Vírus, clima, PSD e futebol - jorge carreira maia
Opinião » 2021-11-25 » Jorge Carreira Maia"Não haverá mais ninguém no PSD para dar rumo ao centro-direita? Quem se ri é André Ventura. O seu grande inimigo, de momento, é o PSD."
1. O vírus resiste. Depois de uns meses de acalmia, volta o espectro do confinamento. Isto apesar da vacinação em Portugal ter corrido muito bem. O problema é que a vacinação, embora sendo uma condição necessária para combate à COVID-19, não é suficiente. A etiqueta introduzida pela pandemia – lavagem frequente das mãos, uso de máscara e afastamento entre pessoas – continua a ser necessária. Veremos se este ano, com as festividades do Natal e do Ano Novo, não se cometem os erros que se cometeram o ano passado. O vírus não está derrotado. Resiste.
2. Cimeira do clima. Sempre que há uma cimeira referente aos problemas do clima deparamo-nos com uma enorme expectativa inicial e uma desilusão no fim. A deste ano não foi excepção. Os países mais populosos do mundo precisam de carvão. Sem ele, muito provavelmente, os respectivos regimes políticos implodiriam. A implosão dos regimes chinês e indiano poderia ser também uma enorme catástrofe. Talvez valesse a pena congregar esforços e dinheiro na ciência e na tecnologia – tal como aconteceu com a vacina contra a COVID-19 – para apressar a eficiência e a disponibilidade de energias menos sujas que o petróleo e o carvão.
3. O PSD. Olha-se de fora para o principal partido da oposição e um dos construtores do regime democrático e fica-se perplexo. Tanto Rui Rio como Paulo Rangel acabam por ser estranhos figurantes. Rio é um actor que, ao fim de todos este tempo, ainda não encontrou o seu papel. Rangel, por seu lado, está convencido de ter um papel, mas não parece ter dimensão para o que deseja. Não haverá mais ninguém no PSD para dar rumo ao centro-direita? Quem se ri é André Ventura. O seu grande inimigo, de momento, é o PSD. Depois de ter dizimado o CDS, sonha fazer o mesmo ao PSD. É possível que o aumento exponencial que se espera de deputados do Chega seja feito à custa da bancado do PSD.
4. Portugal – Sérvia. Uma confissão, para começar. Não percebo grande coisa de futebol. Em tempos gostei do jogo, hoje é-me quase indiferente. A meio da primeira parte do Portugal-Sérvia, decidi abrir a televisão e ver a partida. Fiquei sempre com a sensação de que a Sérvia tinha mais três ou quatro jogadores que Portugal. Onde estivesse a bola, havia muito mais sérvios que portugueses. Depois, ao contrário dos portugueses, os sérvios queriam mesmo ganhar o jogo. Só vi uma selecção em campo, a que ganhou. Embora não baste, para ganhar é preciso ter vontade de o fazer. Nunca percebi isso nos jogadores portugueses.
Vírus, clima, PSD e futebol - jorge carreira maia
Opinião » 2021-11-25 » Jorge Carreira MaiaNão haverá mais ninguém no PSD para dar rumo ao centro-direita? Quem se ri é André Ventura. O seu grande inimigo, de momento, é o PSD.
1. O vírus resiste. Depois de uns meses de acalmia, volta o espectro do confinamento. Isto apesar da vacinação em Portugal ter corrido muito bem. O problema é que a vacinação, embora sendo uma condição necessária para combate à COVID-19, não é suficiente. A etiqueta introduzida pela pandemia – lavagem frequente das mãos, uso de máscara e afastamento entre pessoas – continua a ser necessária. Veremos se este ano, com as festividades do Natal e do Ano Novo, não se cometem os erros que se cometeram o ano passado. O vírus não está derrotado. Resiste.
2. Cimeira do clima. Sempre que há uma cimeira referente aos problemas do clima deparamo-nos com uma enorme expectativa inicial e uma desilusão no fim. A deste ano não foi excepção. Os países mais populosos do mundo precisam de carvão. Sem ele, muito provavelmente, os respectivos regimes políticos implodiriam. A implosão dos regimes chinês e indiano poderia ser também uma enorme catástrofe. Talvez valesse a pena congregar esforços e dinheiro na ciência e na tecnologia – tal como aconteceu com a vacina contra a COVID-19 – para apressar a eficiência e a disponibilidade de energias menos sujas que o petróleo e o carvão.
3. O PSD. Olha-se de fora para o principal partido da oposição e um dos construtores do regime democrático e fica-se perplexo. Tanto Rui Rio como Paulo Rangel acabam por ser estranhos figurantes. Rio é um actor que, ao fim de todos este tempo, ainda não encontrou o seu papel. Rangel, por seu lado, está convencido de ter um papel, mas não parece ter dimensão para o que deseja. Não haverá mais ninguém no PSD para dar rumo ao centro-direita? Quem se ri é André Ventura. O seu grande inimigo, de momento, é o PSD. Depois de ter dizimado o CDS, sonha fazer o mesmo ao PSD. É possível que o aumento exponencial que se espera de deputados do Chega seja feito à custa da bancado do PSD.
4. Portugal – Sérvia. Uma confissão, para começar. Não percebo grande coisa de futebol. Em tempos gostei do jogo, hoje é-me quase indiferente. A meio da primeira parte do Portugal-Sérvia, decidi abrir a televisão e ver a partida. Fiquei sempre com a sensação de que a Sérvia tinha mais três ou quatro jogadores que Portugal. Onde estivesse a bola, havia muito mais sérvios que portugueses. Depois, ao contrário dos portugueses, os sérvios queriam mesmo ganhar o jogo. Só vi uma selecção em campo, a que ganhou. Embora não baste, para ganhar é preciso ter vontade de o fazer. Nunca percebi isso nos jogadores portugueses.
Caminho de Abril - maria augusta torcato » 2024-04-22 » Maria Augusta Torcato Olho para o meu caminho e fico contente. Acho mesmo que fiz o caminho de Abril. O caminho que Abril representa. No entanto, a realidade atual e os desafios diários levam-me a desejar muito que este caminho não seja esquecido, não por querer que ele se repita, mas para não nos darmos conta, quase sem tempo de manteiga nos dentes, que estamos, outra vez, lá muito atrás e há que fazer de novo o caminho com tudo o que isso implica e que hoje seria incompreensível e inaceitável. |
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
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» 2024-04-22
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