Um caso exemplar
Opinião » 2014-10-03 » Jorge Carreira Maia
Se António José Seguro fosse um político virtuoso teria reagido, ao desafio que o Presidente da Câmara de Lisboa lhe lançou, de forma completamente diferente daquilo que fez. A política tem como objectivo central a conquista do poder e aqueles que o querem devem esperar a hora exacta para agir. Tudo tem um tempo. Foi isso que António Costa fez. Esperou a hora em que o ataque ao poder no partido poderia ter sucesso e não hesitou. Seguro deveria ter respondido de imediato que sim senhor, vamos resolver rapidamente o assunto da liderança, em vez de, como uma dama ofendida, se lamentar com a traição do camarada e de ter manobrado para que a decisão do assunto demorasse uma eternidade.
Na forma como agiu, toda a gente percebeu que ele era um candidato fraco e incapaz. Fraco porque partiu, numa situação em que isso era visto negativamente pelos eleitores, para ataques pessoais ao adversário. Incapaz, porque calculou mal. Ele teria toda a vantagem em resolver o assunto num rápido congresso do partido e sem eleições primárias. Fez exactamente o contrário. Um hara-kiri. As primárias socialistas não mostram a virtude política de Seguro. Mostram o equívoco que ele era. Quem se engana de tal forma na manutenção do poder dentro de um partido menos capaz é de o alcançar no país.
O que é interessante na política não é a esperança de que ela nos resolva os problemas. Não resolve. Os nossos problemas teremos de ser nós a resolvê-los condicionando os políticos. O interessante é observar estes dramas pessoais, nos quais descobrimos muitas vezes um abismo entre as pretensões que os indivíduos alimentam sobre si mesmos e a sua verdadeira natureza e capacidade para conquistar o poder. Na política como no desporto, a vitória é o único sinal de competência. O resto é pregação moral, mas a política não é o lugar da moralidade, como Seguro percebeu no domingo passado. Um caso exemplar.
www.kyrieeleison-jcm.blogspot.com
Um caso exemplar
Opinião » 2014-10-03 » Jorge Carreira MaiaSe António José Seguro fosse um político virtuoso teria reagido, ao desafio que o Presidente da Câmara de Lisboa lhe lançou, de forma completamente diferente daquilo que fez. A política tem como objectivo central a conquista do poder e aqueles que o querem devem esperar a hora exacta para agir. Tudo tem um tempo. Foi isso que António Costa fez. Esperou a hora em que o ataque ao poder no partido poderia ter sucesso e não hesitou. Seguro deveria ter respondido de imediato que sim senhor, vamos resolver rapidamente o assunto da liderança, em vez de, como uma dama ofendida, se lamentar com a traição do camarada e de ter manobrado para que a decisão do assunto demorasse uma eternidade.
Na forma como agiu, toda a gente percebeu que ele era um candidato fraco e incapaz. Fraco porque partiu, numa situação em que isso era visto negativamente pelos eleitores, para ataques pessoais ao adversário. Incapaz, porque calculou mal. Ele teria toda a vantagem em resolver o assunto num rápido congresso do partido e sem eleições primárias. Fez exactamente o contrário. Um hara-kiri. As primárias socialistas não mostram a virtude política de Seguro. Mostram o equívoco que ele era. Quem se engana de tal forma na manutenção do poder dentro de um partido menos capaz é de o alcançar no país.
O que é interessante na política não é a esperança de que ela nos resolva os problemas. Não resolve. Os nossos problemas teremos de ser nós a resolvê-los condicionando os políticos. O interessante é observar estes dramas pessoais, nos quais descobrimos muitas vezes um abismo entre as pretensões que os indivíduos alimentam sobre si mesmos e a sua verdadeira natureza e capacidade para conquistar o poder. Na política como no desporto, a vitória é o único sinal de competência. O resto é pregação moral, mas a política não é o lugar da moralidade, como Seguro percebeu no domingo passado. Um caso exemplar.
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Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
» 2024-02-28
» Hélder Dias
O Flautista de Hamelin... |
» 2024-03-08
» Maria Augusta Torcato
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato |
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» Hélder Dias
Eleições "livres"... |
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» Jorge Carreira Maia
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia |
» 2024-03-08
» Pedro Ferreira
A carne e os ossos - pedro borges ferreira |