Geração Like
Opinião » 2014-10-24 » Ricardo Jorge Rodrigues
Não que as redes sociais sejam, por si só, um elemento negativo do nosso quotidiano. Não o são e podem, até, ser um instrumento bastante útil da nossa aprendizagem. Mas o problema está na forma como as pessoas as usam: não para evoluir mas para exibicionismo.
As pessoas – sobretudo os jovens, reitero – actualmente não se importam muito com o que nos rodeia. Não questionam, os temas são-lhes dados para tratamento de informação e os indivíduos assumem-nos como certos. Não há a dúvida, a interrogação, ninguém diz ”porquê?”, logo não há evoluçã há a estagnação. Uma paragem do intelecto que influencia as nossas relações sociais.
Ao longo dos anos fomos trilhando este caminh passámos dos salões para os media; dos media para a informação online; daí até aos telemóveis que hoje funcionam como computadores foi um ápice. A isto está associada a forma como nos relacionamos: passámos da carta para o e-mail; do e-mail para o sms; e hoje em dia basta um ”like”.
É assustador pensarmos que as redes sociais se transformaram em plataformas de raciocínio quase animal, privilegiando o instinto mais básico do ser humano ao invés de promoveram o estímulo intelectual.
Como eu referi, as pessoas querem exibir-se. Mesmo dentro das próprias redes sociais, as coisas têm-se agravando. Começámos com redes de contacto como o facebook ou o twitter e já vamos em algo como o instagram em que o único objectivo é tirar fotografias e colocar online para ter likes dos outros utilizadores. Ora, e a não ser que o utilizador seja um apreciador entusiasta de fotografia profissional, esta rede nada mais promove que a exposição gratuita da privacidade e da intimidade do ser humano.
O culminar desta promoção gratuita está exposta em programas de televisão medíocres, onde se promove a violência (muitas vezes verbal, por vezes física), onde se ignora qualquer regra básica de gramática e onde ter a cultura geral de um gorila é motivo para ser olhado de lado quase como se fosse um cérebro genial.
Mais grave ainda é assistirmos que há pessoas que centram a sua agenda em função destes indivíduos banais que só promovem a mediocridade e criarem inclusive clubes de fãs para os mesmos.
A mim assombra-me esta ideia absurda de exposição gratuita e de limitação do raciocínio do ser humano. Uma sociedade que não pensa é uma sociedade controlada a todos os níveis. E não há nada pior que iss a falta de liberdade.
Geração Like
Opinião » 2014-10-24 » Ricardo Jorge RodriguesNão que as redes sociais sejam, por si só, um elemento negativo do nosso quotidiano. Não o são e podem, até, ser um instrumento bastante útil da nossa aprendizagem. Mas o problema está na forma como as pessoas as usam: não para evoluir mas para exibicionismo.
As pessoas – sobretudo os jovens, reitero – actualmente não se importam muito com o que nos rodeia. Não questionam, os temas são-lhes dados para tratamento de informação e os indivíduos assumem-nos como certos. Não há a dúvida, a interrogação, ninguém diz ”porquê?”, logo não há evoluçã há a estagnação. Uma paragem do intelecto que influencia as nossas relações sociais.
Ao longo dos anos fomos trilhando este caminh passámos dos salões para os media; dos media para a informação online; daí até aos telemóveis que hoje funcionam como computadores foi um ápice. A isto está associada a forma como nos relacionamos: passámos da carta para o e-mail; do e-mail para o sms; e hoje em dia basta um ”like”.
É assustador pensarmos que as redes sociais se transformaram em plataformas de raciocínio quase animal, privilegiando o instinto mais básico do ser humano ao invés de promoveram o estímulo intelectual.
Como eu referi, as pessoas querem exibir-se. Mesmo dentro das próprias redes sociais, as coisas têm-se agravando. Começámos com redes de contacto como o facebook ou o twitter e já vamos em algo como o instagram em que o único objectivo é tirar fotografias e colocar online para ter likes dos outros utilizadores. Ora, e a não ser que o utilizador seja um apreciador entusiasta de fotografia profissional, esta rede nada mais promove que a exposição gratuita da privacidade e da intimidade do ser humano.
O culminar desta promoção gratuita está exposta em programas de televisão medíocres, onde se promove a violência (muitas vezes verbal, por vezes física), onde se ignora qualquer regra básica de gramática e onde ter a cultura geral de um gorila é motivo para ser olhado de lado quase como se fosse um cérebro genial.
Mais grave ainda é assistirmos que há pessoas que centram a sua agenda em função destes indivíduos banais que só promovem a mediocridade e criarem inclusive clubes de fãs para os mesmos.
A mim assombra-me esta ideia absurda de exposição gratuita e de limitação do raciocínio do ser humano. Uma sociedade que não pensa é uma sociedade controlada a todos os níveis. E não há nada pior que iss a falta de liberdade.
Família tradicional e luta do bem contra o mal - jorge carreira maia » 2024-04-24 » Jorge Carreira Maia A publicação do livro Identidade e Família – Entre a Consistência da Tradição e os Desafios da Modernidade, apresentado por Passos Coelho, gerou uma inusitada efervescência, o que foi uma vitória para os organizadores desta obra colectiva. |
Caminho de Abril - maria augusta torcato » 2024-04-22 » Maria Augusta Torcato Olho para o meu caminho e fico contente. Acho mesmo que fiz o caminho de Abril. O caminho que Abril representa. No entanto, a realidade atual e os desafios diários levam-me a desejar muito que este caminho não seja esquecido, não por querer que ele se repita, mas para não nos darmos conta, quase sem tempo de manteiga nos dentes, que estamos, outra vez, lá muito atrás e há que fazer de novo o caminho com tudo o que isso implica e que hoje seria incompreensível e inaceitável. |
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |