Mudanças necessárias
Opinião » 2018-01-30 » Nuno Curado"...começar de uma vez por todas a dizer “não” aos sacos de plástico"
Não sou pessoa de fazer resoluções de ano novo, nem de desejar mudanças como se elas acontecessem por magia. Tenho, no entanto, duas aspirações especiais para este ano: menos plástico nas nossas vidas e melhor mobilidade na nossa cidade. No fundo, são mudanças que precisam de acontecer e para as quais vou tentar fazer a minha parte. Agora vou focar-me no plástico, na próxima edição voltamos à mobilidade.
Qual é o problema do plástico, afinal? Como é que se tornou num dos problemas ambientais mais graves dos dias de hoje? Estamos enterrados em embalagens, invólucros, sacos, saquinhos, copos, garrafas, palhinhas, pratos, talheres, tudo descartável. Produzimos quantidades abissais de produtos em plástico, apenas para os usar uma vez e deitar fora. O plástico é um material incrível: é leve, resistente e impermeável. E hoje em dia com outra grande vantagem: é estupidamente barato (é impressionante que fique mais barato comprar copos, pratos e talheres de plástico para cada festa que fazemos do que comprar um único conjunto de um outro material e lavá-lo a cada vez). Por outro lado, tem um grande problema: é estupidamente difícil de decompor naturalmente. Ao contrário do papel, não se degrada rapidamente. Não se decompõe como a matéria orgânica e também não é inerte como o vidro. Uma vez descartado, não se decompõe, vai-se degradando, lentamente, criando micro-partículas de plástico enquanto isso acontece, e que se tornaram um problema de poluição à escala mundial.
Quase todos os dias sai mais uma notícia sobre o impacto negativo dos resíduos de plástico. 90% do lixo que flutua nos oceanos é plástico. A maioria dos plásticos demoram entre 300 a 1000 anos a degradar-se. Ou seja, todo o plástico alguma vez produzido ainda existe. Todos os anos um milhão de aves marinhas – sim, um milhão – são mortas por ingerirem plástico, ao confundirem-no com comida; tal como cem mil baleias, golfinhos e focas, e inúmeras tartarugas-marinhas. Morrem por encherem os estômagos de plástico, ou por envenenamento através dos seus compostos. E agora, a parte que nos toca ainda mais directamente: descobrimos cada vez mais espécies de peixes que ingerem e que são contaminadas por plástico, incluindo espécies que são pescadas e que todos nós comemos. E há cada vez mais indícios da presença de micro-plásticos em água potável por todo o mundo. Já chega?
Está na altura de mudar isto. São precisas alterações legislativas, comerciais e industriais. Que não são simples, mas são possíveis. Medidas para eliminar a maioria dos usos do plástico descartável, para deixar de produzir tipos de plásticos não recicláveis e para reduzir a quantidade de embalagens, por exemplo. Mas é preciso também mudar as nossas acções. Começar de uma vez por todas a dizer “não” aos sacos de plástico quando fazemos compras e levar os nossos sacos reutilizáveis. Se temos uma loja, pensar se é possível entregar sacos de papel em vez de plástico (as farmácias já há algum tempo que optaram por saquinhos de papel). Dizer não às palhinhas nos bares. Substituir as largadas de balões. Utilizar jarros com água e copos de vidro em reuniões, debates e eventos, em vez de garrafas individuais de plástico. Apostar em copos reutilizáveis e com tara nos festivais e eventos. Na Feira Medieval de Torres Novas isso já ocorre e é uma excelente medida. Porque não alargá-la às Festas do Almonda?
Mudanças necessárias
Opinião » 2018-01-30 » Nuno Curado...começar de uma vez por todas a dizer “não” aos sacos de plástico
Não sou pessoa de fazer resoluções de ano novo, nem de desejar mudanças como se elas acontecessem por magia. Tenho, no entanto, duas aspirações especiais para este ano: menos plástico nas nossas vidas e melhor mobilidade na nossa cidade. No fundo, são mudanças que precisam de acontecer e para as quais vou tentar fazer a minha parte. Agora vou focar-me no plástico, na próxima edição voltamos à mobilidade.
Qual é o problema do plástico, afinal? Como é que se tornou num dos problemas ambientais mais graves dos dias de hoje? Estamos enterrados em embalagens, invólucros, sacos, saquinhos, copos, garrafas, palhinhas, pratos, talheres, tudo descartável. Produzimos quantidades abissais de produtos em plástico, apenas para os usar uma vez e deitar fora. O plástico é um material incrível: é leve, resistente e impermeável. E hoje em dia com outra grande vantagem: é estupidamente barato (é impressionante que fique mais barato comprar copos, pratos e talheres de plástico para cada festa que fazemos do que comprar um único conjunto de um outro material e lavá-lo a cada vez). Por outro lado, tem um grande problema: é estupidamente difícil de decompor naturalmente. Ao contrário do papel, não se degrada rapidamente. Não se decompõe como a matéria orgânica e também não é inerte como o vidro. Uma vez descartado, não se decompõe, vai-se degradando, lentamente, criando micro-partículas de plástico enquanto isso acontece, e que se tornaram um problema de poluição à escala mundial.
Quase todos os dias sai mais uma notícia sobre o impacto negativo dos resíduos de plástico. 90% do lixo que flutua nos oceanos é plástico. A maioria dos plásticos demoram entre 300 a 1000 anos a degradar-se. Ou seja, todo o plástico alguma vez produzido ainda existe. Todos os anos um milhão de aves marinhas – sim, um milhão – são mortas por ingerirem plástico, ao confundirem-no com comida; tal como cem mil baleias, golfinhos e focas, e inúmeras tartarugas-marinhas. Morrem por encherem os estômagos de plástico, ou por envenenamento através dos seus compostos. E agora, a parte que nos toca ainda mais directamente: descobrimos cada vez mais espécies de peixes que ingerem e que são contaminadas por plástico, incluindo espécies que são pescadas e que todos nós comemos. E há cada vez mais indícios da presença de micro-plásticos em água potável por todo o mundo. Já chega?
Está na altura de mudar isto. São precisas alterações legislativas, comerciais e industriais. Que não são simples, mas são possíveis. Medidas para eliminar a maioria dos usos do plástico descartável, para deixar de produzir tipos de plásticos não recicláveis e para reduzir a quantidade de embalagens, por exemplo. Mas é preciso também mudar as nossas acções. Começar de uma vez por todas a dizer “não” aos sacos de plástico quando fazemos compras e levar os nossos sacos reutilizáveis. Se temos uma loja, pensar se é possível entregar sacos de papel em vez de plástico (as farmácias já há algum tempo que optaram por saquinhos de papel). Dizer não às palhinhas nos bares. Substituir as largadas de balões. Utilizar jarros com água e copos de vidro em reuniões, debates e eventos, em vez de garrafas individuais de plástico. Apostar em copos reutilizáveis e com tara nos festivais e eventos. Na Feira Medieval de Torres Novas isso já ocorre e é uma excelente medida. Porque não alargá-la às Festas do Almonda?
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
» 2024-02-28
» Hélder Dias
O Flautista de Hamelin... |
» 2024-03-08
» Maria Augusta Torcato
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato |
» 2024-03-18
» Hélder Dias
Eleições "livres"... |
» 2024-03-08
» Jorge Carreira Maia
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia |
» 2024-03-08
» Pedro Ferreira
A carne e os ossos - pedro borges ferreira |