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Amonas para todos - inês vidal

Opinião  »  2023-05-19 

"“Onde estava Pedro Ferreira, quando há uns anos resolveram transformar as piscinas municipais num complexo estritamente de inverno?"

Gosto de passear, ver cidades, cantos e recantos do mundo. Não preciso de grandes museus com obras-primas de renome ou monumentos de cortar a respiração. Bastam-me avenidas grandes e onde o ar corre, ladeadas de árvores centenárias, esplanadas arejadas pinceladas em tons de filme italiano e pessoas que não as de sempre.

Um gosto que cresce desmesuradamente proporcional à medida em que me afundo nesta terra circular em que nos movemos, onde o ponto de partida é o de chegada, os dias se repetem sem dó e as caras envelhecem, mas não mudam.

Sou claustrofóbica. Uma claustrofobia que não se contenta com elevadores e aviões fechados, mas que se estende a tudo o que me rodeia. Custa-me curvar uma bicicleta numa rua apertada, festejar um São João no Porto ou respirar num aglomerado arquitectónico mal pensado, se sequer pensado, feito aos poucos, sem planeamento capaz.

Cresci em Torres Novas. Aprendi a nadar nas piscinas municipais de Inverno e a gargalhar nas então piscinas de Verão. Já por aqui ando há 4 décadas. Talvez qualquer coisita mais. Acompanhei os desvarios de Rodrigues que precediam cada período eleitoral e continuo por cá a acompanhar as tendências de quem ensinou e, contra a sua vontade, cá deixou. O fio condutor é sempre o mesmo: nenhum. Hoje temos uma ideia brilhante para aqui, agora temos uma ideia brilhante para ali. Construímos e destruímos. Gastamos dinheiro e voltamos a gastar. Não faz mal, porque o dinheiro não é nosso, dizem eles. São fundos europeus, aquele fenómeno milagroso que infelizmente ainda não conseguimos reproduzir nos nossos quintais, onde o dinheiro nasce das árvores e dá para tudo e para todos, sem sair da carteira de ninguém. Dizem eles.

Depois de destruídas as piscinas de Verão, um dos maiores disparates cometidos nesta terrinha, já ouvi falar em megalómanos projectos para grandiosas piscinas construídas no leito de cheia da Várzea dos Mesiões, ali para os lados das chaminés que já o foram. Era isso, e cavalos (já os estou a imaginar com água pelos tornozelos). O projecto tanto andou, tanto andou, que por aí ficou. Nunca saiu do papel, mas certamente que cumpriu o seu intuito de angariar mais alguns votos.

Hoje, a ideia é outra, com nova assinatura, mas igualmente questionável: alargar o actual tanque das pranchas de saltos e transformá-lo em piscinas de Verão! Só de pensar, começa logo a faltar-me o ar. Das duas uma: ou uma pessoa não tem onde estender a toalha, qual praia de Armação de Pêra em pleno mês de Agosto e daqui a dez anos estamos outra vez a pensar como solucionar o problema das piscinas de Verão, ou irão destruir grande parte do espaço envolvente, nomeadamente o jardim das rosas, para cabermos todos nos dias mais quentes.

Cá vamos nós outra vez. É o faz e desfaz, sem qualquer planeamento ou fio condutor, remediando o possível, à medida do que se vão lembrando naquelas grandes reuniões em torno da mesa.

Se não fosse tão triste, quase que dava para rir. Onde estava Pedro Ferreira quando há uns anos resolveram transformar as piscinas municipais num complexo estritamente de inverno, entendendo que as piscinas de Verão já não faziam sentido naquele local? Se não me falha o discernimento, era vice-presidente da Câmara, número dois com uma palavra a dizer, de um executivo que destruiu parte importante da feliz memória colectiva de quem por aqui nasceu e cresceu.

Ele sempre lá, no centro da história e nós aqui, caladinhos, a assistir de camarote ao põe e dispõe da vida de todos nós.

 



 

 

 

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