Água de beber…
Opinião » 2014-04-04 » Jorge Cordeiro Simões
Li no ”Correio da Manhã” de 3/3 p.p. que 27 municípios portugueses concederam já a distribuição da água a privados. Um terço deles deu-a a espanhóis e à China, num negócio que para os primeiros rende em média uma taxa de 14,32 % e aos chineses uma rentabilidade não revelada. Estas últimas terão sid Mafra (PSD), Ourém (PS), Paredes (PSD), Valongo (PS), Campo Maior (PS), Elvas (PS), Fundão (PSD) e Cartaxo (PS).
Sendo certo que, no futuro cada vez mais próximo, o negócio da água será mais rentável que o do petróleo, pode causar admiração ver câmaras a abrir mão de uma importante fonte de rendimento, deixando os seus os munícipes à mercê da maior ou menor ganância alheia. Admito eu que lhes bastem as taxas e impostos cobrados aos contribuintes para fazer o que lhes interessa: convencer o eleitorado a votar neles.
Com isso, os autarcas passam a ter uma vida mais tranquila, pois é para eles menos uma fonte de problemas que podem (mal) entender já não ser seus. A partir daí, para qualquer problema com o abastecimento ou transtorno causado aos munícipes, podem responder que os problemas das águas (e dos esgotos) já não dizem respeito à Câmara, o que é um absurdo. Não será o prover as necessidades básicas da população a principal razão de ser das autarquias?
Pesem embora as garantias argumentadas pelos nossos autarcas, a adesão do município de Torres Novas à ”Águas do Ribatejo” causa-me alguma inquietação e não apenas pelo mau negócio que penso ter sido para a câmara e principalmente para os munícipes que passaram a pagar a água muito mais cara.
É que na mesma ”lógica” dos que defendem ter sido um ”bom negócio”, pode no futuro chegar o dia em que um ”óptimo negócio” venha a seduzir quem então mande. Os actuais decisores podem já nada mandar, nem estar sequer por cá. Mas serão eles os responsáveis por terem desbravado o caminho da privatização, que outros irão então trilhar.
Água de beber…
Opinião » 2014-04-04 » Jorge Cordeiro SimõesLi no ”Correio da Manhã” de 3/3 p.p. que 27 municípios portugueses concederam já a distribuição da água a privados. Um terço deles deu-a a espanhóis e à China, num negócio que para os primeiros rende em média uma taxa de 14,32 % e aos chineses uma rentabilidade não revelada. Estas últimas terão sid Mafra (PSD), Ourém (PS), Paredes (PSD), Valongo (PS), Campo Maior (PS), Elvas (PS), Fundão (PSD) e Cartaxo (PS).
Sendo certo que, no futuro cada vez mais próximo, o negócio da água será mais rentável que o do petróleo, pode causar admiração ver câmaras a abrir mão de uma importante fonte de rendimento, deixando os seus os munícipes à mercê da maior ou menor ganância alheia. Admito eu que lhes bastem as taxas e impostos cobrados aos contribuintes para fazer o que lhes interessa: convencer o eleitorado a votar neles.
Com isso, os autarcas passam a ter uma vida mais tranquila, pois é para eles menos uma fonte de problemas que podem (mal) entender já não ser seus. A partir daí, para qualquer problema com o abastecimento ou transtorno causado aos munícipes, podem responder que os problemas das águas (e dos esgotos) já não dizem respeito à Câmara, o que é um absurdo. Não será o prover as necessidades básicas da população a principal razão de ser das autarquias?
Pesem embora as garantias argumentadas pelos nossos autarcas, a adesão do município de Torres Novas à ”Águas do Ribatejo” causa-me alguma inquietação e não apenas pelo mau negócio que penso ter sido para a câmara e principalmente para os munícipes que passaram a pagar a água muito mais cara.
É que na mesma ”lógica” dos que defendem ter sido um ”bom negócio”, pode no futuro chegar o dia em que um ”óptimo negócio” venha a seduzir quem então mande. Os actuais decisores podem já nada mandar, nem estar sequer por cá. Mas serão eles os responsáveis por terem desbravado o caminho da privatização, que outros irão então trilhar.
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
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