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À nossa! Cultura…

Opinião  »  2013-08-23  »  Paulo Simões

”O passado já lá está, raio de uma sorte cinzenta…

E o presente é uma réstia de esperança enquanto houver saúde.”

São estas, palavras do Jorge Palma. Um artista.

É impossível medir a arte. Um artista não se mede. Gosta-se, não se gosta. Muito ou pouco. Detesta-se. Idolatra-se. Pessoalmente considero que a obra do Jorge Palma tem um cunho de genialidade. Sem lugar a indiferenças, para mim, sublime. Mas não fiquemos apenas pelo Jorge. Falemos de outras artes e de outros artistas. Falemos de Portugal.

Portugal tem porventura nos seus artistas, o seu melhor. O que de melhor temos para oferecer ao mundo. Temos Camões, Pessoa, Saramago e Lobo Antunes. Temos Manuel de Oliveira. Temos Paula Rego e Júlio Pomar. Amália e Zeca Afonso. E tantos e tantos outros. Não quero exceder-me e perder-me em listas de nomes. O propósito não é fazer uma lista. Menciono apenas uma mão cheia para que sirva de exemplo. Florbela Espanca diz-nos que ”ser poeta é ser mais alto, é ser maior do que os homens”. Sinto que peca por defeito. A Florbela que me perdoe. Podemos ser ainda mais abrangentes e não ficarmos apenas pelos poetas. Falar dos grandes nomes portugueses das artes. Os grandes nomes da nossa cultura. É falarmos de gigantes. Todos eles maiores do que os homens. São eles que nos emocionam, são eles que nos deslumbram, e em última análise são eles que nos definem. Enquanto povo.

Imaginem Portugal sem ”os Lusíadas”. Imaginem nunca ter ouvido ”A Portuguesa”. Imaginem nunca ter lido Bocage. Imaginem nunca ter ouvido Amália. Impossível! Não dá sequer para imaginar. Se há coisa que nos une e nos define enquanto povo, melhor do que qualquer outra, são os nossos artistas. Se me perguntam o que é ser português, tenho alguma dificuldade em responder de pronto. Mas ao ouvir Amália não tenho dúvidas. Se por um qualquer motivo excluíssemos de Portugal a nossa cultura, a nossa obra artística, ficaríamos com o quê? Isso não seria retirar Portugal de Portugal? Isso não seria retirar a Portugal o que é genuinamente ser português? Imagino que sim.

Este meu singelo elogio à nossa cultura e aos nossos artistas deve-se também, a propósito dos tempos difíceis que vivemos. O Jorge Palma diz que ”vivemos no tempo dos assassinos”. Não sei se tem razão. Mas espero sinceramente que não assassinemos o que nos resta da nossa cultura. O pouco que nos resta da nossa portugalidade. É que as dificuldades não podem justificar tudo…

Winston Churchill terá questionado um dia os seus ministros. A interrogação surgia na sequência da discussão de algumas medidas específicas que continham cortes avultados na área da cultura, como imposições imprescindíveis no rescaldo da Segunda Grande Guerra. Pergunta-lhes então Churchill: ”se retirarmos a cultura a um povo, de que lhe servem as outras coisas?”

Eu cá para mim, não me dou a ares de quem sabe a resposta. Mas quer-me parecer que o Sr. Churchill, até que percebia alguma coisa de rescaldos.

 

 

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