Eles comem tudo….
Opinião » 2015-05-31 » António Gomes"Já noutra altura aqui escrevi sobre a intenção do governo de privatizar esta empresa"
Escrevo este texto quando acabei de presenciar dois factos importantes no Entroncamento.
O primeiro, tem que ver com a inauguração do Museu Nacional Ferroviário, instituição que pode desempenhar um papel importante no turismo, na preservação da história dos caminhos de ferro em Portugal.
O segundo, tem que ver com a manifestação dos ferroviários da EMEF – Empresa de Manutenção e Equipamento Ferroviário, que tem cerca de 450 trabalhadores no Entroncamento, algumas dezenas do concelho de Torres Novas.
Ambos os acontecimentos aconteceram em simultâneo e isto porque o Secretário de Estado, Sérgio Monteiro, veio ao Entroncamento.
Já noutra altura aqui escrevi sobre a intenção do governo de privatizar esta empresa, que faz a manutenção e reparação dos comboios em Portugal: agora deixou de ser intenção, porque o decreto-lei que estabelece tal pretensão foi aprovado e publicado, tal qual também a CP Carga.
As eleições estão à porta e ainda faltam algumas privatizações e há que trabalhar de afogadilho. Nada mais interessa: se a empresa presta um bom serviço, de qualidade, se a segurança dos comboios fica em causa, se a CP, dona dos comboios, fica pendurada numa qualquer empresa que não lhe garante a disponibilidade do material circulante de passageiros e de mercadorias, como acontece agora com a EMEF.
Nada interessa, só a agenda ideológica do governo, só a caminhada teimosa e a aposta em destruir o que é público e que funciona bem, até do ponto de vista da gestão, a coisa correu bem, o balanço 2014 é positivo.
O presidente da CP, Manuel Queiró, que em tempos escreveu contra a privatização da EMEF e que também marcou presença na dita inauguração, deveria estar a pensar com os seus botões: ora ali está uma malta a fazer aquilo que eu penso, mais, a fazer aquilo que deu origem ao rolar de cabeças nas administrações da Emef e da CP.
Os trabalhadores da Emef protestaram veementemente com o secretário de Estado, durante quase três horas, desde o início dos discursos, lá longe do povo, bem guardados; até à altura do beberete e do espetáculo, as largas dezenas de convidados, burocratas, gente bem posta, estavam exaustos; os operários da Emef teimavam em dar luta, mesmo ali em frente, só com a rede pelo meio.
O caderno de encargos nada assegura aos trabalhadores, nem os postos de trabalho, nem os direitos conquistados com tanta luta e sacrifício, nem o seu acordo de empresa, que são a lei dentro da Emef.
Só mesmo a luta os pode salvar e salvar a Emef da destruição que ai vem.
Eles comem tudo….
Opinião » 2015-05-31 » António GomesJá noutra altura aqui escrevi sobre a intenção do governo de privatizar esta empresa
Escrevo este texto quando acabei de presenciar dois factos importantes no Entroncamento.
O primeiro, tem que ver com a inauguração do Museu Nacional Ferroviário, instituição que pode desempenhar um papel importante no turismo, na preservação da história dos caminhos de ferro em Portugal.
O segundo, tem que ver com a manifestação dos ferroviários da EMEF – Empresa de Manutenção e Equipamento Ferroviário, que tem cerca de 450 trabalhadores no Entroncamento, algumas dezenas do concelho de Torres Novas.
Ambos os acontecimentos aconteceram em simultâneo e isto porque o Secretário de Estado, Sérgio Monteiro, veio ao Entroncamento.
Já noutra altura aqui escrevi sobre a intenção do governo de privatizar esta empresa, que faz a manutenção e reparação dos comboios em Portugal: agora deixou de ser intenção, porque o decreto-lei que estabelece tal pretensão foi aprovado e publicado, tal qual também a CP Carga.
As eleições estão à porta e ainda faltam algumas privatizações e há que trabalhar de afogadilho. Nada mais interessa: se a empresa presta um bom serviço, de qualidade, se a segurança dos comboios fica em causa, se a CP, dona dos comboios, fica pendurada numa qualquer empresa que não lhe garante a disponibilidade do material circulante de passageiros e de mercadorias, como acontece agora com a EMEF.
Nada interessa, só a agenda ideológica do governo, só a caminhada teimosa e a aposta em destruir o que é público e que funciona bem, até do ponto de vista da gestão, a coisa correu bem, o balanço 2014 é positivo.
O presidente da CP, Manuel Queiró, que em tempos escreveu contra a privatização da EMEF e que também marcou presença na dita inauguração, deveria estar a pensar com os seus botões: ora ali está uma malta a fazer aquilo que eu penso, mais, a fazer aquilo que deu origem ao rolar de cabeças nas administrações da Emef e da CP.
Os trabalhadores da Emef protestaram veementemente com o secretário de Estado, durante quase três horas, desde o início dos discursos, lá longe do povo, bem guardados; até à altura do beberete e do espetáculo, as largas dezenas de convidados, burocratas, gente bem posta, estavam exaustos; os operários da Emef teimavam em dar luta, mesmo ali em frente, só com a rede pelo meio.
O caderno de encargos nada assegura aos trabalhadores, nem os postos de trabalho, nem os direitos conquistados com tanta luta e sacrifício, nem o seu acordo de empresa, que são a lei dentro da Emef.
Só mesmo a luta os pode salvar e salvar a Emef da destruição que ai vem.
Caminho de Abril - maria augusta torcato » 2024-04-22 » Maria Augusta Torcato Olho para o meu caminho e fico contente. Acho mesmo que fiz o caminho de Abril. O caminho que Abril representa. No entanto, a realidade atual e os desafios diários levam-me a desejar muito que este caminho não seja esquecido, não por querer que ele se repita, mas para não nos darmos conta, quase sem tempo de manteiga nos dentes, que estamos, outra vez, lá muito atrás e há que fazer de novo o caminho com tudo o que isso implica e que hoje seria incompreensível e inaceitável. |
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
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Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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» 2024-04-22
» Maria Augusta Torcato
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