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Eu avisei, mas riram-se de mim

Opinião  »  2015-01-22  »  Ricardo Jorge Rodrigues

No dia 29 de Dezembro, num jantar de natal entre amigos, eu disse que temo a força do Estado Islâmico por estar bem preparado não só militarmente como financeiramente, além de ter alguns poderes ocultos a suportar a sua organização terrorista. Disse, concluindo, que há três meses que penso que eles podem invadir a Europa. Riram-se de mim.

Invadir a Europa não começa numa ofensiva a cavalo como se fosse uma qualquer batalha da Idade Média. Invadir a Europa começa por ganhar Kobani, na Síria – batalha que se disputa há quase meio ano e que motivou as forças internacionais a apoiar os Curdos que aí resistem – e, daí, poder entrar na Turquia; invadir a Europa pode ser conquistando forças de apoio numerosas entre os jovens que se sentem traídos por taxas de desemprego elevadíssimas no mundo ocidental; invadir a Europa pode ser atacar o coração de Paris. O nosso coração.

O mais assustador é que este pode não ter sido o ataque final. Este pode apenas ser o primeiro de muitos. Sinto-me, confesso, assustado. Mais do que em 2001 porque os objectivos do Estado Islâmico estão, como já referi, mais bem sustentados e são mais ambiciosos: um mundo sob a sua égide. Estamos a falar de um grupo constituído por elementos que foram expulsos da Al-Qaeda por serem ”demasiado cruéis”. A forma como matam, degolam e promovem a barbárie e o sangue mostram-nos que o nome de qualquer Deus é apenas uma máscara para uma pandilha do terror. Que tem de ser neutralizada, rapidamente.

O mundo nem sempre foi como o conhecemos e as várias mutações que já sofreu começaram, invariavelmente, em pequenos movimentos que agiam em nome de um qualquer Deus ou de um povo oprimido. Prometem, sempre, uma vida melhor a uma facção minoritária. Claro que, como me irão alertar, nem todos os muçulmanos são terroristas ou extremistas: claro que não. Mas não é com essa maioria que temos que nos preocupar: é com a minoria que ataca a redacção de um jornal a sangue-frio, pegando em armas para combater lápis de cor, que temos que nos preocupar.

É certo que muitos dirão que tudo foi ensaiado pelos governos ocidentais como forma de justificar ataques discriminados sobre o Estado Islâmico. Disso não tenho qualquer dúvida. Compete a cada um saber o limite da informação que recolhe e daquela que vê. São coisas diferentes e o ver implica a reflexão própria de quem pode pensar por si. De quem, no fundo, não vive na alçada do Estado Islâmico.

O último cartoon de Stephane Charbonnier, director do Charlie Hebdo, retratava um jihadista que dizia: ”Ainda não houve atentados em França. Esperem! Temos até ao fim de Janeiro para apresentar os nossos votos [de Ano Novo]”. Que crime sanguinário este, não é? Charb, como era conhecido, morreu por fazer o que mais amava e isso esbarrou na tirania da cegueira. Este atentado cobarde, que opôs o melhor e o pior deste mundo, irá eternizar apenas a memória dos que morreram. E, no fundo, é essa a liçã a força do amor será sempre mais forte que a do terror. Por mais balas que disparem.

 

 

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