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O campo de concentração dr. António Alves Vieira

Sociedade  »  2021-03-08 

A visão das redes e do arame farpado contraria visualmente tudo aquilo que deve ser o desporto e impedem a perfeita fruição do que se passa no cenário verde.

A última coisa que o arquitecto Branco Ló pensaria na vida, quando desenhou o estádio de Torres Novas, é esse estádio municipal, obra sua, tivesse um dia uma cerca de redes metálicas e arame farpado a separar a pista e o campo de jogos do resto do espaço.

Concebido para tirar partido das suas particularidades paisagísticas, devido ao desnível das bancadas em resultado dos enormes desaterros, e à excelente localização, numa encosta da Bica com excelente vista para a cidade dos pontos mais altos das escadarias, o estádio municipal inscreve-se num padrão de recintos desportivos monumentais que, em pequena escala,  parecem inspirar-se no estádio do Jamor e nas suas réplicas “ideológicas” posteriores, como o estádio antigo de Braga.

Os torrejanos que têm hoje menos de 50 anos poderão pensar, no entanto, que o estádio sempre foi assim, isto é, com uma estranha separação metálica das pistas e do rectângulo de jogo. E pensarão assim porque não têm outra imagem do estádio que não esta.

No entanto, um ou outro espectador ou amante do futebol da região já se deve ter interrogado: que raio, vamos a Tomar, a Alcanena, a Abrantes, a Rio Maior ou Santarém, aos Amiais ou à Golegã, ou a outros estádios das cidades mais distantes de todo este centro do país e não vemos o rectângulo cercado de redes. Porque será?

Na verdade, o estádio municipal de Torres Novas nem sempre teve as redes de metal e o arame farpado, porque não é característica de recintos desportivos, onde devem imperar os ideais do fair-play e da ética desportiva, serem cercados assim como se fossem campos de concentração.

Entre 1969, ano da inauguração do estádio, e 1975, disputaram-se várias centenas de jogos englobando todas as camadas do CDTN e claro que não havia redes nem arame farpado. Acontece que, num certo jogo da época de 1974/75, numa recepção ao Juventude de Évora em jogo a contar para o “nacional” da II divisão, um enorme sururu na bancada nascente (naquela altura assistiam aos jogos duas mil pessoas) deu lugar àquilo que se chamou uma invasão de campo, com algumas dezenas de espectadores a estenderem os desacatos para dentro do campo e, eventualmente, à equipa de arbitragem. O problema é que era uma reincidência: já tinha havido uma situação menos grave na época anterior, num jogo contra o GD Peniche, se bem me recordo.

O CDTN foi castigado pela FPF e instado a vedar o rectângulo, se quisesse continuar a jogar ali. Não me lembro nem faço ideia de qual foi a duração do castigo, mas naquele tempo o clube ficar sem receita de jogos em casa era sentença de morte automática. Por isso, o rectângulo foi vedado e assim ficou...durante décadas, até hoje.

Houve um momento, no entanto, em que o recinto vedado deu jeito: em meados dos anos 90, como muita gente se recorda, Benfica, Sporting e outros clubes ali fizeram jogos oficiais de campeonato devido a castigos (jogos de interdição nos seus estádios por desacatos neles verificados). Torres Novas estava em posição geográfica privilegiada, bem no centro do país, e tinha o que mais nenhum estádio do interior tinha naquela altura: lugar para milhares de espectadores nas bancadas e condições de segurança mínimas.

Esse tempo passou, vieram os estádios do Euro, outras cidades e clubes fizeram estádios municipais modernos e o municipal dr. Alves Vieira perdeu o potencial que tinha para acolher qualquer acontecimentos desportivos daquele âmbito, estando agora bem atrás de estádios mais modernos como os de Rio Maior e Abrantes, só para referirmos os mais próximos.

Quando se fala, de vez em quando, em obras de remodelação do estádio, seria imperioso, para já, e para isso nem é preciso obras, retirar finalmente as redes metálicas e o arame farpado do recinto, acabando com aquela sensação incómoda e triste de estarmos a ver um acontecimento desportivo com grades de permeio.

Se o estádio, atendendo à idade, assume alguma deterioração da sua estética e da sua imagem, porque os materiais vão envelhecendo, a existência das redes de metal dão-lhe uma ambiência triste, estranha, um cenário de campo de concentração que o prejudica.

É uma barreira que ali está, entre os espectadores, o jogo e os atletas, impede a boa visão nos sectores mais baixos das bancadas, onde aliás a proximidade e empatia do público dão algum entusiasmo, o que assim não acontece. A visão das redes e do arame farpado contraria visualmente tudo aquilo que deve ser o desporto e impedem a perfeita fruição do que se passa no cenário verde ou nas pistas.

Tudo aquilo, assim como está, desfeia o estádio, dá-lhe má imagem e dá má imagem à própria cidade. É tempo de devolver a dignidade inicial ao estádio municipal dr. António Alves Vieira e acabar com o campo de concentração que o mata, dia após dia, não deixando que a alegria do relvado e das pistas transborde para o público.

No dia em que forem retiradas as redes e o arame farpado, o estádio parecerá outro, completamente outro, aquele estádio que em 1969 foi um marco da nossa vida de cidade, da alegria da juventude, da liberdade que se anunciava. Sem redes e sem arame farpado. João Carlos Lopes

 

“A visão das redes e do arame farpado contraria visualmente tudo aquilo que deve ser o desporto e impedem a perfeita fruição do que se passa no cenário verde.

 

 

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