"Passeio" pela cidade com o Gustavo
Opinião » 2018-02-15 » AnabelaSantos"Reconheço que muito foi feito a nível nacional e local. O meio caminho já foi ultrapassado..."
Há convites irrecusáveis…
- Gustavo, vamos à festa de aniversário do LIJ (Lar de Infância e Juventude), na alcaidaria do castelo?
O Gustavo com um sorriso de gozo, olhou para baixo e respondeu:
- Não posso! Ei!!! É o Gustavo. É óbvio que não pode, encontra-se numa cadeira de rodas.
Não foi um momento constrangedor. Foi, simplesmente, um acordar para a realidade, ou seja, a falta de acessibilidade a locais públicos para pessoas com mobilidade condicionada. E, essas pessoas poderemos ser todos nós. Não é exclusiva para os que têm algum problema físico. Ao longo da nossa vida, com certeza, surgirão vários episódios em que teremos a nossa mobilidade condicionada.
Voltando ao castelo… vou à festa sem o Gustavo, mas com esperança de que em breve já possa ter a sua companhia. Até porque vi por “aí” um projeto, na minha opinião um projeto feio, mas que nos faz acreditar que há alguma preocupação com a questão da acessibilidade ao Castelo.
No entanto, disse-me o Gustavo que pela cidade há outros problemas de acessibilidade que passam despercebidos e que são mais urgentes e de fácil resolução.
Mea Culpa! Percebi que há uma realidade que não conheço, nem nunca que preocupei em conhecer. A dificuldade que algumas pessoas têm em passear por Torres Novas.
Pedi, então, ao Gustavo que partilhasse a sua experiência e começámos por ir beber um café ao Jardim das Rosas.
- “Passeando pela nossa linda cidade - diz o Gustavo - podemos encontrar diferentes tipos de barreiras arquitetónicas que seriam facilmente suprimidas com um pouco mais de sensibilidade das pessoas responsáveis. Começando pela obra emblemática de Torres Novas, o Jardim das Rosas. Existem dois lugares de estacionamento para pessoas com mobilidade reduzida, contudo não respeitam a lei das acessibilidades pois não têm largura suficiente.
Temos duas pontes pedonais que dificultam imenso o seu uso por pessoas com mobilidade reduzida, sendo a ponte metálica um perigo mesmo para pessoas sem limitações, devido à sua forte inclinação, à falta de aderência que o piso provoca, piorando em dias de chuva.
Todos os caminhos têm problemas, pois a mistura de terra com ornamentos de pedra da calçada dificulta e promove bastantes buracos nesses caminhos.
Podemos, também, falar do acesso à biblioteca, e sendo este caminho todo feito em calçada portuguesa, dá conta de uma inclinação um pouco acima do ideal e devido às raízes e à própria execução da calçada, apresenta uma superfície bastante irregular.
Temos a Praça 5 de Outubro, que foi renovada em 2009, tendo ficado com uma ótima acessibilidade e até mesmo com uma casa de banho pública adequada a pessoas com MC. Mas o que é triste é que os cafés, bares e hotel não são acessíveis, pois uma PMC não consegue entrar, só podendo ser servida na esplanada.
Muitas outras coisas haveria para dizer. Não posso! Mas há outros serviços que apresentam algo de fácil resolução e que é importante referir, como o acesso à Segurança Social. É muito difícil entrar sem ajuda, devido à forma como está construída a rampa de acesso. Pior ainda, não há qualquer tipo de estacionamento perto do edifício.
Entrar no edifício dos CTT. Sim, excelente acessibilidade, mas falta um rebaixamento dos passeios perto do local.
Acesso ao “Convento do Carmo”. Fantástico! Há uma entrada nas traseiras para pessoas com MC, no entanto, se não houve alterações desde a sua inauguração, só fora do meu juízo perfeito, arriscaria, mesmo com ajuda, descer a ladeira que nos leva à porta de acesso. Perigo!
Atenção! Cafés, restaurantes, bares, comércio… aos poucos podemos mudar.
Reconheço que muito foi feito a nível nacional e local. O meio caminho já foi ultrapassado, mas é fácil resolvermos estes pequenos, grandes problemas”.
Assim, eu concluo… é preciso ter a noção da inclusão, mas sem excluir.
Obrigada, Gustavo!
