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A República

Opinião  »  2010-02-05  »  José Mota Pereira

Na última semana quem passasse pelos jornais, televisões ou rádios arriscava-se a ter um curso de macro-economia em três tempos.

O tempo e as páginas dedicadas ao Orçamento de Estado, às negociações, os resultados, a proposta do governo, a coligação do governo com a direita parlamentar, o défice, claro, o défice, sempre o défice, de novo o défice…

Desconfio que não há português que não saiba dizer qualquer coisinha sobre o défice, as contas públicas, o investimento, a inflação e outros fenómenos da macro-economia. Pelo andar da carruagem ainda haveremos todos de deixar de discutir os graves problemas do futebol português para de forma mais limpa e europeia discutirmos as Grandes Opções do Plano.

E afinal não sabemos todos como está o país? Há alguma dúvida de que vivemos em crise, uma crise que é anterior à crise internacional, e que pelos vistos está para ficar, para que sejam sempre os do costume a pagar?

Há alguma dúvida que é da produção e de quem trabalha que se vai fazer a famosa consolidação orçamental? E que enquanto uns andam a consolidar para as contas do país, outros andam a consolidar para o seu bolso e para a sua conta no off-shore?

Manda a verdade dizer que aos portugueses cabe uma quota enorme desta situação.

Os partidos políticos não são todos iguais? Não, não são.

Mas os portugueses gostam de se comportar como se isso fosse verdade. E lá voltam sempre a votar nos do costume.

Mas o português médio pouco se importa com isso. Pode telefonar para o fórum da TSF ou para uma televisão qualquer e refilar muito. Mas raramente passa do refilanço inconsequente. Dá a sensação que os portugueses, no fundo, temem a mudança.

Aliás se os portugueses estivessem realmente interessados na mudança do seu futuro participariam nas coisas mais elementares da vida. A começar pela sua rua ou bairro.

As Assembleias de Freguesia constituem no sistema político português o órgão político mais próximo dos cidadãos. Reúnem de forma ordinária quatro vezes por ano e nela se discutem os problemas mais concretos e próximos da vida das pessoas. São por isso um órgão fundamental da democracia portuguesa: com a vantagem dos eleitos serem pessoas que os eleitores conhecem de forma muito próxima.

Mas quantas pessoas participam nas Assembleias de Freguesia? Quantas pessoas fazem uso do seu poder e usam do direito de participar numa reunião de uma Assembleia de Freguesia? Quantas vezes as populações se mobilizam para reclamar coisas tão comezinhas e igualmente essenciais num órgão de soberania que funciona ali na sua rua?

Enquanto os portugueses preferirem participar no fórum da TSF à sua participação nos órgãos de soberania a democracia portuguesa ficará sempre coxa.

Abdicar de participar, refilar por refilar, abdicar até de exercer o direito elementar de votar é colaborar no definhamento da democracia portuguesa.

Agora que se iniciaram as comemorações da República é tempo de alteramos os nossos valores perante a sociedade. A República é o governo de todos da coisa pública. E isso implica que saibamos exigir de quem nos governa. Mas implica sobretudo que saibamos participar e intervir.

Nestes tempos difíceis é muito importante que a nossa participação não se fique pelo bitaite e pela boca deitada fora. É tempo, de assumirmos todas as nossas responsabilidades de cidadania. É tempo de exigirmos e participarmos. É tempo de sem complexos, assumirmos que os políticos não são todos iguais e percebendo isso, traduzi-lo em votos. É tempo de não deixar nas mãos de uns, o futuro que é de todos.

Quando soubermos assumir o nosso papel de cidadãos de corpo inteiro, então sim, estaremos a homenagear a República.

 

 

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