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Domingo

Opinião  »  2013-12-27  »  Fernando Faria Pereira

Domingo, manhã de compras semanais. Gostava de ter o prazer de não cumprir este dever mas tem de ser. Tenho um livro para ler, que maçada não o poder fazer, não é estudar nem nada, só prazer. Na rua, o sol doira, que se lixe a literatura. Atravesso o rio que corre menos mal dentro da cidade, bem mal fora dela, o que não é original. Sopra uma brisa naturalmente matinal, estou com pressa, não tenho tempo, não me quero demorar. Estudo a propaganda do supermercado. São papeis pintados com tinta em que está indistinta a distinção entre o preço de coisas que custam quase nada e aquelas para que nada servem. Antes de entrar, compro a raspadinha para poder sonhar: sempre é melhor do que esperar na bruma por um D. Sebastião que não vem não, para nos tirar da crise.

À porta pedem-me para contribuir com géneros alimentares. Não há grande esperança na poesia do dia-a-dia. Talvez um pouco de bondade ajude a quem precisa mais do que eu. Entro. Os consumidores circulam, em andanças, no labirinto das prateleiras arrumadas com mestria para incentivar o consumo. Anunciam-se descontos de cinquenta por cento nos brinquedos porque o melhor do mundo são as crianças e o natal que se aproxima tem flores e música tão doce, como o rouxinol ao luar, para nos incentivar a gastar gastar… Na caixa, uma cliente leva brinquedos que não vão durar um ano e nem sequer um quilo de arroz, uma lata de atum, um pacote de rebuçados, um qualquer bem alimentar, para quem já não crê na esperança e vê o sonho secar.

Saio para rua. O sol aquece-me, até parece pecado, compras feitas, em vez de poupar, gastei, gastei…

Ouvem-se os sinos a chamar os fiéis para missa porque mais do que tudo isto é Jesus Cristo, que não percebia nada de finanças, mas sempre contou a parábola dos dez talentos, com aplicações financeiras, bancos, juros, investimentos, que bem serviria aos governantes que nos subtraem os rendimentos.

Compras feitas, deixo-me de fantasias, volto para casa, regresso à leitura, porque, embora pequena, ao menos tenho biblioteca!

 

 

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