• SOCIEDADE-  • CULTURA  • DESPORTO  • OPINIÃO
  Sábado, 20 Abril 2024    •      Directora: Inês Vidal; Director-adjunto: João Carlos Lopes    •      Estatuto Editorial    •      História do JT
   Pesquisar...
Ter.
 22° / 9°
Céu limpo
Seg.
 26° / 11°
Céu limpo
Dom.
 25° / 11°
Céu limpo
Torres Novas
Hoje  24° / 14°
Períodos nublados com aguaceiros e trovoadas
       #Alcanena    #Entroncamento    #Golega    #Barquinha    #Constancia 

A doença infantil

Opinião  »  2016-09-22  »  Jorge Carreira Maia

"Aquilo que a direita não tem conseguido fazer – abalar o executivo – está a esquerda, com inexcedível empenho, a fazê-lo, e, mais que todos, o BE. A direita exulta com a dádiva caída dos céus."

Quem faz política, antes de abrir a boca, deve medir o impacto que as futuras afirmações poderão ter. A arte da prudência é essencial. Era tempo do Bloco de Esquerda (BE) meditar sobre o assunto. A trapalhada relativa ao novo imposto sobre património e o convite, endereçado por Mariana Mortágua, ao Partido Socialista, para este pensar se quer ser alternativa ao capitalismo (sic) são dois tiros no governo. Aquilo que a direita não tem conseguido fazer – abalar o executivo – está a esquerda, com inexcedível empenho, a fazê-lo, e, mais que todos, o BE. A direita exulta com a dádiva caída dos céus.

Grande parte das pessoas que votam à esquerda, onde me incluo, não querem aventuras nem experiências sociais. Não querem descobrir alternativas à economia de mercado. Sabemos todos, bem demais, onde conduzem essas experiências e essas alternativas. Quer que a sociedade funcione melhor, que seja mais justa, mas não possui qualquer interesse em abandonar o concerto dos países ocidentais que têm, no cerne do seu desenvolvimento, a referida economia de mercado. O BE e as outras forças de esquerda devem ter isso em consideração. E um governo, em democracia, não governa para a sua facção. Governa para o todo nacional.

Por outro lado, o BE – mas também a restante esquerda – deve ter a sensatez suficiente para compreender o que poderá acontecer aos estratos sociais que suportam a esquerda, caso o governo colapse e a direita volte ao poder. Não vai ser bonito ver o revanchismo social da direita. E isso só não acontecerá se o governo suportado pela esquerda conseguir convencer os eleitores que possui as melhores soluções para o país. E dentro das soluções virtuosas, para a grande maioria do eleitorado, não se encontra qualquer aventura anticapitalista nem qualquer confronto com a União Europeia, da qual dependemos para não voltarmos a ser reduzidos à miséria mais extrema.

O BE tem todo o direito de querer ser convertido à dimensão da extinta UDP ou do velho PSR. Tem todo o direito de continuar a insistir na doença infantil do comunismo, para citar Lenine. Mas se o BE quer abandonar a fase da adolescência e ser uma organização política com contributos positivos para o país e para as pessoas que representa, como por vezes parece, o melhor é compreender a realidade em que vivemos, as nossas dependências e fragilidades, e adequar o discurso e a acção para, de forma reformista, contribuir para uma sociedade mais justa, mas também mais eficiente do ponto de vista económico e social. Fundamentalmente, deve aprender a moderação na acção e a prudência de pensar mil vezes antes de falar.

http://kyrieeleison-jcm.blogspot.pt/

 

 

 Outras notícias - Opinião


As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia »  2024-04-10  »  Jorge Carreira Maia

Existe, em Portugal, uma franja pequena do eleitorado que quer, deliberadamente, destruir a democracia, não suporta os regimes liberais, sonha com o retorno ao autoritarismo. Ao votar Chega, fá-lo racionalmente. Contudo, a explosão do eleitorado do partido de André Ventura não se explica por esse tipo de eleitores.
(ler mais...)


Eleições "livres"... »  2024-03-18  »  Hélder Dias

Este é o meu único mundo! - antónio mário santos »  2024-03-08  »  António Mário Santos

Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza.
(ler mais...)


Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato »  2024-03-08  »  Maria Augusta Torcato

Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente.
(ler mais...)


A crise das democracias liberais - jorge carreira maia »  2024-03-08  »  Jorge Carreira Maia

A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David.
(ler mais...)


A carne e os ossos - pedro borges ferreira »  2024-03-08  »  Pedro Ferreira

Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA.
(ler mais...)


O Flautista de Hamelin... »  2024-02-28  »  Hélder Dias

Este mundo e o outro - joão carlos lopes »  2024-02-22 

Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”.
(ler mais...)


2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões »  2024-02-22  »  Jorge Cordeiro Simões

 

 


O dia 5 de Fevereiro de 2032, em que o Francisco Falcão fez 82 anos - aos quais nunca julgara ir chegar -, nasceu ainda mais frio do que os anteriores e este Inverno parecia ser nisso ainda pior que os que o antecederam, o que contribuiu para que cada vez com mais frequência ele se fosse deixando ficar na cama até mais tarde e neste dia festivo só de lá iria sair depois do meio-dia.
(ler mais...)


Avivar a memória - antónio gomes »  2024-02-22  »  António Gomes

Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento.

Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa.
(ler mais...)

 Mais lidas - Opinião (últimos 30 dias)
»  2024-04-10  »  Jorge Carreira Maia As eleições e o triunfo do pensamento mágico - jorge carreira maia