FOTO (QUASE COMO O CINEMA) PARAÍSO - josé mota pereira
Opinião » 2020-05-25 » José Mota Pereira"A vida entretanto deu muitas voltas. Até que pela lei natural da vida, o senhor Fernando e a Dona Noémia decidiram em 2020 encerrar esta História"
A notícia surgiu pelo facebook.
Cumprindo o ciclo da vida, noticiou-se o encerramento da Fotocor. Quem é de Torres Novas, sabe do que falo. Em Torres Novas, toda a gente conhece a Fotocor. Porque a Fotocor foi mais que um estabelecimento comercial.
Criada em 1975, no pós-revolução, quando os operários e os trabalhadores viram a sua vida melhorar, a corrida à compra de maquinas fotográficas deu o impulso ao crescimento da loja que a simpatia da Dona Noémia e do senhor Fernando acrescentaram. O advento da fotografia a cor, as fotos tipo passe e ao mesmo tempo o serviço de reportagem associado aos grandes momentos de convívio familiar dos torrejanos, sobretudo casamentos e batizados, fizeram a Fotocor popular e um estabelecimento de referência.
Casamentos e Batizados? E o resto? Os festivais da canção para os bombeiros e para o CRIT, os eventos desportivos, as “canarinhas”, os saraus de ginástica e a patinagem, as corridas de atletismo, o futebol, o estádio, tantos eventos desportivos, os concertos das escolas de música do Coral e das bandas, as manifestações, as festas de Abril e Maio, os bailes, todas as realizações das colectividades, as festas, as festas da cidade e do Almonda, os carnavais, os desfiles das escolas, as exposições, toda uma vida, a vida da nossa terra, a nossa vida colectiva nas “provas” expostas ao longo de mais quarenta anos naquela montra da rua 1.º Dezembro.
“Olha estás na 38”
“A tua prima está na 96”
“Acho que ali ao fundo na 22 é a minha cabeça”
Com o advento do vídeo, nos anos 1980, a criação pioneira do videoclube confirmou o espírito comercial da gerência e reforçou os laços com os torrejanos. Perante a novidade de se poder ver cinema em casa, era obrigatório ir à extensa oferta dos vhs da Fotocor na loja nova da Ponte do Raro. E em consequência, as grandes novidades ao nível do som, do home-video, do dvd e outras tecnologias associadas ao mundo multimedia que floresceu pelos anos 1990.
A vida entretanto deu muitas voltas. Até que pela lei natural da vida, o senhor Fernando e a Dona Noémia decidiram em 2020 encerrar esta História. Uma História que não será esquecida
A História das terras não se faz apenas dos acontecimentos que os livros registam. Também se faz dos espaços em que a comunidade se encontrou nos seus afectos.
É por isso que os torrejanos, que passaram por esta terra neste período de tempo, nunca esquecerão o mítico slogan na Rádio Local (nascida curiosamente no sótão da casa do Sr. Fernando e da D. Noémia):
“Se és feio, sisudo e sem cor
E ficas bem no retrato
Já sei, foste à Fotocor,
É melhor e mais barato"
Um abraço a toda a família Fotocor.
FOTO (QUASE COMO O CINEMA) PARAÍSO - josé mota pereira
Opinião » 2020-05-25 » José Mota PereiraA vida entretanto deu muitas voltas. Até que pela lei natural da vida, o senhor Fernando e a Dona Noémia decidiram em 2020 encerrar esta História
A notícia surgiu pelo facebook.
Cumprindo o ciclo da vida, noticiou-se o encerramento da Fotocor. Quem é de Torres Novas, sabe do que falo. Em Torres Novas, toda a gente conhece a Fotocor. Porque a Fotocor foi mais que um estabelecimento comercial.
Criada em 1975, no pós-revolução, quando os operários e os trabalhadores viram a sua vida melhorar, a corrida à compra de maquinas fotográficas deu o impulso ao crescimento da loja que a simpatia da Dona Noémia e do senhor Fernando acrescentaram. O advento da fotografia a cor, as fotos tipo passe e ao mesmo tempo o serviço de reportagem associado aos grandes momentos de convívio familiar dos torrejanos, sobretudo casamentos e batizados, fizeram a Fotocor popular e um estabelecimento de referência.
Casamentos e Batizados? E o resto? Os festivais da canção para os bombeiros e para o CRIT, os eventos desportivos, as “canarinhas”, os saraus de ginástica e a patinagem, as corridas de atletismo, o futebol, o estádio, tantos eventos desportivos, os concertos das escolas de música do Coral e das bandas, as manifestações, as festas de Abril e Maio, os bailes, todas as realizações das colectividades, as festas, as festas da cidade e do Almonda, os carnavais, os desfiles das escolas, as exposições, toda uma vida, a vida da nossa terra, a nossa vida colectiva nas “provas” expostas ao longo de mais quarenta anos naquela montra da rua 1.º Dezembro.
