A Esperança em torno de si mesma; aprendo e aguardo. Eu em torno de mim mesma; defino e avanço. Duas metades que se encaixam e se tornam zodíaco impresso, colocado no centro da mesa. Viagem em círculo sobre a cidade, em torno do planeta, gravado na minha pele feérica, espiral incandescente sobre muitos crepúsculos, símbolo do infinito. A esperança é uma estrela, a estrela faz um círculo, o círculo é o recomeço é uma nova esperança, a espera de um novo ensinamento, a esfera de um novo círculo. Rotação do meu eixo, caminho para a noite e para o dia, boca feita abóbada, olhos na roda da Merkabah. Quebro padrões na rotação que se transformam em templos elucubrantes. Perfilo rosas denominadas pelo apreço dos tempos. As suas raízes externas observam os agressores de um certo silêncio. A Gratidão é a mais profunda maneira de receber a vida que se retoma. A realidade elemental circunda a aceleração do princípio. O coração e o sorriso respiram no aroma da flor de laranjeira que se desprende desta magnífica cidade. Atenta à batida das entranhas, testemunho centenários de história e, de novo, o coração e o sorriso fazem sobressair as letras mais pequenas do sussurro em movimento. Agora no interior do halo de luz dirijo-me a um ego aliviado e em repouso. A estrela em rotação nas entranhas do mais profundo que posso ir ascende com todas as vozes de amor. Epicuro é recebido na pura certeza da trajectória serena da alma. Juntam-se caminhantes tocados pelo romantismo desta cidade e já predispostos a coisas ditas invulgares. Translúcidos e equidistantes assomam à entrada do portal, mãos abertas, símbolos perfeitos, desenhados no olhar de quem tudo vê. Aproximo-me radiante. Parte da sombra improvável, mas real, é uma flor escondida pelo medo. Temos jardins e florestas na mesma frequência. O medo. Aprendemos com o medo a ter medo. Somos continentes submersos de medo. Somos o mais profundo dos abismos de medo. Rezamos com o corpo do medo. Prendemos a alma por fora e por dentro. Não nos damos espaço. Não sabemos o que fazer com a nossa amplitude. Rodeamo-nos de pequenas satisfações que não nos completam. A alma é uma magia que escreve cifras imortais, desenha estrelas permanentes. Ousa não ter medo e paciente adormece o temor que adulamos e nos faz fugir. É só um pequeno nada, nada mais. Pensamos que nos propõe uma difícil escalada. Por detrás do espelho deparamo-nos com uma forma pequena e nua que se esforça por parecer grande. Quanto tempo é preciso para saber que o amor, esse sim, é imenso e possível? Do mais profundo que o profundo pode ser solta-se uma frase que alguém disse: Se queres a verdadeira liberdade, deves fazer-te servo da filosofia. Qualquer tipo de servidão? Epicuro, de novo, com o olhar de responso sobre o que perdeu, procura uma chama que se lhe extingue à nascença. Ou talvez não fosse bem isto que a sua tradução quisera dizer. Há línguas difíceis e outras incapazes. O que compreendeu deixou de existir, assim como a sua língua, o pássaro se confundiu com a nuvem e ele com a sua realidade. Passeou em todas as paisagens, visitou todas as terras, não encontrou o sol das almas e despediu-se da terra sem o canto das cigarras. E uma lua muito serena, desceu de um dos braços da Merkabah e deitou-se magoada sobre o sábio. Tudo será como no princípio. A Esperança em si mesmo. Só o céu testemunhou o instante desta beleza e ficou sem precisar de um desejo extravagante para ser infinito. Os felizes agradecem, alegram-se e não têm medo. A liberdade é a ponte para a existência subtil da aparência, a poesia canta-a, a filosofia adorna-a. O seu brilho salvou a menina e emergiu na direcção da anciã como um peixe voador. Ambas acenam das suas barbatanas aladas e partem, assim como vieram. Sinto na pele um aroma de liberdade. Sou impregnada pelo movimento giratório que desprende todos os perfumes da terra e de mim. Eu sou terra com tudo o que ela é. Eu sou poesia com todos os ideais que a fazem. Eu sou a mais pura invenção do amor que cresce em todas as direcções. Eu estou por dentro do céu.
