Um ano - carlos paiva
Opinião » 2021-08-14 » Carlos Paiva"“Um ocasional cagalhão a boiar no Almonda não compromete os floridos espaços de lazer ribeirinhos feitos com material de segunda”."
Faz um ano que esta crónica existe. Impõe-se um agradecimento pelo convite do Jornal Torrejano para a redigir, sem submissão a um âmbito específico. Obrigado pelo espaço gentilmente concedido. Começou com umas cabras desaparecidas que deram em arquivadas, porque a Junta submeteu o processo fora do prazo. Passou pelo júbilo de supermercados com descontos convidativos e hambúrgueres que oferecem uma voltinha extra às instalações. Entretanto, cortaram-se ou deixaram-se morrer árvores. Ou ambos, não é claro. Passou-se por lombas que não eram lombas e por lombas que são obstáculos. Houve história que se perdeu por baixo do cimento do progresso. Envenenou-se a água e a população. Continua-se a envenenar a água e a população. Os artistas subiram ao palco e interpretam os seus números. Só se tem uma certeza: os números prometem. Uns vacinaram-se, outros tiveram de ser investigados. Uns são expropriados à força, outros fazem por força bons negócios. Paga-se para que permaneça tudo imóvel, aplaude-se essa imobilidade e vende-se como dinamismo. Passou-se graxa à Renova, tem de ser, está no contrato. Tornou-se clara uma divergência cognitiva acerca do conceito de “ciclovia”. Entretanto, como já passou mais um ano e nada foi feito, continua-se a envenenar a água e a população. Sei perfeitamente que é a segunda vez que menciono isto, não estou senil. A judiciária tornou-se habitué da Câmara. As flores são aceites como substitutas dignas das árvores. Um ocasional cagalhão a boiar no Almonda não compromete os floridos espaços de lazer ribeirinhos feitos com material de segunda. E já passou um ano. Houve distrações? Claro que sim. Uma pandemia, um mundial de futebol e dez milhões de cachopos especialistas em tudo, que se ofendem com tudo, geram distracção que chegue. Acho que posso afirmar, com segurança, que essas distracções não afectaram o foco (auto determinado) desta crónica. Se por vezes o humor se destacou, a seriedade dos temas satirizados foi prioritária, não sendo estes branqueados pela eventual ironia. Não houve protocolo nem preferência seguidos. As fontes temáticas foram sempre com origem na comunicação social, regional e nacional. Agradeço também a quem lê. Agradeço principalmente a quem lê. Há quem enalteça a frontalidade e há quem nunca se manifeste. Óptimo. O objectivo, se algum, é a corrosão da indiferença. Trazer para a discussão o indivíduo “eu cá não ligo a essas coisas”, porque há coisas a merecer que se ligue. Espero ter conseguido alguns resultados nesse campo. Antes que isto aparente ser uma “este gajo está de férias e teve de arranjar uma coisa qualquer à pressão só para cumprir calendário” tipo de crónica, prometo não voltar a cronicar aniversários. Aguarda-se intervenção do governo central para deter o envenenamento da água e das populações. Já tinha falado disto?
Um ano - carlos paiva
Opinião » 2021-08-14 » Carlos Paiva“Um ocasional cagalhão a boiar no Almonda não compromete os floridos espaços de lazer ribeirinhos feitos com material de segunda”.
Faz um ano que esta crónica existe. Impõe-se um agradecimento pelo convite do Jornal Torrejano para a redigir, sem submissão a um âmbito específico. Obrigado pelo espaço gentilmente concedido. Começou com umas cabras desaparecidas que deram em arquivadas, porque a Junta submeteu o processo fora do prazo. Passou pelo júbilo de supermercados com descontos convidativos e hambúrgueres que oferecem uma voltinha extra às instalações. Entretanto, cortaram-se ou deixaram-se morrer árvores. Ou ambos, não é claro. Passou-se por lombas que não eram lombas e por lombas que são obstáculos. Houve história que se perdeu por baixo do cimento do progresso. Envenenou-se a água e a população. Continua-se a envenenar a água e a população. Os artistas subiram ao palco e interpretam os seus números. Só se tem uma certeza: os números prometem. Uns vacinaram-se, outros tiveram de ser investigados. Uns são expropriados à força, outros fazem por força bons negócios. Paga-se para que permaneça tudo imóvel, aplaude-se essa imobilidade e vende-se como dinamismo. Passou-se graxa à Renova, tem de ser, está no contrato. Tornou-se clara uma divergência cognitiva acerca do conceito de “ciclovia”. Entretanto, como já passou mais um ano e nada foi feito, continua-se a envenenar a água e a população. Sei perfeitamente que é a segunda vez que menciono isto, não estou senil. A judiciária tornou-se habitué da Câmara. As flores são aceites como substitutas dignas das árvores. Um ocasional cagalhão a boiar no Almonda não compromete os floridos espaços de lazer ribeirinhos feitos com material de segunda. E já passou um ano. Houve distrações? Claro que sim. Uma pandemia, um mundial de futebol e dez milhões de cachopos especialistas em tudo, que se ofendem com tudo, geram distracção que chegue. Acho que posso afirmar, com segurança, que essas distracções não afectaram o foco (auto determinado) desta crónica. Se por vezes o humor se destacou, a seriedade dos temas satirizados foi prioritária, não sendo estes branqueados pela eventual ironia. Não houve protocolo nem preferência seguidos. As fontes temáticas foram sempre com origem na comunicação social, regional e nacional. Agradeço também a quem lê. Agradeço principalmente a quem lê. Há quem enalteça a frontalidade e há quem nunca se manifeste. Óptimo. O objectivo, se algum, é a corrosão da indiferença. Trazer para a discussão o indivíduo “eu cá não ligo a essas coisas”, porque há coisas a merecer que se ligue. Espero ter conseguido alguns resultados nesse campo. Antes que isto aparente ser uma “este gajo está de férias e teve de arranjar uma coisa qualquer à pressão só para cumprir calendário” tipo de crónica, prometo não voltar a cronicar aniversários. Aguarda-se intervenção do governo central para deter o envenenamento da água e das populações. Já tinha falado disto?
As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia » 2024-04-10 » Jorge Carreira Maia Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores. |
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
» 2024-04-10
» Jorge Carreira Maia
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