“Olha estás na 38”
“A tua prima está na 96”
“Acho que ali ao fundo na 22 é a minha cabeça”
Com o advento do vídeo, nos anos 1980, a criação pioneira do videoclube confirmou o espírito comercial da gerência e reforçou os laços com os torrejanos. Perante a novidade de se poder ver cinema em casa, era obrigatório ir à extensa oferta dos vhs da Fotocor na loja nova da Ponte do Raro. E em consequência, as grandes novidades ao nível do som, do home-video, do dvd e outras tecnologias associadas ao mundo multimedia que floresceu pelos anos 1990.
A vida entretanto deu muitas voltas. Até que pela lei natural da vida, o senhor Fernando e a Dona Noémia decidiram em 2020 encerrar esta História. Uma História que não será esquecida
A História das terras não se faz apenas dos acontecimentos que os livros registam. Também se faz dos espaços em que a comunidade se encontrou nos seus afectos.
É por isso que os torrejanos, que passaram por esta terra neste período de tempo, nunca esquecerão o mítico slogan na Rádio Local (nascida curiosamente no sótão da casa do Sr. Fernando e da D. Noémia):
“Se és feio, sisudo e sem cor
E ficas bem no retrato
Já sei, foste à Fotocor,
É melhor e mais barato"
Um abraço a toda a família Fotocor.
Eleições "livres"... » 2024-03-18 » Hélder Dias |
Este é o meu único mundo! - antónio mário santos » 2024-03-08 » António Mário Santos Comentava João Carlos Lopes , no último Jornal Torrejano, de 16 de Fevereiro, sob o título Este Mundo e o Outro, partindo, quer do pessimismo nostálgico do Jorge Carreira Maia (Este não é o meu mundo), quer da importância da memória, em Maria Augusta Torcato, para resistir «à névoa que provoca o esquecimento e cegueira», quer «na militância política e cívica sempre empenhada», da minha autoria, num país do salve-se quem puder e do deixa andar, sempre à espera dum messias que resolva, por qualquer gesto milagreiro, a sua raiva abafada de nunca ser outra coisa que a imagem crónica de pobreza. |
Plantação intensiva: do corte à escovinha e tudo em fila aos horizontes metalificados - maria augusta torcato » 2024-03-08 » Maria Augusta Torcato Não sei se por causa das minhas origens ou simplesmente da minha natureza, há em mim algo, muito forte, que me liga a árvores, a plantas, a flores, a animais, a espaços verdes ou amarelos e amplos ou exíguos, a serras mais ou menos elevadas, de onde as neblinas se descolam e evolam pelos céus, a pedras, pequenas ou pedregulhos, espalhadas ou juntinhas e a regatos e fontes que jorram espontaneamente. |
A crise das democracias liberais - jorge carreira maia » 2024-03-08 » Jorge Carreira Maia A crise das democracias liberais, que tanto e a tantos atormenta, pode residir num conflito entre a natureza humana e o regime democrático-liberal. Num livro de 2008, Democratic Authority – a philosophical framework, o filósofo David. |
A carne e os ossos - pedro borges ferreira » 2024-03-08 » Pedro Ferreira Existe um paternalismo naqueles que desenvolvem uma compreensão do mundo extensiva que muitas vezes não lhes permite ver os outros, quiçá a si próprios, como realmente são. A opinião pública tem sido marcada por reflexões sobre a falta de memória histórica como justificação do novo mundo intolerante que está para vir, adivinho eu, devido à intenção de voto que se espera no CHEGA. |
O Flautista de Hamelin... » 2024-02-28 » Hélder Dias |
Este mundo e o outro - joão carlos lopes » 2024-02-22 Escreve Jorge Carreira Maia, nesta edição, ter a certeza de que este mundo já não é o seu e que o mundo a que chamou seu acabou. “Não sei bem qual foi a hora em que as coisas mudaram, em que a megera da História me deixou para trás”, vai ele dizendo na suas palavras sempre lúcidas e brilhantes, concluindo que “vivemos já num mundo tenebroso, onde os clowns ainda não estão no poder, mas este já espera por eles, para que a História satisfaça a sua insaciável sede de sangue e miséria”. |
2032: a redenção do Planeta - jorge cordeiro simões » 2024-02-22 » Jorge Cordeiro Simões
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Avivar a memória - antónio gomes » 2024-02-22 » António Gomes Há dias atrás, no âmbito da pré-campanha eleitoral, visitei o lugar onde passei a maior parte da minha vida (47 anos), as oficinas da CP no Entroncamento. Não que tivesse saudades, mas o espaço, o cheiro e acima de tudo a oportunidade de rever alguns companheiros que ainda por lá se encontram, que ainda lá continuam a vender a sua força de trabalho, foi uma boa recompensa. |
Eleições, para que vos quero! - antónio mário santos » 2024-02-22 Quando me aborreço, mudo de canal. Vou seguindo os debates eleitorais televisivos, mas, saturado, opto por um filme no SYFY, onde a Humanidade tenta salvar com seus heróis americanizados da Marvel o planeta Terra, em vez de gramar as notas e as opiniões dos comentadores profissionais e partidocratas que se esfalfam na crítica ou no elogio do seu candidato de estimação. |
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