Das Mulheres
Opinião » 2010-03-12 » José Mota Pereira
Entre jantares, flores e outros convívios sobrou em convívio e algum folclore aquilo que terá faltado em análise e discussão do mundo no feminino.
Descaracterizada do contexto histórico gerador, o 8 de Março é aproveitado ironicamente para esconder a verdadeira realidade da vida das mulheres.
Percebem-se algumas coisas: Percebe-se porque é que não se explica que o 8 de Março foi o corolário da luta justa das mulheres por mais direitos cívicos mas também por mais direitos laborais.
Percebe-se que não expliquem que na origem do 8 de Março está a luta das mulheres trabalhadoras pela conquista de direitos iguais. Mais do que a movimentos libertadores da burguesia do século XIX a origem do 8 de Março está fundada nos movimentos e manifestos revolucionários que unindo homens e mulheres lutavam por uma sociedade mais justa, fraterna e humana.
Foi Clara Zetkin, destacada dirigente revolucionária alemã, militante comunista, quem defendeu e o propôs em 1910 na 2ª Conferência Internacional de Mulheres (Copenhaga). Essa a consagração marcou uma nova etapa da luta das mulheres e portanto dos homens contra a exploração capitalista, transformando uma data simbólica em projecto de mobilização de todos os trabalhadores de todo o mundo.
A justa luta da libertação das mulheres e dos seus direitos laborais é uma conquista que vai para lá do estrito género feminino – é uma conquista da humanidade, de trabalhadores homens e trabalhadores mulheres.
Muito do folclore dos dias de hoje, ligado ao 8 de Março, não é inocente. Escondera história, as origens e o envolvimento histórico da sua criação tem um objectivo mito claro e assumid ocultar a história das lutas operárias do inicio do século XX que conduziram a avanços significativos no campo dos direitos sociais. Lutas essas que tiveram o apoio e o estímulo das forças revolucionárias.
Clara Zetkin, mesmo depois de 1910 manteve o seu combate. Por uma humanidade mais justa.
Em 1932, no final da sua vida foi eleita para o parlamento alemão, já Hitler tomara conta da chancelaria. Na qualidade de deputada mais velha, Clara Zetkin quase idosa, fez uma intervenção soberba contra o nazismo, o fascismo e acusando o sistema que em crise permitiu a sua ascensão.
Sendo palavras de 1932, elas assumem na Europa de hoje uma actualidade impressionante.
Entre outros, a velha resistente alertou: ”Quanto aos trabalhadores que ainda têm um emprego, os baixos salários impedem-nos de renovar a sua força nervosa e muscular usada ao máximo pela racionalização e, com mais razão, de satisfazer a mínima necessidade cultural. A manter-se o desmantelamento das convenções colectivas e dos órgãos de conciliação, os salários de miséria vão baixar ainda mais. Um número crescente de artesãos e de pequenos industriais, de pequenos e médios camponeses, afundam-se no desespero e na ruína. O declínio económico, os cortes sombrios nas despesas culturais reduzem a nada as bases económicas da criação intelectual e cada vez mais retiram aos criadores a possibilidade de recorrer às suas forças e conhecimentos.(…) Ao mesmo tempo, este gabinete pisa o direito das massas a lutar contra a miséria. Para o governo, os que precisam de ajuda social e os que a ela têm direito são os grandes agrários endividados, os industriais falidos, os tubarões da finança, os armadores, os especuladores e os traficantes sem escrúpulos. Toda a sua política fiscal, aduaneira e comercial consiste em tirar às largas camadas do povo trabalhador para dar a pequenos grupos de favorecidos, a agravar a crise e a restringir ainda mais o consumo, as importações e exportações.”
NOTA: A Câmara Municipal prossegue com a sua política editorial de lançamento de livros de autores torrejanos. Amanhã José Ribeiro Sineiro apresenta um estudo dedicado à história da instalação eléctrica em Torres Novas. A todos aqueles que puderem estar presentes, não percam a oportunidade. Eu, com compromissos marcados há mais de dois meses, não poderei estar. Mas disponível para dar um destes dias um abraço de parabéns ao Zé Ribeiro – meu amigo de sempre. O Zé Ribeiro que com a publicação deste livro, nos prova mais uma vez que o caminho da vida é percorrido sempre em frente. Os resistentes são assim, não é?
