Somos e não somos racistas - jorge salgado simões
Opinião » 2020-08-19 » Jorge Salgado Simões"Gostamos é de extremar diferenças, disso não duvidem"
Se é daquelas pessoas profundamente convencida que nós, portugueses, não somos racistas, então provavelmente esta leitura não lhe acrescentará nada de nada. Por outro lado, se é daquelas pessoas convencida que somos uma sociedade extremamente racista, que vê segregação em cada pedra que mexe mas que não consegue ver o seu próprio contributo para essa visão simplista, radicalizada e sim, ela própria racista, então passe à frente.
Portugal não é um país racista. Mas é um país com pessoas racistas. Em que proporção? Não sabemos ao certo. O mais provável é que sejamos tanto como outras sociedades, sobretudo como os restantes países europeus com que partilhamos tantas outras coisas.
Somos e não somos racistas. Dizemos que não somos racistas, mas continuamos a tratar com condescendência o nosso passado colonialista, que foi menos mau que o dos outros, o que até terá algum fundamento, mas que não apaga uma história de ocupação e usurpação que aconteceu de facto.
Somos e não somos racistas. Gostamos de frases, slogans e manifestações anti-racistas, mas não nos coibimos de censurar os malditos países frugais e em particular os chatos dos holandeses por quererem que tenhamos mais tino a gastar orçamentos comuns. É uma espécie de racismo aceitável.
Gostamos é de extremar diferenças, disso não duvidem. Somos os racistas e os anti-racistas. O país dos comunas e o dos fachos, os que são pelos animais e os que são pelas touradas, os de Lisboa, do Porto e do resto, do Benfica e do Porto e do Sporting, do interior e do litoral, da cidade e da província, da universidade ou do politécnico, os do António Pinto Ribeiro e os do António Antunes (Tony Carreira), os capitalistas e os anticapitalistas, os machistas e os feministas, os do alcatrão e os da natureza, os da sagres e os da super bock.
Enfim, somos e não somos racistas, mas olhando para o que ocupa hoje o espaço público, dos jornais à televisão ou às redes sociais, certo certo é sermos os de um lado e os do outro. Assim, sem meios termos. Sem meias conversas ou conversa fiada. Isto é que somos mesmo e que dava para outro artigo.
Somos e não somos racistas - jorge salgado simões
Opinião » 2020-08-19 » Jorge Salgado SimõesGostamos é de extremar diferenças, disso não duvidem
Se é daquelas pessoas profundamente convencida que nós, portugueses, não somos racistas, então provavelmente esta leitura não lhe acrescentará nada de nada. Por outro lado, se é daquelas pessoas convencida que somos uma sociedade extremamente racista, que vê segregação em cada pedra que mexe mas que não consegue ver o seu próprio contributo para essa visão simplista, radicalizada e sim, ela própria racista, então passe à frente.
Portugal não é um país racista. Mas é um país com pessoas racistas. Em que proporção? Não sabemos ao certo. O mais provável é que sejamos tanto como outras sociedades, sobretudo como os restantes países europeus com que partilhamos tantas outras coisas.
Somos e não somos racistas. Dizemos que não somos racistas, mas continuamos a tratar com condescendência o nosso passado colonialista, que foi menos mau que o dos outros, o que até terá algum fundamento, mas que não apaga uma história de ocupação e usurpação que aconteceu de facto.
Somos e não somos racistas. Gostamos de frases, slogans e manifestações anti-racistas, mas não nos coibimos de censurar os malditos países frugais e em particular os chatos dos holandeses por quererem que tenhamos mais tino a gastar orçamentos comuns. É uma espécie de racismo aceitável.
Gostamos é de extremar diferenças, disso não duvidem. Somos os racistas e os anti-racistas. O país dos comunas e o dos fachos, os que são pelos animais e os que são pelas touradas, os de Lisboa, do Porto e do resto, do Benfica e do Porto e do Sporting, do interior e do litoral, da cidade e da província, da universidade ou do politécnico, os do António Pinto Ribeiro e os do António Antunes (Tony Carreira), os capitalistas e os anticapitalistas, os machistas e os feministas, os do alcatrão e os da natureza, os da sagres e os da super bock.
Enfim, somos e não somos racistas, mas olhando para o que ocupa hoje o espaço público, dos jornais à televisão ou às redes sociais, certo certo é sermos os de um lado e os do outro. Assim, sem meios termos. Sem meias conversas ou conversa fiada. Isto é que somos mesmo e que dava para outro artigo.
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» 2024-04-10
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