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Vamos fazer Abril acontecer

Opinião  »  2014-04-04  »  Cristina Tomé

Os dias de Março de 1974 sucediam-se, sem que nos apercebêssemos, a um ritmo acelerado, preparando a chegada de Abril.

Na madrugada de 25, Abril entrou com todo o seu esplendor e grandeza. As ruas encheram-se de uma enorme multidão, milhares de rostos confiantes, a alegria estampada em cada sorriso, o cheiro a cravo esvoaçava de mão em mão, o sabor doce e genuíno de cada letra da palavra Liberdade ganhava uma dimensão irreconhecível.

Desse dia, guardo o olhar cúmplice dos meus pais, a alegria crescente de ambos com as informações que iam chegando com o passar das horas, construindo a solidez daquela quinta-feira.

Eu tinha oito anos, não tinha ainda consciência dos acontecimentos, mas o frenesim dos meus pais levava-me a concluir que aquela coisa que acabava de nascer tinha de ser boa. Talvez por isso não tenha acatado de bom grado não ir à escola nesse dia. Em alternativa, porque há sempre uma alternativa, passei horas à janela na esperança de ver passar os militares. Para desencanto meu, o meu olhar não alcançou nenhum. Mas, por outro lado, a inquietação vivida nesse e nos dias que se seguiram fez florir em mim a vontade de participação.

Uma vontade que foi crescendo e que hoje me fortalece para continuar a lutar por um país justo e livre, por um país que renasceu naquela madrugada clara de Abril. Uma madrugada que nos trouxe a esperança numa vida melhor, que nos garantiu direitos fundamentais consagrados na Constituição. Uma madrugada que libertou os homens e mulheres por lutarem contra um regime que explorava e oprimia o povo do seu país. Uma madrugada que honrou todos os homens e mulheres que foram perseguidos, presos, torturados, que não sobreviveram às torturas desumanas a que foram submetidos, que corajosamente transformaram o medo da opressão em coragem e teimosamente disseram sempre não.

Por todos os que construíram aquela madrugada, pelos militares por quem esperei horas à janela, por todos aqueles que não perderam a esperança e continuam a dizer não e perante um governo que, quarenta anos depois, nega às populações o acesso à saúde, à educação, ao trabalho, que desregula as leis laborais facilitando o despedimento ilegal, que ofende e humilha diariamente todo um povo, que fomenta a fome e a miséria às famílias, através de uma carga fiscal injusta e desumana, não podemos ficar inertes.

Porque Março já lá vai, vamos fazer Abril acontecer!

Não esperes por um herói: levanta-te e luta!

 

 

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