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Dialéticas…

Opinião  »  2015-01-22  »  Maria Augusta Torcato

A vida está cheia de dialéticas.

”Dialética” vem do grego dialektiké. Ver-me-ei grega para dizer o que quero em tão poucas palavras.

Da entrevista ao Presidente da CM de Torres Novas, publicada na edição em que me estreei como cronista, agarrei duas afirmações: ”O centro histórico preocupa-nos…” e ”Depois da política serei um eterno voluntário social”. O património histórico e o voluntariado são duas áreas que me são, também, caras. A primeira é, em qualquer aldeia, vila ou cidade, o marco das nossas origens, o que fica para a posteridade, para não nos esquecermos de onde viemos e com o qual deveríamos conviver bem para o preservar e nos preservarmos. A segunda foi, é e deverá ser o garante do humanismo, da civilidade, da cidadania e da expressão máxima do ”eu”, enquanto ser social, porque só se é ”com os outros”. Se cada um de nós se preocupasse com o outro, haveria, sempre, um outro a preocupar-se connosco. É assim esta lei da reciprocidade humana. E é ela que enforma a sociedade. Talvez por haver alguma distorção desta lei, há alguma distorção social. O voluntariado ajuda, e muito, no combate dessa deformação, mas não chega. E não pode chegar, por vias de haver algo que, estando ”acima”, como Estado Social, deveria fazer e não abdicar do seu papel, delegando-o ou renegando-o.

Focalizo o teor das afirmações e transporto-o para a minha realidade próxima. Alcanena comemora o centenário como concelho. Tem havido, digna e elevadamente, muitas ações que sinalizam o aniversário, com envolvimento patrimonial e voluntário. Alcanena é metonímia de outros concelhos, outras terras. As ações de voluntariado são múltiplas e algumas estendem as suas raízes num tempo que se perde. O mesmo acontece com os corações das localidades do concelho e que são o espelho do emocional-social. E é aqui que me perco. Dei, há dias, um passeio a pé. Apreciei a minha vizinha que, com brio social, limpava o passeio de ervas. Apreciei a bondade social do Sr. José que, com uma garrafa plástica, matava a sede às flores de um dos vasos da rua. Chego a casa da minha mãe, no centro histórico da vila. Em frente fica o prédio que fez nascer a rua, diz-se. A cair. A porta, fruto, porventura, de um pontapé, tem um buraco. À esquerda, outra casa. A cair. A janela tem uma rede de arame grosso rebentada. À direita, outra porta diz a sua idade. Velha. Podre. Esburacada. Estas casas, com sombrios e acabados vestígios de vida, são ninhos de lixo, que cresce todos os dias em quantidade e variedade. O lixo não deve ir para lá sozinho. Sinto tristeza e deceção. Acho que só em coletivo se conseguirá reaver o que não se deve perder. Todo o tempo que se perde é uma perda de tempo. E tempo é vida.

Uma história conta que uma família se juntou num moderno espaço para comemorar o aniversário do ancião familiar. Todos se banqueteiam. Finalmente, quando cantam os parabéns, reparam que se esqueceram do aniversariante na sua velha casa. De quem foi ou é a culpa? De todos e de ninguém! Dialéticas!

 

 

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