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Passado e futuro, olhos nos olhos!

Opinião  »  2014-02-21  »  Paulo Simões

É curioso como a História, por vezes, junta passado e futuro na mesma cena.

O passado e o futuro tocando-se, ainda que de forma ténue, naqueles breves momentos do tempo a que chamamos presente. O que foi e o que será em contacto… Passado e futuro em simultâneo.

Por exemplo. Lembro de há uns anos atrás, talvez quatro ou cinco anos, ficar perplexo com duas notícias. Não tanto com qualquer uma delas isoladamente, mas pelo facto de as duas ocorrerem em simultâneo. Na mesma semana em que se noticiou que iria iniciar-se a comercialização de viagens espaciais, dava-se conta da descoberta de uma tribo, completamente desconhecida até então, na floresta amazónica. Ou seja, enquanto para uns, passava a ser possível a partir daquele dia fazer férias no espaço, outros havia que ainda não tinham tido qualquer contacto com a civilização. Com qualquer tipo de tecnologia. Recordo-me de à data ter pensado no que diriam um ao outro, um homem da amazónia e um turista espacial? Porventura nada! Limitar-se-iam a entreolhar-se sem falar. Provavelmente o homem do espaço não se reconheceria mais naquele passado tão remoto. Nem o indígena vislumbraria para si, um futuro tão longínquo. E contudo, ambos são uma única e a mesma espécie! Pese embora, numa espécie de Tempos diferentes… Passado e futuro.

Mas outros exemplos haverá. Onde se observa o passado e o futuro em simultâneo. Enquanto escrevo estas linhas, passaram alguns dias sobre a morte de Eusébio. E eu simplesmente não podia deixar de falar aqui sobre Eusébio!

Elevado ao estatuto de lenda. Símbolo maior do desporto nacional e mundial. Eusébio foi ícone para gerações e gerações de amantes do desporto. Sinónimo de talento quase sobrenatural e de humildade genuína e pura, nunca quis ser aquilo que não era nem parecer outra coisa que não ele mesmo. Eusébio é pois, o King por direito próprio. E junta o seu nome àqueles que nunca morrem.

Noto por isso, talvez de forma ainda mais evidente, a coincidência…

Na precisa semana em que fisicamente nos despedimos do Rei, ficamos a saber que um outro português é internacionalmente elevado à condição de mito. Com a conquista da segunda bola de ouro da carreira, Cristiano Ronaldo junta-se a um lote altamente restrito. CR7 pertence agora a um pequeno clube de semideuses do desporto mundial, que tal como Eusébio, perdurarão para a eternidade na memória colectiva do povo.

Como uma espécie de herdeiro natural, Cristiano ocupou de imediato o espaço deixado em aberto com a morte de Eusébio. Pessoalmente, confesso que gosto de imaginá-los juntos. Numa mesma cena, ainda que ligeiramente diferente daquela a que assistimos agora. Em campo. Passado e futuro frente a frente. Um saindo e outro entrando. Com o jogo parado ao sinal de substituição, vejo o quarto árbitro com a placa levantada. O público à espreita tentando perceber quem sai e quem entra, e eis que se vê um dez… E depois um sete. O público aplaude. Eusébio sai de campo agradecendo o carinho… e Ronaldo entra. O público emociona-se e aplaude efusivamente. O abraço sentido entre ambos quando se cruzam… e aquele pequeno segundo em que se olham nos olhos. No mesmo tempo. Passado e futuro, olhos nos olhos! O novo Príncipe, e o velho Rei.

Bem-vindo Cristiano. Até sempre, Pantera Negra.

mrp@sapo.pt

 

 

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