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Socialistas, para quê?

Opinião  »  2015-05-08  »  Jorge Carreira Maia

Alevantou-se um grande alvoroço com a apresentação de um documento de economistas ligados ao Partido Socialista. Os socialistas de vários tons, a comunicação social e até o governo, por motivos diversos, exultaram. Em linha gerais o documento limita-se a confirmar as actuais políticas europeias. Por não ser dado a alevantamentos e a alvoroços, a única coisa que surgiu na minha mente foi uma pergunta: para que servem os socialistas? Não se trata apenas dos socialistas portugueses, mas de todos os partidos socialistas, social-democratas (não confundir com o PSD paroquial) e trabalhistas europeus.

Houve um tempo em que os socialistas tinham um importante papel no equilíbrio das sociedades. Rejeitavam a revolução, a ditadura do proletariado, o planeamento da economia. Eram favoráveis às liberdades básicas, aos mercados livres, mas regulados pelo Estado, e defendiam políticas de concertação social, onde a riqueza era distribuída de forma menos injusta. Tudo isto se consubstanciava num Estado social, cujos pilares eram a segurança social, a educação, como factor de mobilidade, e a saúde. Por isso, atribuíam a si próprios o epíteto de esquerda democrática.

Se há uma coisa que a União Europeia deseja tenazmente é a destruição do Estado social. Imbuída de um espírito liberal puro e duro, a direita europeia, que governa efectivamente a Europa, procura desfazer, tão depressa quanto puder, todo o edifício de protecção social que foi construído no pós-guerra. Tudo deve ser entregue aos interesses privados, mesmo funções que outrora pertenciam à área da soberania. O efeito da política europeia é a destruição da classe média e a desqualificação sistemática do trabalho. Veja-se, por exemplo, o preço a que hoje são contratados engenheiros ou os casos crescentes de pessoas que, apesar de trabalharem, são efectivamente pobres, pois o seu rendimento não lhes permite fazer frente às necessidades básicas.

Perante isto, esperava-se dos socialistas europeus um grito de revolta em nome das antigas tradições, em memória das sociedades equilibradas que ajudaram a erguer Europa fora. A verdade, contudo, é que, no essencial, pouco ou nada distingue as actuais gerações de políticos socialistas dos seus confrades de direita. Defendem as mesmas opções e perseguem os mesmos fins. Foi isso que o documento dos economistas socialistas veio confirmar. Se o leitor pretende uma sociedade mais equilibrada e justa, não sei onde a poderá ir buscar. Uma coisa, no entanto, sei: não é no lado do governo nem no dos socialistas. Socialistas, para quê?

 

 

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