"Passeio" pela cidade com o Gustavo
Opinião » 2018-02-15 » AnabelaSantosReconheço que muito foi feito a nível nacional e local. O meio caminho já foi ultrapassado...
Há convites irrecusáveis…
- Gustavo, vamos à festa de aniversário do LIJ (Lar de Infância e Juventude), na alcaidaria do castelo?
O Gustavo com um sorriso de gozo, olhou para baixo e respondeu:
- Não posso! Ei!!! É o Gustavo. É óbvio que não pode, encontra-se numa cadeira de rodas.
Não foi um momento constrangedor. Foi, simplesmente, um acordar para a realidade, ou seja, a falta de acessibilidade a locais públicos para pessoas com mobilidade condicionada. E, essas pessoas poderemos ser todos nós. Não é exclusiva para os que têm algum problema físico. Ao longo da nossa vida, com certeza, surgirão vários episódios em que teremos a nossa mobilidade condicionada.
Voltando ao castelo… vou à festa sem o Gustavo, mas com esperança de que em breve já possa ter a sua companhia. Até porque vi por “aí” um projeto, na minha opinião um projeto feio, mas que nos faz acreditar que há alguma preocupação com a questão da acessibilidade ao Castelo.
No entanto, disse-me o Gustavo que pela cidade há outros problemas de acessibilidade que passam despercebidos e que são mais urgentes e de fácil resolução.
Mea Culpa! Percebi que há uma realidade que não conheço, nem nunca que preocupei em conhecer. A dificuldade que algumas pessoas têm em passear por Torres Novas.
Pedi, então, ao Gustavo que partilhasse a sua experiência e começámos por ir beber um café ao Jardim das Rosas.
- “Passeando pela nossa linda cidade - diz o Gustavo - podemos encontrar diferentes tipos de barreiras arquitetónicas que seriam facilmente suprimidas com um pouco mais de sensibilidade das pessoas responsáveis. Começando pela obra emblemática de Torres Novas, o Jardim das Rosas. Existem dois lugares de estacionamento para pessoas com mobilidade reduzida, contudo não respeitam a lei das acessibilidades pois não têm largura suficiente.
Temos duas pontes pedonais que dificultam imenso o seu uso por pessoas com mobilidade reduzida, sendo a ponte metálica um perigo mesmo para pessoas sem limitações, devido à sua forte inclinação, à falta de aderência que o piso provoca, piorando em dias de chuva.
Todos os caminhos têm problemas, pois a mistura de terra com ornamentos de pedra da calçada dificulta e promove bastantes buracos nesses caminhos.
Podemos, também, falar do acesso à biblioteca, e sendo este caminho todo feito em calçada portuguesa, dá conta de uma inclinação um pouco acima do ideal e devido às raízes e à própria execução da calçada, apresenta uma superfície bastante irregular.
Temos a Praça 5 de Outubro, que foi renovada em 2009, tendo ficado com uma ótima acessibilidade e até mesmo com uma casa de banho pública adequada a pessoas com MC. Mas o que é triste é que os cafés, bares e hotel não são acessíveis, pois uma PMC não consegue entrar, só podendo ser servida na esplanada.
Muitas outras coisas haveria para dizer. Não posso! Mas há outros serviços que apresentam algo de fácil resolução e que é importante referir, como o acesso à Segurança Social. É muito difícil entrar sem ajuda, devido à forma como está construída a rampa de acesso. Pior ainda, não há qualquer tipo de estacionamento perto do edifício.
Entrar no edifício dos CTT. Sim, excelente acessibilidade, mas falta um rebaixamento dos passeios perto do local.
Acesso ao “Convento do Carmo”. Fantástico! Há uma entrada nas traseiras para pessoas com MC, no entanto, se não houve alterações desde a sua inauguração, só fora do meu juízo perfeito, arriscaria, mesmo com ajuda, descer a ladeira que nos leva à porta de acesso. Perigo!
Atenção! Cafés, restaurantes, bares, comércio… aos poucos podemos mudar.
Reconheço que muito foi feito a nível nacional e local. O meio caminho já foi ultrapassado, mas é fácil resolvermos estes pequenos, grandes problemas”.
Assim, eu concluo… é preciso ter a noção da inclusão, mas sem excluir.
Obrigada, Gustavo!
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