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Vida no Museu

Opinião  »  2010-01-28  »  José Mota Pereira

O crescimento urbano prega partidas destas. Enquanto uns cresciam para lá e outros se vinham chegando para cá, a cidade estendia-se ia e a vila vinha vindo, Riachos e Torres Novas estão hoje praticamente unidos. E se o shopping foi baptizado com o nome da Cidade, está empoleirado na freguesia de Riachos.

Portanto das rivalidades devemos estar falados. Ou talvez não – também não é preciso exagerar.

Bem, há coisas que são mesmo distintivas. Na cultura por exemplo.

Sim: Torres Novas – cidade – tem imensas colectividades que fazem um trabalho cultural e desportivo notável.

Mas Riachos tem qualquer coisa, que não se sabe explicar e que merece o nosso olhar. Alguém consegue explicar porque é que de vez em quando estamos a ver a sair dali artistas nas diversas áreas: música, dança, pintura, escultura, cinema, fotografia, e outras? E a tudo isto junta-se a Velha Filarmónica, ”os camponeses”, a Columbófila, o Atlético, a Defesa do Património…

Haverá por ali um genes por identificar?

Duvido. Raramente estas coisas funcionam por genes.

Falemos talvez no espírito associativo em que a formação cultural (mais ou menos assumida) está enraizada há alguns anos na vila. E, claro, muita vontade de fazer coisas sem estar à espera da Câmara.

Olhemos por exemplo para o Museu Agrícola – verdadeira referência regional e até local.

Nascido e dinamizado pela Associação de Defesa do Património de Riachos, rapidamente angariou material para o seu espólio físico.

Mas mais importante que a colecção recolhida foi a preocupação dos responsáveis do museu em fazerem daquele espaço um sítio vivo e vivido pela população.

Ali, ao longo dos anos, dia a dia, trabalham ao vivo diversos artesãos na recuperação de peças e na criação de novos materiais. Seja qual for a hora ou o dia da semana, podemos encontrar (e só por manifesto azar isso não sucederá) um, dois, três artesãos trabalhando ao vivo, recuperando peças da colecção ou fazendo peças saídas da sua imaginação.

Actualmente isto não é nenhuma invenção nas modernas concepções de dinamização museológicas. Mas quando o Museu Agrícola de Riachos nasceu, imaginar um espaço vivo e vivido pela população ainda tinha qualquer coisa de ”revolucionário”.

O Museu Agrícola de Riachos não está virado para o passado. Relembra-nos e conta-nos a história da vida nos campos mas remete-nos sempre o olhar para o futuro. Por isso é uma entidade que está viva, participa e é participada, recomenda-se e que, os Riachenses sentem como uma coisa sua.

Neste sentido o Museu Agrícola / Associação de Património acaba de celebrar um protocolo com mais de duas dezenas (!) de artistas e artesão que dá origem ao NAR – Núcleo de Artistas Riachenses. Todos os artistas que se associarem ao NAR terão direito a usar o espaço do Museu Agrícola para a concepção, produção ao vivo e promoção dos seus trabalhos. Isto é uma tão ideia simples que até custa a acreditar que não seja implementada por aí…Há, afinal, quem tenha medo ou não da participação e da democratização da arte e da cultura?

É assim que Riachos nos dá lições. Se o Museu Agrícola é hoje tecnicamente um museu de referência também é uma referência associativa e de dinamização social.

Apostando numa gestão partilhada com a população, a vida no Museu e a vida na vila ligam-se hoje de forma umbilical.

Haja o que houver, Riachos não deixará morrer o seu Museu Agrícola. Mas entretanto, aproveitem-no e visitem-no. O espólio é único e explica muito do nosso passado. Hoje encontramos por lá alguns artesãos… em breve mais artistas e artesãos de Riachos vão estar por lá à vossa espera.

 

 

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