. Todos sentimos isso.
Mas por que razão é que, num momento tão grave das nossas vidas, os povos da Europa derrotaram nas urnas todos os governos socialistas e deram a vitória a todos os governos não socialistas?
A resposta só pode ser uma: porque os povos da Europa sabem, por experiência própria, que os socialistas são mais eficazes a distribuir miséria do que a criar riqueza.
As guerras do bastonário
Como toda a gente sabe, não sou um defensor nem do estilo, nem dos métodos do actual Bastonário da Ordem dos Advogados. Agora também é verdade que o actual Bastonário é o fruto natural da árvore plantada pelos anteriores Bastonários, excepção feita ao Dr Pires de Lima.
Com efeito, apesar de a advocacia ser uma profissão liberal na sua essência, a verdade é que foi acometida dos mesmos vícios que enfermam a nossa sociedade. Ou seja, enquanto a nobreza ia enchendo a pança à conta das ligações promíscuas que têm com o poder político (estatal e autárquico), foi crescendo uma plebe de descamisados que vivem exclusivamente das esmolas do apoio judiciário. Ambos vivem do Estad só que, enquanto os grandes escritórios levam o grosso da fatia à conta das amizades que foram angariando na vida política, os descamisados precisam para comer que lhes paguem as defesas oficiosas.
Marinho Pinto representa, precisamente, a voz dos descamisados. E a voz dos descamisados é sempre demagógica, populista e perigosa. Vive la Révolution Française! Liberté! Egalité! Fraternité!
http://sol.sapo.pt/blogs/contracorrente
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
» 2024-02-28
» Hélder Dias
O Flautista de Hamelin... |
» 2024-03-08
» Maria Augusta Torcato
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato |
» 2024-03-18
» Hélder Dias
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» 2024-03-08
» Jorge Carreira Maia
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» 2024-03-08
» Pedro Ferreira
A carne e os ossos - pedro borges ferreira |