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Gólgota - carlos paiva

Opinião  »  2022-05-26  »  Carlos Paiva

O município de Ourém, antecipando a vinda do Papa a Fátima em 2023, está a mexer-se junto do governo central no sentido de pedir apoios para melhoramentos nos acessos tanto rodoviários como pedestres a Fátima. Apontam as vias provenientes de Leiria, Batalha, Minde e Ourém (assim como o nó de acesso da A1) a usufruir de melhoramentos. Aparentemente, via Torres Novas, não consta movimento que justifique ser mencionado. Aproveitam o balanço para meter um novo quartel dos bombeiros em Fátima ao barulho. Sentido de oportunidade aguçado. Pese embora, de todo justificável. A relevância transcende o apoio aos peregrinos, pela proximidade da A1 num dos seus troços mais perigosos e, pelo contexto geográfico de serra e mato, onde os incêndios são frequentes.

Só para que conste, a religião organizada, qualquer que seja, é digna do meu mais profundo desprezo. Dito isto, os seres humanos e o ambiente, não. Condições estruturais que ponham em risco a integridade física, ou potenciem o sofrimento de quem já sofre (ser voluntariamente ou não, está para além do ponto), devem ser objecto da maior atenção por quem governa e decide. Para Torres Novas, considerando o nó A23/A1 e a proximidade geográfica de Fátima, não me parece que um afluxo anormalmente elevado de pessoas e veículos seja desprezável a pontos de não se fazer proactivamente nada. Ponderando a mentalidade autóctone (repararam que eu não escrevi mindset? Esta devia valer uns créditos junto da polícia de preservação cultural), ilustrada pelo conceito de “angariação de fundos” ser invariavelmente sinónimo de “quermesse e venda de rifas”, aparar as ervas nas bermas da estrada, espalhar umas pazadas de asfalto aqui e acolá, deve ser acção preventiva suficiente. Quanto ao sentido de oportunidade, por aqui também aguçado mas refém da tal mentalidade autóctone, crio expectativas de hotéis lotados e restaurantes cheios com apresentadores chunga do entretenimento popular da TV, bailarinas seminuas e cantores pimba, parques de estacionamento repletos com camiões SIC e, porque não TVI, quiçá RTP. Agenda cheia para o executivo dar entrevistas e aparecer em diretos na CMTV, na CNN Portugal. Um milagre circense. Tipo warmup (não resisti) para o evento principal ali ao lado. Se houver um peregrino atropelado por a estrada não ter berma transitável para peões ou um camião ao passar num buraco lançar um calhau disparado à cabeça de outro, ou colapso por desidratação derivado ao pagador de promessas, desperto para o oportunismo da mentalidade autóctone, se recusar a dinamizar a economia local não pagando 10€ por um copo com água (da Ribeira da Boa Água) ou uma rifa para ajudar os bombeiros, ninguém tem culpa, foi a vontade do Senhor. A sofreguidão imbecil das câmaras de TV registarão todos os detalhes sórdidos em directo, repetidos ad nauseam em diferido, para a populaça agarrada ao smartphone devorar enquanto espera pelo homem de branco. Ei-lo que chega. Oremos irmãos. Ele está no meio de nós. Tudo vai bem quando acaba bem.

 

 

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