• SOCIEDADE-  • CULTURA  • DESPORTO  • OPINIÃO
  Terça, 23 Abril 2024    •      Directora: Inês Vidal; Director-adjunto: João Carlos Lopes    •      Estatuto Editorial    •      História do JT
   Pesquisar...
Sex.
 19° / 11°
Céu nublado com chuva fraca
Qui.
 20° / 11°
Céu nublado
Qua.
 24° / 10°
Períodos nublados
Torres Novas
Hoje  24° / 10°
Céu limpo
       #Alcanena    #Entroncamento    #Golega    #Barquinha    #Constancia 

Betão para cima ou como se destrói uma cidade

Opinião  »  2014-05-16  »  João Carlos Lopes

Estamos à vontade para dizer o que dizemos: quando se anunciou a possibilidade da construção de um parque de estacionamento subterrâneo nos terrenos do Almonda Parque, dissemos que se trataria de uma tragédia do ponto de vista do planeamento urbano da cidade. Aquele pedaço de margem era o que restava de uma possibilidade de abertura do rio à cidade em toda aquela zona, tirando-se partido da expansão das águas e da criação de um grande plano de água ou da densificação de canais, dotando Torres Novas, finalmente, de um espelho de água algo parecido com a magnífica zona do choupão em Tomar. A construção de um bunker de betão para estacionamento iria emparedar ainda mais o rio, escondê-lo e retirar às gerações futuras a possibilidade de um diálogo do rio com a cidade. De resto, seria devolver os terrenos do Almonda Parque à sua vocação inicial de jardim/passeio público, antes de ter sido também parque desportivo a partir de 1928.

Por outro lado, não havia nenhuma evidência de que o centro da cidade precisasse de estacionamento, apesar dos lugares comuns e da pressão dos comerciantes, em pânico com a decadência do comércio do centro e atribuindo esse facto à falta de estacionamento. Não era, era o comércio a instalar-se gradualmente noutras zonas da cidade, a retirar funções aqui existentes, a população a diminuir drasticamente. Mas não faltava estacionamento. Tanto não faltava que, construído o parque e estando ele ali como se não se estivesse (é rigorosamente a mesma coisa), não há nenhum problema de estacionamento, mesmo livre, nem de trânsito, nem de acesso ao centro da cidade. Aliás, continuando a desfazer mitos, Torres Novas é a única cidade com ”centro histórico” em que apenas uma única rua, uma única rua, repita-se, entre as mais de 90 do centro, está vedada ao trânsito. Também não é por isso que o comércio do centro definha.

Voltando ao imenso mausoléu, que foi o resultado de falta da planeamento e da ausência de quaisquer estudos de tráfego e de estacionamento que o justificasse, por populismo (a pressão de um ruidoso grupo de comerciantes), ou por outros motivos que são difíceis de escrutinar, ele aí está para os tempos futuros, um mono de betão quase eterno a ocupar um sítio nobre da cidade e das margens do rio, sem quaisquer préstimos. E que, se fosse outra coisa, isso sim, podia ser factor de atracção e suscitar a frequência comercial das lojas do centro. Do ponto de vista do planeamento urbano e de uma visão de futuro, a liberdade permite-nos estas opiniões, aquilo é um crime e uma imposição insuportável às gerações futuras. Do ponto de vista do negócio camarário, ainda se está para ver a real dimensão do que essas gerações pagarão por semelhante e tão estranho contrato.

 

 

 Outras notícias - Opinião


Caminho de Abril - maria augusta torcato »  2024-04-22  »  Maria Augusta Torcato

Olho para o meu caminho e fico contente. Acho mesmo que fiz o caminho de Abril. O caminho que Abril representa. No entanto, a realidade atual e os desafios diários levam-me a desejar muito que este caminho não seja esquecido, não por querer que ele se repita, mas para não nos darmos conta, quase sem tempo de manteiga nos dentes, que estamos, outra vez, lá muito atrás e há que fazer de novo o caminho com tudo o que isso implica e que hoje seria incompreensível e inaceitável.
(ler mais...)


As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia »  2024-04-10  »  Jorge Carreira Maia

Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores.
(ler mais...)


Eleições "livres"... »  2024-03-18  »  Hélder Dias

Este é o meu único mundo! - antónio mário santos »  2024-03-08  »  António Mário Santos

Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza.
(ler mais...)


Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato »  2024-03-08  »  Maria Augusta Torcato

Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente.
(ler mais...)


A crise das democracias liberais - jorge carreira maia »  2024-03-08  »  Jorge Carreira Maia

A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David.
(ler mais...)


A carne e os ossos - pedro borges ferreira »  2024-03-08  »  Pedro Ferreira

Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA.
(ler mais...)


O Flautista de Hamelin... »  2024-02-28  »  Hélder Dias

Este mundo e o outro - joão carlos lopes »  2024-02-22 

Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”.
(ler mais...)


2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões »  2024-02-22  »  Jorge Cordeiro Simões

 

 


O dia 5 de Fevereiro de 2032, em que o Francisco Falcão fez 82 anos - aos quais nunca julgara ir chegar -, nasceu ainda mais frio do que os anteriores e este Inverno parecia ser nisso ainda pior que os que o antecederam, o que contribuiu para que cada vez com mais frequência ele se fosse deixando ficar na cama até mais tarde e neste dia festivo só de lá iria sair depois do meio-dia.
(ler mais...)

 Mais lidas - Opinião (últimos 30 dias)
»  2024-04-22  »  Maria Augusta Torcato Caminho de Abril - maria augusta torcato
»  2024-04-10  »  Jorge Carreira Maia As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia