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A GELATINA LARANJA - josé mota pereira

Opinião  »  2021-05-10  »  José Mota Pereira

Há alguns meses neste jornal apontei o desaparecimento político local do PS e das suas estruturas restringindo todas as suas posições sobre a realidade local, regional e nacional às posições estritamente assumidas pelos seus autarcas na Câmara e Assembleia Municipal.

Hoje, constata-se que o vazio não é exclusivo do PS e alastra ao PSD. Tendo já apresentado publicamente o seu candidato à Câmara e alguns candidatos a algumas Juntas de Freguesia, é minha opinião que ao PSD vêm faltando a apresentação de ideias e propostas concretas para uma alternativa. Do que se vai lendo há a percepção que o discurso se limita a umas generalidades, que de tão genéricas, pouco delas há para comentar. O discurso político não se pode nem deve ficar por uma colecção de frases vagas sobre desenvolvimento que podiam ser ditas aqui ou em Alguidares de Baixo (“Atrair e fixar Jovens, “atrair empresas” ou “atrair investimentos e mão de obra qualificada”) sem explicitar como isso se faz ou sem apresentar metas e objectivos concretos. E sobretudo para lá dos discursos e das entrevistas, há a prática política. Como diria alguém da política nacional, a melhor prova do pudim é comê-lo.

Provemos então esse Flan Laranja:

Tiremos uma amostra reveladora. Numa altura que faltam cerca de 5 meses para as próximas eleições autárquicas. Na última sessão da Assembleia Municipal, realizada a 29 de Abril, que durou mais de três horas o PSD – que é o segundo maior partido representado naquele órgão – esteve simplesmente “ausente.” No “Período Antes da Ordem do Dia” que é geralmente aproveitado para apresentação de propostas, pedidos de esclarecimentos e tomadas de posição política, os eleitos do PSD manifestaram-se emudecidos: hada a dizer, nada a propor, nada a esclarecer. Depois, no decorrer dos trabalhos, os eleitos do PSD repetiram a postura, abstendo-se de tomar qualquer posição publica sobre os assuntos em discussão fazendo figura de corpo presente, limitando-se a ir votando sucessivamente ao lado do PS tudo quanto foi posto a votação. Está tudo no canal do Youtube do Município.

Houve apenas uma excepção a este deserto. No final da Assembleia, Nuno Guedelha, eleito da CDU, propôs uma moção saudando o 25 de Abril. O texto motivou o único sobressalto naquela pacífica e nocturna sesta democrática laranja. Como apontou na sua declaração de voto, o PSD afirma “ desconhecer que se desenham e assumem projectos reaccionários” como enunciava o projecto da moção. Note-se como é bastante revelador aquilo que em três horas de Assembleia despertou o sono e as consciências dos eleitos da bancada social-democrata. Há projectos políticos reaccionários na sociedade portuguesa? Para o PSD, as notícias são claramente um exagero. Percebe-se pelas escolhas que a sua direcção nacional tem feito: primeiro nos Açores e agora na escolha de alguns candidatos autárquicos, cujo percurso e declarações são exemplificativos do que pretendem.

Mas voltemos a Torres Novas. O silêncio e o vazio de conteúdo das propostas que têm sido enunciadas não é uma circunstância casual. Há claramente um problema no PSD: estivesse no poder em Torres Novas e o PSD (talvez com uma ou outra diferença de estilo) pouco ou nada faria de diferente daquilo que o PS tem feito. Um problema a que acresce o facto relevante do seu eleitorado tradicional (com excepção da militância que veste a camisola em todas as ocasiões) se rever e identificar com alguns dos principais protagonistas do PS e com o seu percurso social e político.

Estando assim em Torres Novas, o PS e o PSD bem uns para os outros, torna-se evidente que o encontro com uma alternativa real e concreta para a gestão municipal terá que passar por outro lado. Felizmente, há outros pudins mais consistentes e preparados para serem apreciados. Mais gelatina? Não obrigado.

“O silêncio e o vazio das propostas que têm sido enunciadas não é uma circunstância casual. Há claramente um problema no PSD.

 

 

 

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