A Esperança em torno de si mesma; aprendo e aguardo. Eu em torno de mim mesma; defino e avanço. Duas metades que se encaixam e se tornam zodíaco impresso, colocado no centro da mesa. Viagem em círculo sobre a cidade, em torno do planeta, gravado na minha pele feérica, espiral incandescente sobre muitos crepúsculos, símbolo do infinito. A esperança é uma estrela, a estrela faz um círculo, o círculo é o recomeço é uma nova esperança, a espera de um novo ensinamento, a esfera de um novo círculo. Rotação do meu eixo, caminho para a noite e para o dia, boca feita abóbada, olhos na roda da Merkabah. Quebro padrões na rotação que se transformam em templos elucubrantes. Perfilo rosas denominadas pelo apreço dos tempos. As suas raízes externas observam os agressores de um certo silêncio. A Gratidão é a mais profunda maneira de receber a vida que se retoma. A realidade elemental circunda a aceleração do princípio. O coração e o sorriso respiram no aroma da flor de laranjeira que se desprende desta magnífica cidade. Atenta à batida das entranhas, testemunho centenários de história e, de novo, o coração e o sorriso fazem sobressair as letras mais pequenas do sussurro em movimento. Agora no interior do halo de luz dirijo-me a um ego aliviado e em repouso. A estrela em rotação nas entranhas do mais profundo que posso ir ascende com todas as vozes de amor. Epicuro é recebido na pura certeza da trajectória serena da alma. Juntam-se caminhantes tocados pelo romantismo desta cidade e já predispostos a coisas ditas invulgares. Translúcidos e equidistantes assomam à entrada do portal, mãos abertas, símbolos perfeitos, desenhados no olhar de quem tudo vê. Aproximo-me radiante. Parte da sombra improvável, mas real, é uma flor escondida pelo medo. Temos jardins e florestas na mesma frequência. O medo. Aprendemos com o medo a ter medo. Somos continentes submersos de medo. Somos o mais profundo dos abismos de medo. Rezamos com o corpo do medo. Prendemos a alma por fora e por dentro. Não nos damos espaço. Não sabemos o que fazer com a nossa amplitude. Rodeamo-nos de pequenas satisfações que não nos completam. A alma é uma magia que escreve cifras imortais, desenha estrelas permanentes. Ousa não ter medo e paciente adormece o temor que adulamos e nos faz fugir. É só um pequeno nada, nada mais. Pensamos que nos propõe uma difícil escalada. Por detrás do espelho deparamo-nos com uma forma pequena e nua que se esforça por parecer grande. Quanto tempo é preciso para saber que o amor, esse sim, é imenso e possível? Do mais profundo que o profundo pode ser solta-se uma frase que alguém disse: Se queres a verdadeira liberdade, deves fazer-te servo da filosofia. Qualquer tipo de servidão? Epicuro, de novo, com o olhar de responso sobre o que perdeu, procura uma chama que se lhe extingue à nascença. Ou talvez não fosse bem isto que a sua tradução quisera dizer. Há línguas difíceis e outras incapazes. O que compreendeu deixou de existir, assim como a sua língua, o pássaro se confundiu com a nuvem e ele com a sua realidade. Passeou em todas as paisagens, visitou todas as terras, não encontrou o sol das almas e despediu-se da terra sem o canto das cigarras. E uma lua muito serena, desceu de um dos braços da Merkabah e deitou-se magoada sobre o sábio. Tudo será como no princípio. A Esperança em si mesmo. Só o céu testemunhou o instante desta beleza e ficou sem precisar de um desejo extravagante para ser infinito. Os felizes agradecem, alegram-se e não têm medo. A liberdade é a ponte para a existência subtil da aparência, a poesia canta-a, a filosofia adorna-a. O seu brilho salvou a menina e emergiu na direcção da anciã como um peixe voador. Ambas acenam das suas barbatanas aladas e partem, assim como vieram. Sinto na pele um aroma de liberdade. Sou impregnada pelo movimento giratório que desprende todos os perfumes da terra e de mim. Eu sou terra com tudo o que ela é. Eu sou poesia com todos os ideais que a fazem. Eu sou a mais pura invenção do amor que cresce em todas as direcções. Eu estou por dentro do céu.
Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. (ler mais...)
Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. (ler mais...)
A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. (ler mais...)
Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. (ler mais...)
Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. (ler mais...)
O dia 5 de Fevereiro de 2032, em que o Francisco Falcão fez 82 anos - aos quais nunca julgara ir chegar -, nasceu ainda mais frio do que os anteriores e este Inverno parecia ser nisso ainda pior que os que o antecederam, o que contribuiu para que cada vez com mais frequência ele se fosse deixando ficar na cama até mais tarde e neste dia festivo só de lá iria sair depois do meio-dia. (ler mais...)
Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento.
Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. (ler mais...)
Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. (ler mais...)