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QUE FUTURO PARA TORRES NOVAS?

Opinião  »  2017-11-15  »  Denis Hickel

"Será que a cidade que extrapolamos hoje para o futuro fará sentido quando este chegar?"

Há poucos anos atrás facilitei diversas oficinas junto à comunidade escolar do concelho e que trazia o questionamento de como seria a escola diante de todos os problemas globais que enfrentamos. A gravidade destes temas são difíceis de abordar em toda a sua amplitude por trazerem uma complexidade e uma interdependência difíceis para nossa forma linear de pensamento; o que invariavelmente leva os interlocutores à visões muito negativas sobre o futuro. A resposta que encontrei pelo caminho foi que não podemos resolver os nossos problemas dentro do mesmo paradigma em que os criamos e, para isso, como se diz, é preciso pensar “fora da caixa”.

 No exercício, os diversos temas — do pico do petróleo, ao esgotamento dos recursos naturais, poluição generalizada, alterações climáticas etecetera — eram relacionados de forma a estabelecerem um cenário próprio. Em todas as dezenas de vezes em que este foi realizado, a reação ao resultado era de perturbação e, não raro, a responsabilidade das soluções eram debitadas aos políticos e especialistas. Para ultrapassar o impasse, foram introduzidos conceitos sobre ecologia — a nossa e a do planeta — que vieram a facilitar a reflexão sobre a responsabilidade de cada um na construção de soluções e de todo o processo criativo.

 Como resultado, as escolas foram transformadas em não-escolas, onde o lugar do aprender passava a ser o quotidiano e de acordo com os interesses e aspirações de cada um, professores deram lugar a facilitadores, e salas de aula deram lugar à cidade, à natureza e a riqueza das relações humanas. Muitas das lições aqui aprendidas servem também para outras instâncias da vida comum. Mas para isso há que vincar a diferença subtil entre simples participação — como a fazemos hoje, através do voto, por exemplo — e a interação em contextos criativos e decisórios.

 Um sujeito que participa — de uma consulta, votação, ou assembleia — opina a partir de seus preconceitos e permanecerá expectador do processo. Se, em alternativa, pessoas são chamadas a participar de todo o processo criativo, de forma horizontal, cria-se espaço para a interação, onde haverá a possibilidade de dar a conhecer opiniões, ouvir, decidir refletir e transformarem-se no processo. Ou seja, quando um grupo de pessoas é informada sobre um contexto comum de problemas e são dadas as ferramentas adequadas com as quais possam trabalhar, cria-se um contexto criativo comum, onde todos são coautores e corresponsáveis pelas soluções. Isto causa um sentimento de pertença, estreita laços de proximidade e cria a possibilidade de que um variado número de pessoas, valores, intenções e aspirações estejam contemplados. Ganha a democracia.

 Por isso, enquanto não olharmos para a totalidade do concelho, entendermos toda a ecologia Torrejana e ainda o seu lugar no contexto global em transição, corrigir suas incoerências (físicas e culturais) não teremos nem centro histórico revitalizado, nem uma economia local vibrante. Afinal, se no fluxo de um mundo em rápida transição e às portas de uma economia pós carbónica, será que a cidade que extrapolamos hoje para o futuro fará sentido quando este chegar?

 

 

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