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Estou apaixonado pelo meu carro - carlos paiva

Opinião  »  2022-09-23  »  Carlos Paiva

"“Na perspectiva economicista, só em camiões televisivos, revistas de propaganda e “ajudas” financeiras questionáveis se reúne a verba suficiente para uma solução de compromisso"

A Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, em que Torres Novas participa, assinou dia 8 de Setembro um contrato de concessão com a Rodoviária do Tejo, com a validade de oito anos, para o serviço público de transporte de passageiros. Esse contrato implica um investimento de 36M de euros para um retorno estimado de 68M de euros. A CIMT, no âmbito do Programa de Apoio à Redução Tarifária, assume a subsidiação de 40% do valor dos passes mensais, como já antes fazia. A autarquia torrejana, quando questionada acerca da gratuitidade total dos transportes públicos, responde ser de todo impossível nesta altura, ou num futuro próximo. O presidente declara que, só em revisão de preços, a Câmara prevê um aumento superior a 1M de euros nos custos. Deduzo que se refira a custos operacionais, não é claro, não especifica. Detalhes desses são para gestores e aqui o que interessa é calar quem pergunta.

Bom… A razão de existência da CIMT (e de todas as outras) é precisamente a geração de sinergias com o objectivo de poupança. Redução de custos e despesas, melhoria do serviço prestado, numa óptica de coesão e inclusão para os cidadãos no território onde opera. Note-se que o financiamento para grande parte dos projectos da CIMT provém de candidaturas a dinheiros europeus. No entanto, não dá para “oferecer” transportes públicos ao cidadão. Porquê? Porque a despesa aumentou. Há presidentes de junta de freguesia a queixarem-se de exclusão. Porquê? Porque existem freguesias fora da cobertura dos transportes públicos. Há qualquer coisa que está a funcionar ao contrário. Mas uma margem bruta de quase 50% para a Rodoviária do Tejo, já não foge.

Na perspectiva economicista, só em camiões televisivos, revistas de propaganda, “ajudas” financeiras questionáveis e outras sangrias, se reúne a verba suficiente para uma solução de compromisso. Se não dá para todos os cidadãos usufruírem de todos os transportes públicos de borla, daria para alguns cidadãos usufruírem de alguns transportes públicos de borla. Que tal definir só alguns itinerários “verdes” (envolvendo a Associação de Comerciantes ou não), sem custos? Que tal dias pares a preço normal, dias ímpares a preços reduzidos, ou um valor simbólico? Que tal estender a isenção dos ex-combatentes a reformados, pensionistas, idosos e cidadãos portadores de deficiência física ou mental? Que tal um protocolo com as escolas (envolvendo o ministério da educação, ou não), de modo a oferecer o transporte aos estudantes? Que tal um protocolo com os clubes e associações desportivas (envolvendo federações, ou não) e oferecer o transporte aos atletas? Mesmo que fosse exclusivamente nas deslocações para os treinos? Um não categórico desculpado por um solavanco na gestão operacional é resposta abusivamente ténue. Pensar um bocadinho, ser proactivo e apresentar uma contraproposta, é o que se espera de pessoas responsáveis num sistema democrático. Mesmo uma maioria absoluta não é sinónima de feudalismo, que raio.

Por esta altura, já ninguém duvida das alterações climáticas e da importância do estímulo para a utilização de transportes públicos. Aqui faz-se ao contrário. Continua-se a cortar árvores, despejar esgoto não tratado directamente para o rio e forçar o recurso aos transportes individuais. Parabéns pela originalidade, irresponsável.

À laia de nota pessoal: ao reler as crónicas que escrevo para o Jornal Torrejano de há dois anos a esta parte, fico algo deprimido ao constatar que muitos dos temas abordados (quase todos) foram ficando sem resolução, sem resposta, ainda hoje existem. Ou pior: foram esquecidos, varridos da actualidade torrejana. Lembram-se das cabras que morreram à fome e sede fechadas num curral, tema da minha primeira crónica? Prescreveu o prazo, o processo foi arquivado. Felizmente existe um jornal com isso escrito. Se não, esse e outros episódios seriam varridos da memória, da história. Parabéns ao Jornal Torrejano por isso. Parabéns pela originalidade, responsável. E porque faz hoje 29 anos.

 


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