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Uma história mal contada - joão carlos lopes

Opinião  »  2022-12-08  »  João Carlos Lopes

Admitamos então que o presidente da Câmara foi apanhado de surpresa com a demolição das chaminés da antiga António Alves, empreitada devidamente aprazada para um sábado, manhã cedo, fazendo a empresa tábua rasa da semana inglesa há tanto tempo arreigada nos nossos costumes.

Admitamos também que, com o desenvolver dos trabalhos de terraplanagens que decorriam há meses, de cujo resultado era, há muitas semanas, o terreno todo limpo e apenas as chaminés erguidas no horizonte, a empresa constatou que as antigas construções davam conta de algumas fragilidades de sustentação.

Admitamos, temos de admitir, que os completíssimos e complexos dados recolhidos por técnicos competentes, ao serviço da empresa, eram há algum tempo conhecidos da empresa e não da véspera das demolições (na realidade, nem era possível inventar, poucas horas após o abate das chaminés, tantos detalhes técnicos sobre o estado das mesmas).

Se os dados sobre as fragilidades detectadas nas chaminés são verdadeiros e credíveis, sabendo a empresa que as chaminés eram parte do projecto aprovado, mais, que o projecto aprovado o foi com a obrigatoriedade de se manterem as chaminés, memória industrial da cidade, sabia perfeitamente que, para haver demolição, ela teria de ser comunicada e aprovada pela Câmara e, atendendo à cronologia dos acontecimentos, a empresa teria tempo mais que suficiente para comunicar à Câmara essa intenção: por carta, mail, telefone, sinais de fumo, recorrendo a um estafeta, qualquer coisa.

A empresa não fez nada do que era obrigação legal fazer. Como confirmou no comunicado, partiu para o abate das chaminés de forma unilateral, à margem das regras, a um dia e uma hora em que é bom ficar mais um pouco no quentinho. Aparentemente, portanto, a empresa, e há-de ser sempre acusada disso, agiu com total falta de respeito e impunidade, cuspindo na legalidade democrática, ofendendo os sentimentos dos torrejanos. Agiu por sua conta e risco e terá de pagar pelo que fez. Terá sido apenas assim?

Não é líquido que tenha sido assim. Sabendo-se o que a casa gasta e tendo em conta casos mais ou menos recentes, pode ser que a história tenha de ser contada de outra maneira e que o enredo dos acontecimentos tenha sido outro. E que tenha havido ali uma “carta de conforto” vinda do sítio do costume. O que não seria surpresa. Basta ter ouvido uma determinada pessoa ter tido o desplante de dizer o que disse na última assembleia municipal para fazer uma conta de somar de apenas duas parcelas. Limpinho.

No fundo, o único azar que acabaria por acontecer foi o facto de uma moradora das imediações ter ouvido o estrondo da primeira chaminé a cair, e correr para a janela ainda a tempo de filmar a máquina a deitar abaixo, com uma patada certeira, a segunda chaminé, imagem que ficará guardada para sempre no rol dos horrores que esta terra tem sofrido. Foi simplesmente azar. Tirando isso, a história poderia ter sido perfeita. JCL


 

 

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