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Dos fracos não reza a história - carlos paiva

Opinião  »  2021-11-25 

" versão dos factos para a posteridade é invariavelmente simpática para os vencedores e vincadamente penalizadora para os vencidos."

 

É uma realidade: dos fracos não reza a história. A prerrogativa fica do lado dos fortes, dos vitoriosos que, nessa condição, escrevem a história. A versão dos factos para a posteridade é invariavelmente simpática para os vencedores e vincadamente penalizadora para os vencidos. Este paradigma, por estar condensado num ditado popular, tem especial relevância. Quer dizer que, no universo alheio aos eruditos, a malta não é estúpida e percebe perfeitamente o que está a acontecer. Impotente para alterar o rumo, mas cientes dos interesses decisores.

Evitando o auxílio de exemplos políticos e sociais para ilustrar a pertinência do ditado, a área científica, a par da área comercial, providenciam exemplos de sobra para esse fim. A rivalidade entre Edison e Tesla, a competição entre VHS e Betamax, o duelo entre Compact Disc e Mini Disc, são emblemáticos e certamente suficientes para concluirmos que a mediocridade vence a excelência, repetidamente. Mesmo que posteriormente a evolução científica venha a reunir evidências que o outro caminho teria sido melhor, imediatamente brotam relativizações que o comprometem, opiniões especializadas que lançam mácula, que inquinam verdades factuais. A prioridade é assegurar a continuidade da versão oficial, a dos vencedores. Por vezes, as manobras, as cortinas de fumo e a tão em voga “desinformação”, atingem patamares surreais. Mas, o ditado testemunha: a malta não é estúpida.

Os bombeiros torrejanos estão em maus lençóis. Faltam recursos humanos, faltam recursos materiais. Falta dinheiro. Para a dificuldade em angariar novos voluntários, gritar aos sete ventos que não há dinheiro, não ajuda. Ninguém quer embarcar num navio que se afunda. Estranho como uns temas são de uma opacidade injustificada, já outros… Perante as dificuldades, o presidente da câmara emitiu um comunicado onde revela que o apoio da câmara municipal aos bombeiros voluntários, o ano passado, atingiu os 415 mil euros. Quase um por cento do orçamento anual da câmara. Este ano, foram cabimentados 375 mil euros para o mesmo fim, deixando no ar a sugestão que mais dinheiro irá aparecer, se necessário. No mesmo comunicado informa que, em caso de falência operacional dos Bombeiros Voluntários de Torres Novas, outras instituições prestarão os serviços. Por isso, a população não tem nada a temer. Já os bombeiros…

Caso o leitor tenha chegado recentemente ao planeta, talvez não saiba que o presidente da câmara é simultaneamente o responsável da protecção civil (só esta história, são outros quinhentos), talvez não saiba que o presidente dos bombeiros (ele próprio, ex-presidente da câmara) e um membro do conselho fiscal dos mesmos, foram adversários directos do presidente da câmara nas recentes eleições autárquicas. Pronto, agora já sabe.

Regressando ao episódio de hoje, a resenha: em 2020, com 415 mil euros de apoio, os bombeiros queixam-se que não chega, estão aflitos, por isso tomem lá 375 mil euros em 2021 e, a pouco mais de um mês do final do ano, se for preciso, arranja-se mais. “Se”. Mesmo sério? “Se”? Se, não tivesse à minha frente uma prateleira cheia de cassetes VHS, se, não estivesse neste momento a ouvir música num CD, numa aparelhagem alimentada por corrente eléctrica alterna distribuída por cabo, era gajo para questionar como é que um vencedor emite um comunicado com este teor no intuito de sossegar a população.

 

 

 

 

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