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Porque não?

Opinião  »  2013-10-04  »  Paulo Simões

O ser humano é por natureza avesso à mudança. Será? Honestamente julgo que sim.

Por muito que nos custe admitir, todos nós somos assim. Inquietos no que toca a mudar. Será porque todos nós, sem excepção, sabemos o quão difícil é encetarmos verdadeiras mudanças? Talvez! Já todos nós um dia quisemos emagrecer. Ou deixar de fumar. Ou perder um qualquer mau hábito que nos irrita. E nessas alturas conseguimos perceber claramente as dificuldades que as mudanças acarretam… Quem sabe, talvez por isso, o desconforto é geral sempre que ouvimos falar em mudar efectivamente alguma coisa.

Mas dizem-me que é mais profundo do que isso. Dizem-me que existe uma qualquer aversão humana ao desconhecido. Que nós somos assim e ponto final. Está no nosso ADN sentirmo-nos inquietos perante aquilo que não dominamos. Que temos uma tendência genética a esquecer as tantas vezes que somos agradavelmente surpreendidos por algo novo. E a nunca esquecer quando algo mau nos acontece sem aviso. Há quem diga que é porque gostamos, ainda que de forma enganadora, de sentir que temos algum controlo sobre as nossas vidas. Faz sentido…

Por vezes, no entanto, ouvimos vozes um pouco contra a corrente. Pensamentos que verbalizados em determinado contexto nos fazem pensar a nós também. Pessoalmente, confesso-vos, sinto-me atraído por essas vozes. Frases que nos ficam na memória, que nos trabalham no cérebro, e que em boa medida nos fazem confrontar connosco próprios. Talvez pela afronta que de algum modo representam à nossa realidade.

O Chico Buarque, por exemplo, diz que ”as pessoas têm medo de mudar. Mas eu tenho medo que nada mude.” Gosto desta frase. É uma frase que recorrentemente me ajuda a controlar a ansiedade perante situações novas para mim. Repito em silêncio - mau é que nada mude! Lembra-te do Chico. E com esta aceitação natural à mudança, à novidade, tudo fica mais fácil.

Albert Einstein é outra referência que surge com alguma frequência no meu panorama mental quando tenho que enfrentar alguma coisa nova. Einstein terá dito um dia que ”Absurdo é fazer sempre as mesmas coisas e da mesma maneira, e com isso esperar resultados diferentes. ”Gosto particularmente desta frase, porque não só entende a mudança, como a estimula e aplaude. Eu, pelo menos, entendo-a como um sincero apelo ao risco. E gosto disso. Entendo-a um pouco à imagem do que António Gedeão nos diz na sua célebre Pedra Filosofal. ”Quando um homem sonha, o mundo pula e avança.” Garanto-vos que não sou um profundo amante da aventura mas, no entanto, sinto que se nunca arriscarmos fazer nada diferente não é expectável que nada resulte diferente. E como nos faz falta, tantas vezes, essa irreverência (um pouco imberbe, dirão alguns!) do abraçar a vertigem do risco como uma necessidade. A irreverência pura do sonho, sim. Porque os tempos, consta, são sempre de mudança…

Digo-vos: quando os tempos são de excepção, as medidas deverão ser excepcionais. E quando tantas vezes nos questionamos porquê, talvez devêssemos interrogar-nos mais vezes: porque não? mrp@sapo.pt

 

 

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