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O desamor do amor e a desigualdade da igualdade

Opinião  »  2015-02-19  »  Maria Augusta Torcato

Fevereiro, 14: ”Dia dos Namorados”. Março, 8: Dia Internacional da Mulher. Tenho pensado no seu significado. Eu não sou muito dada a comemorações. Só gosto delas para lembrar o que não se deve esquecer nunca! Ora, o dia dos namorados, para quaisquer namorados, deveria ser todos os dias. Não concebo a ação de um santo apenas num único dia num ano inteiro. E aflijo-me mais quando as estatísticas dizem que, em cada semana de 2014, pelo menos, uma mulher morreu vítima de violência praticada pelos seus companheiros. Veja-se a ironia que a palavra ”companheiros” carrega nestas situações.

Há uns anos, apostava-se em projetos de valorização do papel das mulheres na sociedade, de mudança de mentalidades, de promoção da igualdade. Alguns destes projetos continuam, outros não. E, por que motivo não continuaram, ou então não têm hoje a visibilidade que tiveram, quando o seu teor era de extrema importância para a formação intrínseca ao ser humano, homem ou mulher, rapaz ou rapariga, menino ou menina? Porque, infelizmente, o dinheiro escasseou e, assim, escassearam as ações que nunca deveriam interromper-se, terminar ou rarear.

Formar e educar para a cidadania não se compadecem com modas, épocas ou interesses pessoais, institucionais e políticos. Formar e educar para a cidadania não podem estar dependentes de financiamento de projetos, delimitados num espaço e num tempo, porque não têm lugar nem tempo definidos, porque são de todo o lado e todo o tempo e para toda a gente.

A realidade é complexa e fala por si. O retrocesso exibe-se a todos os níveis, mas é incompreensível como, do ponto de vista das relações humanas, a vida e o sofrimento do(a) outro(a) valham tão pouco, destruindo-se e manietando-se. A crise económica e social mostra a debilidade de tudo ou quase tudo o que se fez. A pobreza e a miséria que se alojaram, advindas dos poderes económicos instituídos, dominadores e dominantes, expõem a bestialidade, a ignorância e o vazio humanos, de uma forma tão rápida quanto um abrir e fechar os olhos.

A pergunta impõe-se-nos: como combater o desamor do amor e a desigualdade da igualdade? Não é fácil a resposta. Porém, se começarmos a interiorizar o nosso papel, os nossos direitos e os nossos deveres e a não abdicar de nós próprios, permitindo que outros pensem e ajam por nós, talvez seja um começo. O analfabetismo político, moral, social e humanístico parece-me a causa de todos os males e claro, também, do desamor e da desigualdade. Tudo está relacionado. É uma teia. E este analfabetismo conduz a uma estranha forma de ser: é-se não se sendo. Dos estratos mais elevados aos mais baixos, do político ao operário, o analfabetismo grassa. Cresce qual epidemia. Este facto leva a que na escada da vida haja quem se submeta a quem julga acima e humilhe quem julga abaixo. Submisso com o grande e arrogante com o pequen eis o retrato da cobardia e da cegueira. E isto passa-se a olhos vistos nas relações pessoais, profissionais e sociais. Mas, definitivamente, este não será nem o caminho do amor nem da igualdade!

 

 

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