Das Mulheres
Opinião » 2010-03-12 » José Mota PereiraEntre jantares, flores e outros convívios sobrou em convívio e algum folclore aquilo que terá faltado em análise e discussão do mundo no feminino.
Descaracterizada do contexto histórico gerador, o 8 de Março é aproveitado ironicamente para esconder a verdadeira realidade da vida das mulheres.
Percebem-se algumas coisas: Percebe-se porque é que não se explica que o 8 de Março foi o corolário da luta justa das mulheres por mais direitos cívicos mas também por mais direitos laborais.
Percebe-se que não expliquem que na origem do 8 de Março está a luta das mulheres trabalhadoras pela conquista de direitos iguais. Mais do que a movimentos libertadores da burguesia do século XIX a origem do 8 de Março está fundada nos movimentos e manifestos revolucionários que unindo homens e mulheres lutavam por uma sociedade mais justa, fraterna e humana.
Foi Clara Zetkin, destacada dirigente revolucionária alemã, militante comunista, quem defendeu e o propôs em 1910 na 2ª Conferência Internacional de Mulheres (Copenhaga). Essa a consagração marcou uma nova etapa da luta das mulheres e portanto dos homens contra a exploração capitalista, transformando uma data simbólica em projecto de mobilização de todos os trabalhadores de todo o mundo.
A justa luta da libertação das mulheres e dos seus direitos laborais é uma conquista que vai para lá do estrito género feminino – é uma conquista da humanidade, de trabalhadores homens e trabalhadores mulheres.
Muito do folclore dos dias de hoje, ligado ao 8 de Março, não é inocente. Escondera história, as origens e o envolvimento histórico da sua criação tem um objectivo mito claro e assumid ocultar a história das lutas operárias do inicio do século XX que conduziram a avanços significativos no campo dos direitos sociais. Lutas essas que tiveram o apoio e o estímulo das forças revolucionárias.
Clara Zetkin, mesmo depois de 1910 manteve o seu combate. Por uma humanidade mais justa.
Em 1932, no final da sua vida foi eleita para o parlamento alemão, já Hitler tomara conta da chancelaria. Na qualidade de deputada mais velha, Clara Zetkin quase idosa, fez uma intervenção soberba contra o nazismo, o fascismo e acusando o sistema que em crise permitiu a sua ascensão.
Sendo palavras de 1932, elas assumem na Europa de hoje uma actualidade impressionante.
Entre outros, a velha resistente alertou: ”Quanto aos trabalhadores que ainda têm um emprego, os baixos salários impedem-nos de renovar a sua força nervosa e muscular usada ao máximo pela racionalização e, com mais razão, de satisfazer a mínima necessidade cultural. A manter-se o desmantelamento das convenções colectivas e dos órgãos de conciliação, os salários de miséria vão baixar ainda mais. Um número crescente de artesãos e de pequenos industriais, de pequenos e médios camponeses, afundam-se no desespero e na ruína. O declínio económico, os cortes sombrios nas despesas culturais reduzem a nada as bases económicas da criação intelectual e cada vez mais retiram aos criadores a possibilidade de recorrer às suas forças e conhecimentos.(…) Ao mesmo tempo, este gabinete pisa o direito das massas a lutar contra a miséria. Para o governo, os que precisam de ajuda social e os que a ela têm direito são os grandes agrários endividados, os industriais falidos, os tubarões da finança, os armadores, os especuladores e os traficantes sem escrúpulos. Toda a sua política fiscal, aduaneira e comercial consiste em tirar às largas camadas do povo trabalhador para dar a pequenos grupos de favorecidos, a agravar a crise e a restringir ainda mais o consumo, as importações e exportações.”
NOTA: A Câmara Municipal prossegue com a sua política editorial de lançamento de livros de autores torrejanos. Amanhã José Ribeiro Sineiro apresenta um estudo dedicado à história da instalação eléctrica em Torres Novas. A todos aqueles que puderem estar presentes, não percam a oportunidade. Eu, com compromissos marcados há mais de dois meses, não poderei estar. Mas disponível para dar um destes dias um abraço de parabéns ao Zé Ribeiro – meu amigo de sempre. O Zé Ribeiro que com a publicação deste livro, nos prova mais uma vez que o caminho da vida é percorrido sempre em frente. Os resistentes são assim, não é?
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
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