A dúvida e a dívida
Opinião » 2014-09-25 » Adelino Pires
Hoje, mantêm-se as dúvidas e a dívida cresceu. Dizem-nos não haver problema, a gente está pior, mas o país está melhor.
Pelos vistos, a gente é uma coisa e o país será outra. Ou seja, a gente não é o país.
Gilberto Gil dizia que o Rio de Janeiro continua lindo. Por cá poderemos continuar a dizer o mesmo.
O sol ainda brilha e o mar não fugiu. Os rios insistem em continuar a correr, as aves esbracejam e mantêm-se no ar, as vinhas florescem, os jacarandás resistem, as crianças sorriem.
As dúvidas persistem? A dívida aumenta?
Não há problema, isto vai melhorar. O problema é da gente. Da gente que manda e não sabe mandar, da que trabalha e não sabe trabalhar, da que emigra e não devia emigrar, da que estuda e não sabe estudar, da que ensina e não sabe ensinar, da que luta e não sabe lutar.
Afinal, qual é a dúvida? Sem gente, não havia dívida.
Mas, se a gente não é o país, o que é o país sem a gente?
É que, sem gente, o sol brilha mas não bronzeia, o mar existe mas não embala, as uvas nunca seriam pisadas e o vinho não fervia nas cubas. E quem apascentava o rebanho, quem amassava e cozia o pão, quem colheria uma flor?
Não pode um país estar melhor, se a sua gente está pior e apenas lhe resta ir colhendo a flor da dúvida, bem me quer, mal me quer...
A dúvida e a dívida
Opinião » 2014-09-25 » Adelino PiresHoje, mantêm-se as dúvidas e a dívida cresceu. Dizem-nos não haver problema, a gente está pior, mas o país está melhor.
Pelos vistos, a gente é uma coisa e o país será outra. Ou seja, a gente não é o país.
Gilberto Gil dizia que o Rio de Janeiro continua lindo. Por cá poderemos continuar a dizer o mesmo.
O sol ainda brilha e o mar não fugiu. Os rios insistem em continuar a correr, as aves esbracejam e mantêm-se no ar, as vinhas florescem, os jacarandás resistem, as crianças sorriem.
As dúvidas persistem? A dívida aumenta?
Não há problema, isto vai melhorar. O problema é da gente. Da gente que manda e não sabe mandar, da que trabalha e não sabe trabalhar, da que emigra e não devia emigrar, da que estuda e não sabe estudar, da que ensina e não sabe ensinar, da que luta e não sabe lutar.
Afinal, qual é a dúvida? Sem gente, não havia dívida.
Mas, se a gente não é o país, o que é o país sem a gente?
É que, sem gente, o sol brilha mas não bronzeia, o mar existe mas não embala, as uvas nunca seriam pisadas e o vinho não fervia nas cubas. E quem apascentava o rebanho, quem amassava e cozia o pão, quem colheria uma flor?
Não pode um país estar melhor, se a sua gente está pior e apenas lhe resta ir colhendo a flor da dúvida, bem me quer, mal me quer...
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
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